Os mais diversos mecanismos legais ou gerenciais estão revolucionando nossas vidas na tentativa de gerir os recursos naturais dentro dos princípios de manejo para rendimento sustentado, visando garantir nossa qualidade de vida e das gerações futuras.
No setor florestal, o conflito entre a correta decisão de corte ou intocabilidade de uma árvore ou seu conjunto que formam as matas ou florestas, tem obrigado cada vez mais as empresas e a sociedade em geral através do consumidor a procurar uma forma confiável de conhecer a origem e o correto controle ambiental e sócio-economico dos produtos a base de madeira.
Como em outros setores, a certificação tem sido o caminho de garantia para todas as partes, com vários mecanismos disponíveis, até mesmo a série da ISO 14.000 voltadas ao meio ambiente, mas a especialização de um sistema que conheça e verifique os elementos que compõe a atividade florestal como um todo levou varias instituições e empresas a adotarem uma certificação florestal especifica, como o FSC – Forest Stewardship Council , que com seu selo de “smart wood” tem levado ao consumidor mundial o símbolo e o trabalho de sustentabilidade florestal.
A adoção do FSC, com princípios universais claros e disponíveis para toda sociedade, aliado a permanente evolução de seus critérios frente as características de cada ecossistema ou modelo de manejo adotado, tem envolvido empresários e organizações não governamentais em todo processo, ampliando oportunidades de mercado e viabilizando a existência de bons empreendedores que precisam agregar um diferencial a seus produtos.
Como todo sistema, muito tem a evoluir, em especial no ajuste de características ambientais de cada modelo e a necessidade de tratar com igualdade, desiguais, seja no caráter do ambiente como da dimensão econômica e social. Esta igualdade, tem demonstrado a necessidade da existência de princípios fundamentais gerais, mas critérios específicos para cada condição, onde os técnicos que certificam no sistema FSC ampliam o debate público do tema e com este envolvimento estão conseguindo manter no consumidor sua credibilidade.
Infelizmente, poucas empresas, do universo brasileiro, tem despertado para a importância da certificação, e é fundamental que nossa população cada vez mais exija o conhecimento da origem florestal, eliminando distorções extremas como madeiras oriundas do roubo de reservas indígenas ou unidades de conservação, corte inadequado de espécies em risco, falta de reposição ou correto manejo, perdas e industrialização ineficiente, entre tantos e variados problemas que diariamente são denunciados em todo país.
A falta desta ampla adesão social e empresarial, tem retardado a existência de um setor forte e fundamental para nossa economia, além de mantermos uma frente de destruição dos recursos florestais, na maioria das vezes por desconhecimento ou visão simplista de considerar a árvore um recurso infinito.
Nossas florestas, mal manejadas estão rapidamente chegando a exaustão nas principais regiões produtivas, e os reflorestamentos não conseguem suprir a demanda interna, quanto mais o mercado internacional.
Com um sistema justo, e aceito como selo de qualidade, da garantia de origem, do respeito ao trabalhador e a perpetuidade das espécies, como é o caso do FSC poderemos manter as milhares de empresas e milhões de empregos do setor florestal sem custo para as gerações futuras, construindo o caminho tão sonhado de uma política florestal monitorada de maneira transparente por toda humanidade.
Luciano Pizzatto é Eng. Florestal, empresário, recebeu inúmeras premiações ambientais como o 1º Prêmio Nacional de Ecologia , foi Diretor de Parques Nacionais e Reservas do Brasil no IBDF/IBAMA , é Deputado Federal e Coordenador da Frente Parlamentar Ambi