Localizada na fronteira oeste com a Bolívia, Corumbá possui 65 mil km2 de extensão, dos quais 70% de Pantanal, daí o apelido de Capital do Pantanal.
A cidade é banhada pelo rio Paraguai, considerado o principal rio do Pantanal, que é a maior área inundável do mundo (230 mil km²), estendendo-se por Mato Grosso, Bolívia e Paraguai.
Miscigenada por imigrantes, índios e povos das fronteiras vizinhas do Paraguai e Bolívia, sua cultura está presente em danças típicas, cantigas e culinária exótica. Seus habitantes agradam aos visitantes pela tradicional hospitalidade pantaneira. Corumbá é uma das cidades do Brasil que detém o privilégio de possuir uma coleção significativa de recursos naturais, históricos e culturais que, aliado a sua posição estratégica no cone sul-americano, naturalmente colocam-na como uma das localidades de maior potencial turístico das Américas.
História e Cultura
Berço da cultura legitimamente mato-grossense, Corumbá é um dos principais destinos ecoturísticos de Mato Grosso do Sul. A cidade foi fundada em 21 de setembro de 1778, pelo Império Português, para ocupar uma posição geográfica estratégica, sendo uma porta de entrada para as águas do rio Paraguai. Sua relevância militar, em uma época caracterizada por disputas territoriais, levou à construção, em 1775, do Forte Coimbra. Existem registros de que o atual município de Corumbá foi explorado, pela primeira vez, em 1524, pelo português Aleixo Garcia, à procura de ouro na região então conhecida como Mar ou Lagoa de Xaraés. No passado, foi o terceiro maior porto fluvial da América Latina, período de glória incrustado no seu conjunto arquitetônico, no Porto-Geral, que lembra Buenos Aires e Montevidéu – cidades com as quais tinha forte ligação pela Hidrovia Paraguai-Paraná.
Clima
O clima do Pantanal é Tropical, no verão, com temperaturas em torno de 32 graus. No inverno, o clima é seco e a temperatura média é de 21 graus. A umidade relativa do ar é de 76,8 e a precipitação anual de 1.070mm (chovendo em média 100 dias no ano). A região do Pantanal tem um regime de chuvas tropical com duas estações bem definidas: o período de seca que dura de quatro a cinco meses (entre maio e setembro) e o período de chuvas nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
Vegetação e relevo
A região apresenta diferentes tipos de florestas sazonais de terras altas e terras baixas, aluviais, chaquenhas, bem como variadas espécies de savanas, cerrados, campos de matas e pastagens naturais. A variedade de vegetação, de solo e de relevo; a alternância do ciclo das águas e o clima, proporcionam um ambiente favorável.
O relevo da região apresenta depressões e formações calcárias. Por conta disso, Corumbá é conhecida como a Cidade Branca devido à presença de calcário que deixa a cidade com uma coloração mais clara.
Alimentação
Para aqueles que gostam de experimentar novos hábitos culinários de cada região, Corumbá oferece dezenas de pratos típicos muito interessantes, como é o caso do famosíssimo Puchero, considerado iguaria indispensável nos cardápios dos hotéis da cidade. O prato é feito basicamente de legumes cozidos, carne de boi e banana. Do Paraguai, veio o hábito do Tereré que corresponde ao Chimarrão do gaúcho, porém servido com água em temperatura natural e muito usado nas atmosferas campeiras. Um outro elemento culinário típico de Corumbá é a Salteña, feita de trigo, carne de frango e azeitona. O pescado, variadíssimo e fresco, a mandioca com carne seca, o churrasco quase sempre feito à base de costela, são apetitosas pedidas. Outro prato muito interessante e famoso é o Caldo de Piranha, que consiste no peixe assado, passado no liquidificador, temperado e cozido. Depois de coado é servido em pequenos copos ou taças. Chega a ser encarado e prestigiado como tônico e atração turística. E para a sobremesa, Corumbá oferece o delicioso sorvete de Bocaiúva que, além de um alimento rico em proteínas e pouco conhecido dos forasteiros, é tipicamente corumbaense.
Hospedagem
Corumbá possui uma boa estrutura em termos de instalações hoteleiras. A cidade oferece desde hotéis e pousadas, até hotéis fazenda. E para quem quer uma alternativa diferenciada de hospedagem, Corumbá proporciona várias opções como os barcos e navios hoteleiros, que hospedam seus visitantes em quartos equipados, para que possam apreciar o ecoturismo da região ou mesmo praticar a pesca esportiva.
Dicas gerais
Uma das atividades mais recentes no Mato Grosso do Sul é o turismo rural que já apresenta boas alternativas de passeios aos turistas, especialmente no Pantanal com suas fazendas de pecuária que acolhem os visitantes. Na maioria das propriedades, é a própria família que recebe os hóspedes interessados em fugir da rotina estressante da cidade e conhecer roteiros ecológicos. Quem se interessar nesse tipo de atração vai encontrar cavalgada para acompanhar o trabalho com o gado, ordenha, trilhas na mata, passarela das queixadas, roda de tereré, visita aos galpões de arreios e de fazer ração, comida típica, contemplação da flora e fauna da região, passeios de canoas canadenses e a cavalo, pesca e solta de piranhas e observação no mirante e pôr-do-sol.
Atrações
Casa do Artesão: Restaurada em 1893, a Casa do Artesão abrigou a Cadeia Pública de Corumbá de 1905 a 1970. Após a desativação da cadeia, o edifício ficou sem uso durante cinco anos. Depois de restaurado, o edifício passou a pertencer ao PRO-SOL, Fundação de Promoção Social de Mato Grosso, dando inicio aos trabalhos da Casa do Artesão. As grades da antiga cadeia foram conservadas e as selas tornaram-se lojas e ateliês, onde os artesãos locais expõem suas peças. São comercializados artesanato de diversos tipos, feitos em madeira, argila, crochê, sementes, tintas, couro de peixe entre outros materiais. A Casa do Artesão funciona durante a semana, das 8h às 11h, no período matutino, das 14h às 17h, no período vespertino e aos sábados, das 8h às 11h. O endereço é Rua Dom Aquino, 405 – Centro, e o telefone: (67) 3231-2715.
Casa do Massabarro: Inaugurada em 1982, a Casa do Massabarro é uma fundação que dá assistência à crianças e adolescentes, com a finalidade de ensinar o ofício de artesão e complementar a renda da família. As crianças que são abrigadas pela Casa são os escultores que utilizam a argila para recriar o cenário do Pantanal (flora e fauna). A Casa do Massabarro fica na Rua da Cacimba s/n – Bairro Cervejaria, e funciona segunda à sexta-feira das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h. Aos sábados, o funcionamento é das 8h às 12h.
Casario do Porto: Com construções do final do século XIX e início do século XX, o Casario do Porto demonstra a época de ouro do comércio fluvial na cidade. A grande influência européia sofrida pela arquitetura dos casarões do porto é um relato da época em que Corumbá era um importante entreposto comercial, sendo até 1930 o terceiro maior porto da América Latina. Os primeiros prédios comerciais da cidade foram edificados no Porto Geral e esses edifícios funcionavam como comércios, armazéns e empresas de exportação. Também funcionava a alfândega e bancos internacionais.
Cristo Rei do Pantanal: O Cristo Rei do Pantanal, feito pela artista plástica corumbaense Izulina Xavier, possui 12 metros de altura e situa-se no alto do morro São Felipe, em um mirante que proporciona vista privilegiada de Corumbá, Ladário, Bolívia e Pantanal.
Estrada Parque Pantanal: Inicialmente chamada de Rodovia da Integração, foi traçada por Marechal Cândido Rondon, que trouxe a rede de telégrafos até Corumbá. A Estrada Parque Pantanal foi construída sobre aterros que variam de um a três metros, em uma tentativa de garantir o tráfego em qualquer época do ano. Porém, esse objetivo não foi completamente alcançado, pois nas cheias mais intensas a estrada é invadida pela água em vários pontos. Por isso, a melhor época do ano para percorrer a estrada é entre maio e setembro, quando as chuvas diminuem. São atravessadas 74 pontes de madeira durante o percurso, que servem como mirantes para a observação da fauna e flora do Pantanal. Durante o trajeto, é possível observar inúmeros animais, como jacarés, capivaras, araras, tuiuiús, cararás, veados e sucuris.
Forte Coimbra: O Forte Coimbra foi construído em 1775 para proteger a região das invasões espanholas e até hoje é considerado um dos mais importantes pontos de defesa do território. Com acesso apenas via aérea ou pelo rio, ele preserva uma atração que poucos conhecem quando visitam a cidade: a caverna Buraco do Inferno, cheia de formações rochosas que ocorrem tipicamente no interior de cavernas como resultado da sedimentação e cristalização de minerais dissolvidos na água.
Praça da Republica: O local onde foi travada a batalha da retomada da cidade na guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai em 13 de junho de 1867, tornou-se a Praça da República, que possui uma réplica do obelisco construído por Ramsés II em 4000 a.C. na Praça da Concórdia, em Paris. A cidade de Corumbá foi inicialmente edificada nesse local.
Serra do Bodoquena: Para os mais aventureiros, existe a opção de fazer rapel no mirante da Serra da Bodoquena, uma plataforma de 34 metros que se projeta sobre o abismo do cânion do Rio Salobra. A descida é feita por um paredão vertical de 90 metros de altura sem apoio dos pés nas rochas. Os não-iniciados precisam antes passar por um treinamento. A recompensa para quem topa o desafio é o banho na cachoeira Boca do Onça e no Salobra.
Via Crucis: Construída ao longo da subida do morro São Felipe, a Via Crucis mostra em 14 estações, com 72 estátuas, a Paixão de Cristo desde a condenação por Poncio Pilatos, até a Morte na Cruz.