DDT – Diclorodifeniltricloretano

O DDT foi sintetizado em 1874 por um estudante alemão, mas caiu no esquecimento por muitos anos. Foi muito usado na II Guerra Mundial para proteger soldados contra insetos. A partir daí tornou-se um popular pesticida, tanto para combater doenças transmitidas por insetos, quanto para ajudar fazendeiros a controlar pestes agrícolas.

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Em 1948, o suíço Paul Müller, descobridor moderno do DDT, ganhou o prêmio Nobel de medicina. Curiosamente, Müller não fazia pesquisas médicas, apenas buscava um bom inseticida. Mas seu produto era capaz de eliminar o mosquito Anopheles, transmissor do parasita da malária, uma doença que desde os tempos primitivos flagela a espécie humana e que muitas vezes é fatal.

O DDT não apenas é o mais barato, como também o mais eficaz método de combater a malária. Sua boa reputação durou pouco. Em 1962, o livro Silent Spring, de Rachel Carson, mostrou que o DDT estava contribuindo para a extinção de algumas espécies, entre as quais o falcão peregrino e a águia careca. O livro causou tanto impacto que recentemente foi classificado como uma das obras mais influentes do século. Os Estados Unidos chegaram a aplicar um bilhão de toneladas do DDT, até que, em 1972, depois de uma acirrada disputa judicial e política, baniram o produto. Logo foram seguidos pela maioria dos países industrializados.

O DDT tem efeito prolongado, move-se facilmente pelo ar, rios e solo e acumula-se no organismo dos seres vivos, no caso do homem na glândula tireóide, fígado e rim. Mas acumular é uma coisa, prejudicar é outra. Até hoje não existe uma prova definitiva de que o DDT prejudica a saúde humana. Há vários estudos relacionando um subproduto do DDT, o DDE, à redução do aleitamento materno. Outros estudos associam o DDT a problemas nos sistemas hormonal, nervoso e reprodutivo do homem.

O DDT (diclorodifeniltricloretano), potente veneno utilizado no terceiro mundo para o controle de pragas e endemias, altamente solúvel na água e na gordura, que permanece por mais de vinte anos com sua estrutura molecular inalterada, e que foi encontrado no tecido de animais no Ártico, o que prova que todo planeta está contaminado.

O DDT não pode ser usado em lavouras brasileiras desde 1985, e seu uso já foi proibido há muitos anos em outros países. A Suíça não permite sua utilização desde 1939, enquanto os Estados Unidos baniram o produto em 1972.

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Durante décadas, o produto foi largamente usado nos inseticidas produzidos no país até ser comprovado que, além de provocar câncer, ele demora de 4 a 30 anos para se degradar. Especialistas afirmam que o principal problema do DDT é sua ação indiscriminada, que atinge tanto as pragas quanto o resto da fauna e flora da área afetada. O DDT também se infiltra na água, contaminando os mananciais. Existe um projeto mundial, feito por ambientalistas, para banir totalmente o DDT do planeta até 2007.

Desde a década de 40, alguns inseticidas do grupo dos organoclorados, foram extensivamente usados nas lavouras devido à sua alta eficiência contra diversos insetos. Absorvido pela pele ou nos alimentos, o acúmulo de DDT no organismo humano está relacionado com doenças do fígado, como a cirrose e o câncer. O uso indiscriminado e descontrolado do DDT fez com que o leite humano, em algumas regiões dos EUA chegasse a apresentar mais inseticida do que o permitido por lei no leite de vaca.

O DDT, além de outros inseticidas e poluentes, possui a capacidade de se concentrar em organismos. Ostras, por exemplo, que obtêm alimento por filtração da água, podem acumular quantidades enormes de inseticida em seus corpos, concentrando-o até cerca de 70 mil vezes e, se forem consumidas por animais ou pelo homem, podem causar intoxicação e morte.  Em determinados ecossistemas, o DDT é absorvido pelos produtores e consumidores primários, passando para os consumidores secundários, e assim por diante. Como cada organismo de um nível trófico superior geralmente como diversos organismos do nível inferior, o DDT tende a se concentrar nos níveis superiores.

Redação Ambiente Brasil