Ouro Preto – MG

Ouro Preto é conhecida pela diversidade de suas atrações turísticas: das capelinhas às matrizes e paróquias barrocas, das montanhas aos fundos dos vales, da culinária mineira à cozinha internacional, dos parques naturais aos esportes de aventura. Hoje, a cidade representa um resumo da arte colonial mineira, não apenas pela expressão de sua história, mas pelo extraordinário acervo cultural que preservou.

História e Cultura

Ouro Preto nasce com a descoberta do ouro, no final do século XVII. A precipitação pela riqueza fácil, leva à região, centenas de pessoas, na sua maioria, portugueses e paulistas (chamados bandeirantes), à procura de ouro. Segundo a lenda, um homem ao encher a sua vasilha de água no Ribeirão Tripuí, percebe no fundo do rio algumas pedrinhas negras e resolve guardá-las. De volta à sua terra, em Taubaté (SP), o homem repassa as pedras a uma outra pessoa, até caírem nas mãos do governador do Rio de Janeiro, Artur de Sá e Menezes. Sem saber e com um gesto despretensioso, o governador leva à boca uma das pedras e, trincando-a com os dentes, identifica a preciosidade. Com isso, o número de bandeiras que chegam à região aumenta significativamente. O ouro é abundante, encontrado no leito e às margens dos rios e na encosta dos morros. Em sinal de devoção cristã e agradecimento, os bandeirantes erguem rústicas capelas em adobe e palha. Em 1823, Ouro Preto é eleita a capital da Província de Minas Gerais, passando a chamar-se Imperial Cidade de Ouro Preto. Com a proclamação da República, em 1889, Ouro Preto permanece como capital de Minas Gerais até 1897, quando é inaugurada Belo Horizonte, planejada e construída para esse fim. Além dos setores administrativos e econômicos, famílias inteiras transferem-se para a nova capital, esvaziando Ouro Preto e deixando para trás memórias de um passado glorioso. Em 1944, a criação do Museu da Inconfidência reforça a relevância histórica e artística de Ouro Preto no cenário nacional. Em 1980, após importantes estudos feitos por uma equipe de especialistas vinculados à Unesco, a cidade é reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Clima

O clima da região é tropical de altitude úmido, com temperaturas que variam entre 6°C e 28ºC. O clima é característico das regiões montanhosas, com chuvas durante os meses de dezembro à março e geadas raras em junho e julho. A temperatura média anual é de 17,4°C.

Vegetação e relevo

A vegetação nativa da região é baseada nos campos e capoeiras. Os campos ocorrem nas áreas da Serra do Espinhaço e são caracterizados pela predominância do extrato herbáceo. É comum também no município a associação entre pastos e capoeiras, onde se desenvolve uma pecuária rudimentar. As capoeiras são formações vegetais constituídas de dois andares, o primeiro de vegetação rasteira e o segundo de arbustos, cujas espécies apresentam-se em fase de desenvolvimento. Este tipo de formação ocupa grande parte da porção sul do território, onde está instalado o Parque Estadual do Itacolomi.

O relevo de Ouro Preto reúne praticamente todos os tipos de minerais que existem no conjunto denominado “Quadrilátero Ferrífero”. Existem na região rochas como xisto, quartzo-xisto, quartzitos, itabiritos, calcários, anfibolitos e esteaticos, também conhecidas como pedra-sabão e amplamente utilizadas para a confecção de peças do artesanato local. As principais reservas minerais do município se referem às jazidas de manganês, ocre, pedras britadas e ornamentais (mármore), quartzito, quartzo e talco. Basicamente, o relevo de Ouro Preto é marcado por cristas rochosas e vales encaixados.

Alimentação

Os destaques do cardápio de Ouro Preto são os pratos da culinária mineira. Grande parte dos restaurantes da região servem pratos típicos, como o frango ao molho pardo, o feijão-tropeiro, o frango com quiabo e o tutu à mineira. Guarde lugar para a sobremesa, que é recheada com doces de frutas e de leite, sempre servidos com queijo Minas.

Hospedagem

Por ser considerado um dos destinos turísticos mais importantes de Minas Gerais, Ouro Preto atendeu a demanda dos visitantes, providenciando excelentes hotéis, pousadas, estalagens e outros tipos de hospedagem que aliam a cultura barroca da região com o conforto e as facilidades da vida moderna. O turista que chegar à cidade vai poder optar também por apart-hotéis, pensões, campings e chalés, disponíveis em toda a região.

Dicas gerais

Procure andar de tênis ou similar em Ouro Preto. As ruas e calçadas são cobertas pelas chamadas “pedras-sabão” que escorregam, por isso, não use sandálias, salto alto ou qualquer outro calçado. É preciso também ter muita disposição, pois as ladeiras da cidade são íngremes e cansativas para os mais despreparados. Conhecer Ouro Preto a pé é uma excelente opção, principalmente porque grande parte das igrejas e museus estão no centro da cidade. Para os que optarem pelos esportes de aventura, vale algumas dicas mais específicas, como:

  Alimentar-se bem, mas moderadamente, ingerindo principalmente alimentos ricos em carboidratos, que fornecem energia para o corpo;

  Utilizar um calçado específico para cada prática esportiva, a fim de manter a estabilidade e trazer segurança;

  Beber muita água, pois o esforço físico acaba desidratando o corpo;

  Dê preferência a sapatos baixos, tipo tênis, que facilitam a caminhada pelas trilhas.

Atrações

A cidade: Ouro Preto oferece uma gama de atividades para todos os gostos. As atrações vão desde visitas aos monumentos religiosos e históricos, até esportes de aventura com direito a muita adrenalina, nos parques da cidade. Vale a pena conferir!

Cachoeira das Andorinhas: O local é famoso pela quantidade de andorinhas que migram para esta região no verão. A cachoeira, que possui queda de aproximadamente 10 metros, encontra-se em uma formação rochosa semelhante a uma gruta, com água transparente e temperatura em torno de 20°C. No mesmo local, também está localizada a maior queda d’água da região, com 40 metros de altura.

Cachoeira de Três Moinhos: Também chamada de Falcão, a cachoeira é o atrativo natural mais procurado da região de Ouro Preto. Sua altura é de aproximadamente 10 metros e a largura em torno de 2,5 metros. Logo abaixo de sua queda, forma-se uma ducha natural e a água é represada por um banco de areia, formando uma pequena “praia”. A paisagem ao redor é formada por uma mata de galeria e formação rochosa.

Casa dos Contos: Construída por João Rodrigues de Macedo, cobrador dos impostos da Capitania de Minas, foi originalmente, em 1784, sua residência e local para administração de seus negócios. Serviu para diversos fins, inclusive de cárcere para os inconfidentes, dentre eles Álvares Maciel, Luiz Vieira da Silva, Padre Rolim e Cláudio Manuel da Costa, que lá morreu.

Foi completamente restaurada em 1984 e contém em seu interior exposições documentais da Casa da Moeda do Brasil e do Banco Central do Brasil e outras mostras culturais que, junto ao mobiliário e arquitetura, compõem o Museu.

Localização: Rua São José, 12, Centro

Horário de funcionamento: Seg – 14h às 18h; Ter a Sáb – 10h às 18h; Dom e feriados – 10h às 16h

Estrada Real: A Estrada Real começou a ser construída no século XVII e ligava as Minas ao litoral, com o objetivo de buscar riquezas. Inicialmente, o caminho ligava Ouro Preto, ao porto de Paraty (RJ). Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada se estendeu até o Arraial do Tejuco (atual Diamantina), deixando Ouro Preto como o centro de convergência da Estrada Real. Assim, formou-se o complexo da Estrada Real, ou seja, mais de 1400 km de patrimônio, cercado de montanhas, natureza, cultura e arte, na qual Ouro Preto é parte integrante.

Igreja de Nossa Senhora do Pilar: Inaugurada em 1733 e considerada a basílica mais rica de Minas Gerais, a Igreja de Nossa Senhora do Pilar é toda trabalhada em ouro, com esculturas e painéis. No subsolo fica o Museu da Prata, com peças raras e valiosas da prataria portuguesa.

Igreja de São Francisco de Assis: Construção iniciada em 1766, representa o ponto alto da arquitetura barroca mineira, com belos ornamentos esculpidos por Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) e pinturas de Manoel da Costa Athaíde.

Mina Chico Rei: O local foi escavado artesanalmente, com 80 km2 de divisão, distribuídos em cinco andares. Possui uma galeria de 11.500 metros, e está iluminada em toda sua extensão até um salão de cristais. A mina, que está sendo mapeada por estudantes de geologia, estende suas galerias até a Casa dos Contos e a Escola de Minas, antigo palácio do Governador. A Mina está aberta à visitação desde 1946, com toda infra-estrutura para receber o visitante. Possui um restaurante que serve comida caseira no fogão à lenha e uma lojinha de artesanato com trabalho de artistas da região.

Minas Radical: O Minas Radical é um excelente lugar para os amantes de esportes de aventura. Lá, o visitante pode praticar atividades como rapel, escalada, arvorismo, canyonning, tirolesa, caminhadas ecológicas, entre outros, próximo a inúmeras nascentes de rios, grutas e cachoeiras. A vantagem do lugar é poder oferecer comodidade, com acompanhamento permanente de monitores especializados e constantemente treinados, além de equipamentos de última geração. Os preços para a prática esportiva variam de R$ 10 a R$ 45, sendo que a entrada no parque é de R$ 5 reais.

– Arvorismo

O Minas Radical conta com um circuito de arvorismo com diversas plataformas e obstáculos como: falsa-baiana, tirolesa, rapel negativo, troca-pé, tambor suspenso, balanço vitória, trava vitória, a ponte caipira e outros. O arvorismo é uma modalidade esportiva que consiste na travessia de um percurso acrobático, realizado próximo à copa das árvores, aplicando técnicas verticais, tendo como opção de saída o rapel e a tirolesa.

– Canyonning

O canyonning é a descida ou exploração desportiva de cânions, rios em garganta ou desfiladeiros. Para tanto, utilizam-se as técnicas verticais como rapel e escalada. O esportista ou mesmo a pessoa que nunca praticou o esporte pode realizar a descida, sempre com a ajuda dos instrutores e utilizando os equipamentos profissionais. Existem duas cachoeiras para a prática, uma com a altura de 45 metros e outra de 15 metros.

– Escalada

Em uma parede artificial com 12,5 metros de altura e opções de diversas vias, os adeptos da escalada e pessoas que se interessam pelo esporte podem se exercitar, simulando a prática da atividade realizada na montanha.

– Mina de Ouro

Outra atração muito visitada no Minas Radical é a maior Mina de Ouro aberta à visitação do mundo. A Mina da Passagem, como é chamada, guarda segredos e mistérios que encantam a todos. A descida para as galerias subterrâneas se faz de modo incomum, através de um trolley, que chega a 315 m de extensão e 120 m de profundidade. Ao final, é possível observar um maravilhoso lago natural.

– Paintball

No maior campo de paintball em área natural do Brasil, o visitante poderá driblar os 65 obstáculos como fortes, trincheiras, casa-mata e outros. O local oferece duas modalidades de jogo: a primeira é a invasão, em que um dos grupos defende seu forte enquanto o outro ataca e a segunda modalidade é a captura de bandeira. Vence a equipe que conseguir capturar primeiro a bandeira do grupo adversário.

– Rapel

A descida de 45 metros de altura acontece de forma controlada, por cordas ou cabos, ao lado de uma bela cachoeira. O visitante poderá deslizar junto à um instrutor, que oferece condições e técnicas para todas as pessoas, mesmo os que nunca fizeram o esporte.

– Tirolesa

A tirolesa é uma técnica usada para transpor equipamentos ou pessoas entre um ponto e outro. O local oferece uma das maiores tirolesas do Estado e sua estrutura é feita com uma base fixa em concreto e cabo de aço, com capacidade para suportar até cinco toneladas, além de segurança garantida por corda e equipamento profissionais.

– Trekking

Atualmente, o Minas Radical oferece três opções para a prática da caminhada. A primeira com 2,5 km em trilha mapeada e sinalizada, onde o visitante pode conhecer uma parte do centro de aventuras, passando por duas cachoeiras e com direito a um refrescante banho. A segunda, realizada no Morro Santo Antônio, permite observar as ruínas de uma senzala, curtir uma belíssima vista panorâmica da cidade de Mariana, passar próximo a linha de trem que liga as cidades de Ouro Preto e Mariana e ter o privilégio de ver a Maria Fumaça passar. A terceira opção, com 11 km, deve ser realizada principalmente por pessoas com experiência no esporte e excelente preparo físico, pois exige do praticante o conhecimento de aparelhos de navegação (GPS) e leitura de mapas.

Morro da Queimada: Ruínas, bocas de minas e moinhos do antigo Arraial do Ouro Podre formam um interessante conjunto, valorizado pela paisagem natural. As ruínas permitem visualizar a formação dos primeiros núcleos mineradores, que deram origem a Vila Rica, hoje, Ouro Preto.

Museu da Inconfidência: O Museu da Inconfidência é um dos marcos de Ouro Preto e ocupa o edifício da antiga Casa de Câmara e Cadeia, construída no século XVIII. Está localizado no centro da cidade.

No museu é retratada a Inconfidência Mineira de 1789, movimento que lutava pela Independência do Brasil, baseado na Independência Americana, mas que não obteve sucesso por conta da sua delatação. O Museu possui objetos do final do século XVIII, utilizados por inconfidentes, ou do cotidiano dos trabalhadores e civis da cidade, além de algumas obras de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho.

A história do museu pode ser notada na espessura dos paredões e as instalações sanitárias, que estão dentre as mais antigas conhecidas no país.

A visitação pode ser feita de terça a domingo, das 12h às 17h30.

Parque Estadual do Itacolomi: Considerado um verdadeiro paraíso ecológico que alia ecoturismo, com proteção ambiental, o Parque Estadual do Itacolomi é uma das atrações naturais mais importantes de Ouro Preto. Dentro do parque, é possível escolher as atrações que estão divididas em histórico-culturais, trilhas e expedições. Toda a visitação é guiada por monitores que passam informações sobre cada atrativo:

– Museu do Chá: maquinário para beneficiamento do chá preto colhido nas lavouras durante alguns anos do século XX. Parte da produção era exportada para a Alemanha.

– Casa Bandeirista: serviu de posto fiscal no tempo da exploração aurífera (1706).

– Trilha do Forno: Seu trajeto de 1.560 metros, vai em sentido de uma das várias nascentes que formam o Córrego do Manso. A trilha leva esse nome por abrigar ruínas de um forno cerâmico, provavelmente da Olaria Roque Pinto. A trilha possui grande diversidade de espécies.

– Trilha da Capela: Com trajeto de 1.270 m, a sucessão ecológica após a ação do homem sobre o meio é o tema do passeio. O trajeto pode ser feito em aproximadamente 1h15 minutos e percorre trechos de plantação de eucaliptos e uma área mais preservada onde a sucessão ecológica encontra-se em um estágio mais avançado.

– Trilha da Lagoa: Destinada principalmente ao público infantil ou pessoas de idade com dificuldade de locomoção, a trilha tem 470 m de extensão e possui várias passarelas e escadas suspensas.

– Expedições ao Morro do Cachorro, Mirante e Bacia do Custódio, com respectivamente 3,5 km, 5 km e 8 km de extensão.

– Pico Itacolomi: a 1.700 metros de altitude, o pico Itacolomi é a maior atração do parque. É considerado a referência mais importante para o descobrimento do ouro no século XVII, com a chegada dos bandeirantes. A caminhada até o pico é de aproximadamente quatro horas. Do alto, se tem uma bela visão panorâmica da região de Ouro Preto e Mariana.

Roteiro Lavras Novas e Ouro Preto: Para os que gostam de emoção ao percorrer trilhas de jipe (100% off-road), vão adorar o passeio turístico nas regiões de Lavras Novas e Ouro Preto. O roteiro dá direito a banho de cachoeira e visitas a locais fascinantes como igrejas, cidades históricas e parte da Estrada Real.

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