Dunas, cerrados bem conservados, florestas e rios exuberantes fazem do Tocantins um lugar paradisíaco para os apreciadores do ecoturismo. O estado selecionou dois pólos para receber os investimentos do Proecotur: a região do Cantão, às margens do rio Araguaia, e o Jalapão, uma grande área próxima à fronteira com Piauí e Bahia, cujos fantásticos atributos naturais são ainda pouco conhecidos até por pesquisadores.
Localizado nos municípios de Caseara e Pium, no oeste do estado, o Pólo Ecoturístico do Cantão tem como núcleo o Parque Estadual do Cantão, uma área protegida com 90.017,9 hectares, situado ao norte da Ilha do Bananal e às margens do rio Araguaia. Em termos ecológicos, o Cantão é uma área de transição entre o Cerrado e a densa floresta amazônica, com grande diversidade de espécies e de paisagens naturais. Seus ecossistemas abrigam mais de 500 espécies de aves, muitas das quais endêmicas, o que faz da região um paraíso para, os observadores de aves.
Entre os meses de junho e setembro, as praias, lagoas e várzeas atraem uma variedade de quelônios, jacarés e mamíferos, como ariranhas e macacos, que também podem ser facilmente avistados pelos ecoturistas. A diversidade de peixes encontrados em seus mais de 800 lagos e lagoas faz da região um excelente lugar para os adeptos da pesca esportiva.
As incomparáveis paisagens do Jalapão, que abrange oito municípios do leste tocantinense, são o atrativo maior do outro pólo estadual. Praticamente isolado das frentes econômicas recentes que avançaram sobre a região, o Jalapão apresenta grandes dunas e chapadões, entrecortados por rios e veredas com vegetação característica do Cerrado, além de nascentes, corredeiras, cachoeiras, . Suas paisagens, que estão entre as mais originais do país, são protegidas por um mosaico de unidades de conservação. A região é apontada por especialistas como a mais bem preservada área de Cerrado do Brasil Central.
Embora ainda não tenha sido muito pesquisado, o Parque Estadual do Jalapão, com uma área de 158.885,50 hectares, localizado no município de Mateiros, tem inquestionável importância ecológica: é lá que estão algumas das nascentes de afluentes de rios como o Tocantins e o São Francisco. Distante 260 km de Palmas, capital do estado, o Jalapão oferece condições excepcionais para a observação da natureza e para o turismo de aventura. Um atrativo extra para os ecoturistas é o original artesanato feito com capim dourado pelas comunidades da região.
Como chegar
Localizada no centro do Tocantins, Palmas, capital do estado, está a 270 quilômetros eqüidistante dos dois pólos ecoturísticos do estado.A capital conta com aeroporto internacional, a cerca de uma hora de vôo de Brasília. O acesso ao Cantão é feito pela TO-080, rodovia asfaltada que liga a capital ao município de Caseara. O acesso ao Jalapão é feito por duas estradas parcialmente pavimentadas: pela TO-020, que liga a capital a Novo Acordo, ou pela TO-255, que liga Palmas a Ponte Alta.
O Jalapão
Encare a viagem como uma expedição. O Jalapãoé um conjunto de cinco áreas de conservação, que inclui um parque estadual e tem 34 000 km² (maior que os estados de Sergipe e Alagoas). O cenário é um dos mais exuberantes do Brasil: cachoeiras cristalinas, piscinas naturais verde-esmeralda, chapadões e dunas alaranjadas de até 40 m de altura. Mesmo assim, ainda é pouquíssimo visitado: foram cerca de 15 mil turistas desde 2001, ano de criação do parque. Boa parte da explicação está na dificuldade de acesso, já que a maioria das estradas não é asfaltada, o que dá a sensação de estar no meio de um rali (vir com veículo 4×4 é muito recomendável).
COMO CHEGAR
Quem vem de Palmas, ao norte, ou Brasília, ao sul, deve seguir pela TO-050 até Porto Nacional. Lá, TO-255 até Ponte Alta do Tocantins, porta de entrada do Jalapão.
COMO CIRCULAR
Entre Palmas e Ponte Alta do Tocantins são cerca de 200 km de rodovia asfaltada. Depois, há apenas estradas de terra, inclusive nos 162 km que separam Ponte Alta de Mateiros. Não é indicado circular pelo Jalapão sem guia: as estradas têm poucas placas e a maioria das atrações é de difícil acesso. Além disso, a densidade demográfica ali não chega a um habitante por quilômetro quadrado (você dirige por horas sem ver ninguém pelo caminho). Carros de passeio não servem para ir às atrações, mas há roteiros diários que incluem guia, transporte e almoço. Quem estiver num 4×4 pode apenas contratar um guia (entre R$ 80 e R$ 150 por dia). Em Ponte Alta, os passeios podem ser combinados na Pousada Planalto (3378-1141) ou no Centro de Atendimento ao Turista (3378-1185); em Palmas, na Jalapão Tour (9978-3695).
ONDE FICAR
Há duas maneiras de se hospedar no Jalapão. O camping da Korubo Expedições fica na beira do Rio Novo, bem próximo das atrações. Mas as confortáveis tendas só recebem quem compra o pacote de seis noites da agência. Em Ponte Alta ou Mateiros, as pousadas são muito simples – a maioria não costuma ir além de ducha quente, cama e café da manhã -, mas seus donos são os melhores contadores de história da região.
SUGESTÕES DE ROTEIROS
2 dias – Com dois dias de viagem, aproveite para conhecer a Cachoeira da Velha, com duas quedas de mais de 20 metros de alturas. No outro dia, faça o passeio pelas dunas cachoeira da velha e dunas alaranjadas de até 40 metros – a sensação é de estar no meio do deserto.
4 dias – Com mais tempo, vá até a Cachoeira da Fumaça, de acesso fácil e com duas quedas. Aproveite para conhecer o Fervedouro e o Fervedouro de São Félix, poços cristalinos, ótimos para banhos. O trekking até o mirante da Serra do Espírito Santo leva ao alto dos paredões que formaram as dunas do Jalapão.
QUANDO IR
Entre maio a setembro, época de estiagem.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente
viajeaqui.abril.com.br