Quando os pinhões amadurecem, a fartura de alimento altera toda a vida na mata, pois são muitos os animais que se alimentam desta semente, entre os quais podemos citar: ouriços, pacas, esquilos, gralhas, ratos, entre outros. Cada um destes animais deixa alguns vestígios que são peculiares para a diferenciação entre eles. A gralha-azul, por exemplo, que utiliza a araucária para fazer seu ninho, esconde seu alimento no oco dessas árvores. Já o macaco bugio e o ouriço são dotados de uma curiosa habilidade: são capazes de debulhar cuidadosamente as pinhas que guardam os pinhões. O que sobra é aproveitado por besouros, formigas e uma infinidade de insetos.(http://sites.uol.com.br/mpcatell/outros/fruto.html)
Segundo MULLER(1), o ouriço, família Erethizontidae, Gênero Coendu, pega o pinhão com as duas patas dianteiras e começa a danificar o pinhão no sentido longitudinal. O sinal de roedura nos pinhões é quase imperceptível, estando aqui a principal diferença entre os outros roedores observados. O ouriço se alimenta do pinhão por partes, e quando consegue retirar o endosperma inteiro, abandona a casca e devora o endosperma. A principal característica para identificação dos pinhões danificados por ouriços é uma abertura longitudinal, por onde á retirado o endosperma.
O mesmo pesquisador afirmar que as pacas, família Cuniculidae, Espécie Agouti paca L., estraçalham o pinhão, dificultando a distinção dos outros danos. O estraçalhamento da casca do pinhão é uma característica que pode ser determinante para se chegar a tal animal. As pacas atacam o pinhão apoiando-se sobre o mesmo, segurando-o entre suas patas dianteiras, alimentando-se por partes.
Outro animal que se alimenta do pinhão, segundo MULLER (1), é o esquilo, Família Sciuridae, Espécie Sciurus ingrami (Thomas), roe totalmente a parte abaxial dos pinhões, danificando ainda um pouco da casca para a retirada do endosperma e devora-lo inteiramente. Atacam os pinhões na pinha, na própria árvore, mas também descem para o solo para depois devorá-los. Este ataque é muito fácil de ser identificado pela característica marcante da ausência da parte abaxial dos pinhões encontrados como resíduos.
MULLER(1) percebeu em suas as observações que as gralhas, Família Corvidae, Espécie Cyanocorax coeruleus e Gralha do Mato – Família Corvidae, Espécie Cyanocorax chrysops, seguram o pinhão com os pés e dão poderosas bicadas até conseguirem abrir um orifício por onde vão retirar o endosperma aos pedaços. Foi observado que a Gralha-Azul têm o hábito de se alimentar dos mesmos, longe do local de coleta. Foi observado também, que as gralhas têm preferência por locais altos da floresta, e sempre que possível, retiram os pinhões ainda da pinha. Muitas vezes ocorre que no momento em que a gralha bica a pinha para retirar o pinhão, a mesma se desprende e acaba caindo no solo. As gralhas dificilmente descem até o chão para apanhar os pinhões, porém, quando já estão se alimentando de um pinhão e o mesmo cai no solo, elas descem para buscá-lo. Esse fato é possível, graças a excelente visão que elas possuem, onde mirram o alvo e chegam com precisão até ele.
Os ratos (Gênero Rattus e outros não identificados) e camundongos atacam os pinhões por partes e na região axial dos mesmos, na região inserida na pinha. Geralmente não acabam de consumi-lo e já o abandonam para começar a devorar outro. Além do sinal da roedura pode se notar também o ataque no sentido longitudinal dos mesmos. Observou-se também, que ao encontrar algum pinhão, eles o levam para algum esconderijo para depois iniciar a predação propriamente dita.
Redação Ambiente Brasil