Classe: Aves
Ordem: Tinamiformes
Família: Tinamidae
Nome científico: Crypturellus noctivagus
Nome vulgar: Jaó-do-sul, Zabelê
Categoria: Não consta
Características: É uma espécie de tinamídeo de grande porte, maior espécie do gênero. Sua coloração dorsal é pardo-marrom-escura, um pouco enegrecida na cabeça, no baixo dorso mais acanelado, tendo as penas supracaudais de preto e ferrugem; também as rêmiges secundárias têm a borda externa ferrugínea-clara. Com partes transfaciadas de negro; faces ferrugíneo-escuras e garganta ferrugíneo-esbranquiçada, peito cinza-plúmbeo-escuro, abdômen ferrugíneo, sendo a parte mais baixa de coloração canela-clara, com pernas transfaciadas de negro, mais acentuadamente nas infracaudais. Tem pernas curtas e robustas, dedos delicados e bico mais ou menos forte e pouco curvado, de coloração sépia, sendo a mandíbula mais clara, íris marrom, penas de coloração azeitona. Sexos iguais, sendo a fêmea mais clara. Voz: baixa, profunda, de três a quatro sílabas, a primeira acentuada, fortemente descendente e prolongada, as outras curtas, sem flexão, seguindo horizontalmente em um nível ainda mais baixo. Sem crista, lados da cabeça com listra branco-ocre. Adaptada aos ambientes mais ensolarados da Caatinga, asas bastante grandes, mas não as utilizam para vôo, exceto para fugirem de ataques de predadores. Asa 17,0 cm, Bico 3,0 e tarso 5,4.
Alimentação: Alimentam-se de frutos de palmeiras, como Euterpe oleracea, oiticica, curubixá, cupá, bem como muitas sementes e insetos, vermes, aranhas, moluscos e ainda vegetais de folhas tenras, como certas gramíneas e também boa quantidade de grãos de areia.
Nidificação: postura, incubação e cuidados com a prole: O galanteio, que antecede ao acasalamento, ocorre com o atendimento da fêmea ao canto do macho. O macho inicia seus movimentos de asa e andar em volta da fêmea e quando esta inicia sua movimentação de corpo, balanceando-o rumo ao solo e agachando-se, aquele a aceita para a realização do acasalamento. O ninho é construído no próprio solo, formado por uma pequena depressão cercada por algumas folhas secas, que são arrumadas cada vez que a fêmea ou o macho, quando incubando, deixam o ninho, protegendo a postura, que é de 2 a 4 ovos. Ovo azul-claro, desbotando em poucos dias para um cinza-claro, medindo 53 x 41 mm em seus eixos e pesando 45 g cada um. O período de incubação é de 18 dias, sendo o macho o encarregado, por vezes, na última proliferação do ano, quando ocorre por mais de duas vezes, a fêmea também participa da incubação, o que é mais raro, e os jovens são nidífugos e acompanham o pai que os abriga sob as asas, protegendo-os de qualquer predador, ou mesmo de um ruído mais forte, como quando o vento faz tremer ou cair um ramo de árvore. O pai vai ciscando pela mata e mostrando insetos e vermes, aranhas de pequeno porte, que são capturados, fragmentados e os jovens, atentos, os apanham avidamente. Ao dormir, são conduzidos pelo pai a um local seguro e abrigado. O ninho é também escolhido em local bem protegido, a fim de ficar mais difícil de ser encontrado por predadores. A reprodução ocorre nos meses de setembro a janeiro.
Peso: 600 g (1).
Comprimento: (35 cm até 38 cm).
Ocorrência Geográfica: Sul da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais (alto rio Doce), Rio Grande do Sul. “Jaó” (Rio de Janeiro), “Juó” (São Paulo), “Jaó do litoral” (alto rio São Francisco, de Minas Gerais ao Piauí e Pernambuco) “Zebelê” (Bahia). Encontradas geralmente em florestas, mata seca alta. Caatinga.
Cientista que descreveu: Wied, 1820.
Categoria/Critério: UICN, Lista Vermelha, (1969): quase ameaçada – CITES: Não consta – Situação no Brasil (IBAMA, PORTARIA 1522/89): AMEAÇADA. O Jaó está atualmente ameaçado de extinção, não só devido à derrubada quase completa das áreas florestadas de seu habitat, como pela caçada que lhe é feita, em virtude da grande facilidade com que atende ao chamado, através do arremedo do seu piado.
Fonte: MMA/SINIMA