O melhoramento genético é uma atividade já consagrada na agricultura, que permitiu a obtenção de resultados fantásticos em culturas anuais como o milho, a soja e a cana-de-açúcar.
Entre estes resultados estão o aumento da produtividade, a resistência a doenças e o aumento do teor de brix. Tal sucesso se deve aos esforços para o conhecimento e definição das melhores técnicas de melhoramento em função da cultura com a qual se está trabalhando, e de condições favoráveis, como a floração anual, o porte das plantas e facilidades na polinização, diferentemente do que se encontra em espécies arbóreas.
Apesar das diferenças encontradas para as condições citadas na área florestal, o melhoramento genético também é possível e vem sendo realizado desde o início do século XX, em diferentes países e com diferentes espécies. Mas, mesmo com as dificuldades inerentes às espécies arbóreas, como o tempo para a maturidade fisiológica e a conseqüente floração, a distribuição das árvores nas populações naturais e a dificuldade de coleta de sementes representativa da variação existente, a altura das árvores, a variedade de agentes polinizantes, dificuldades na propagação vegetativa, etc., o melhoramento vem sendo realizado e os resultados já são visíveis.
A maioria dos trabalhos desenvolvidos no melhoramento genético florestal visam o aumento volumétrico das árvores e a melhoria da retidão do fuste, mas diversas outras características, principalmente voltadas à tecnologia da madeira, já são também contempladas na seleção.
Em espécies utilizadas comercialmente, a determinação da variabilidade genética para uso no melhoramento em características relacionadas à produção de celulose, painéis de madeira e carvão se tornam interessantes devido à possibilidade de ganhos em qualidade e quantidade significativos no produto final, trazendo bons resultados econômicos e compensando o custo envolvido com a pesquisa e a tecnologia aplicadas.
Como exemplo, o teor de lignina e o rendimento em celulose, a densidade da madeira e seu poder calorífico, a presença de tiloses, o teor de cinzas, o teor de extrativos, e muitas outras variáveis mostram a importância da condução de pesquisas em anatomia e tecnologia da madeira paralelamente a programas de melhoramento genético, otimizando o tempo e incrementando os resultados obtidos.
Melhoramento Genético Agrícola
Utiliza técnicas avançadas de biotecnologia, em função do amplo conhecimento genético das principais culturas utilizadas, facilitado pelas curtas rotações e pela possibilidade de obtenção de vários ciclos de seleção em curto espaço de tempo.
Melhoramento Genético Florestal
Através da seleção de famílias, procedências e indivíduos, procura explorar a variabilidade natural das espécies, ainda pouco conhecidas em função da amplitude de variação em que ocorrem.
O eucalipto, por exemplo, ocorre naturalmente na Austrália entre latitudes de 13o a 43o, altitudes que vão do nível do mar até 4.000 m, em regiões sem problemas de déficit hídrico e outras onde este déficit chega a 300 mm.
Basicamente, o resultado do melhoramento genético ocorre em função:
- Da variabilidade genética existente.
- Da intensidade de seleção a ser praticada (manuseada pelo homem).
- Da herdabilidade do caráter de interesse na espécie e condições disponíveis.
As principais espécies às quais o melhoramento genético florestal vem se dedicando no mundo, são:
- Eucalyptus grandis
- Eucalyptus urophylla
- Eucalyptus saligna
- Pinus taeda
- Pinus caribaea var. hondurensis
- Pinus radiata
- Criptomeria japonica
- Acacia mearnsii, que vem sendo melhorada na África do Sul desde 1920
Redação Ambiente Brasil