Marsupiais

Hoje os marsupiais estão agrupados numa única ordem denominada Marsupialia. Todavia um número crescente de zoólogos considera este grupo mais propriamente dividido em pelo menos duas ordens. Esta última classificação, que apresenta um número muito maior de famílias do que a classificação tradicional, é mais razoável, já que os marsupiais incluem espécies que são tão diversas em morfologia e ecologia como as toupeiras, os coelhos, os ratos, os esquilos voadores, os lobos e os antílopes.

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Os marsupiais estão unidos primeiramente devido a um aspecto reprodutivo comum. Todavia, os demais eutheria também compartilham um método reprodutivo comum, mas estão divididos em 19 ordens diferentes.

Os marsupiais compreendem três ordens e oito famílias. Estão distribuídos principalmente pelo continente Australiano, sendo que ocorrem muitas espécies na América do Sul e algumas poucas na América do Norte. A dispersão dos marsupiais provavelmente ocorreu próximo ao fim do Cretáceo, quando a Austrália, Antártica e América do Sul ainda formavam uma única massa continental. O local mais provável para a origem dos marsupiais é a Austrália.

Como os marsupiais evoluíram principalmente no sul, eles teriam muito menos espaço para se diversificar do que os placentários, e muito mais dificuldade em conseguir uma vasta distribuição geográfica. Tais fatores ao invés de lhes conferirem alguma inferioridade, podem explicar sua atual distribuição restrita.

Existem 12 famílias extintas conhecidas de marsupiais. O limite geológico é desde o Mioceno ao Recente na Austrália, Cretáceo Médio até o recente na América do Norte, Cretáceo tardio até o Recente na América do Sul, Eoceno precoce ao Mioceno Médio na Europa, e Oligoceno na Ásia Central e África do Norte. Recentemente, os restos fossilizados de um marsupial pertencente a uma família extinta, Polydolopidae, foram descobertos em depósitos do Eoceno tardio na Ilha Seymour, distante da Península Antártica mais ao Norte. Esta descoberta, suporta a teoria de uma dispersão precoce dos marsupiais através dos continentes do sul.

Reprodução – as principais características que distinguem os marsupiais dos demais mamíferos, estão relacionadas a aspectos anatômicos e fisiológicos da reprodução. A presença do marsúpio, entretanto, não é nem a única e nem a característica mais diagnóstica dos marsupiais. O marsúpio bem desenvolvido, está presente nos marsupiais que trepam ou escalam (falangerídeos), pulam (cangurus), escavam (vombates) ou nadam (yapoc), mas em alguns marsupiais pequenos e terrestres o marsúpio não está presente. Em certos didelfídeos e dasiurídeos, entre outros, a bolsa consiste apenas em dobras da pele em torno das mamas, que ajudam a proteger os filhotes.

Muitos marsupiais desenvolvem bolsas somente durante a estação reprodutiva. Quando bem desenvolvidas as bolsas podem se abrir anteriormente ou posteriormente dependendo do gênero. As mamas são geralmente abdominais e estão localizadas dentro das bolsas quando estas estão presentes.

Nos marsupiais falta uma placenta completa, todavia existe uma estrutura membranosa facilitando a passagem dos nutrientes do corpo da mãe para o embrião no útero. Os mamíferos que desenvolvem uma placenta completa são denominados de placentários.

O período de gestação é curto nos marsupiais, se comparados com placentários de tamanho equivalente. Os filhotes são paridos num estado praticamente embriônico. O recém nascido arrasta-se anteriormente da abertura urogenital até os mamilos que se expandem nas suas bocas assegurando uma fixação firme. Ao contrário do que se pensava, os recém-nascidos não são auxiliados pela mãe durante o seu movimento até os mamilos.

O processo reprodutivo dos marsupiais, freqüentemente considerado menos avançado e menos eficiente do que nos placentários, pode ter as suas vantagens. A fêmea dos marsupiais investe relativamente poucos recursos durante o breve período de gestação de sua cria. Sua fase mais comprometedora é durante a lactação em que o animal está mais sujeito as adversidades do ambiente. O marsupial que perde o filhote, esta apto a fazer uma segunda tentativa mais rapidamente e em condições melhores do que faria um placentário em condições semelhantes. Este meio de reprodução talvez possa ser entendido como uma alternativa dinâmica e conveniente da história evolutiva particular dos marsupiais, ao invés de ser entendido como um estado primitivo que permaneceu inalterado.

Estudos recentes de laboratório tem mostrado que o aprendizado e a habilidade em resolver problemas nos marsupiais, é igual ou melhor do que em alguns grupos de placentários. É verdade que alguns marsupiais australianos perderam terreno quando placentários foram introduzidos pela atividade humana. O opossum da Virgínia, entretanto, continuou a prosperar, e mesmo a aumentar sua área de distribuição na América do Norte, a despeito da multidão de competidores placentários.

Quando introduzido na Costa Oeste, este marsupial rapidamente expandiu sua área de distribuição. Outros marsupiais também mostraram sucesso quando introduzidos, notavelmente o opossum rabo-de-escova, na Nova Zelândia e os wallabies na Nova Zelândia, Grã-Bretanha, Alemanha e Havaí.

Gambá é um dos mamíferos marsupiais que ocorre no Brasil é o gambá (Didelphis sp.). O gambá é extremamente comum na Floresta Atlântica e é facilmente observado perambulando pelas estradas e ruas durante a noite, já que seus hábitos são noturnos. Vive solitário, e alimenta-se de insetos, pequenos animais, vermes, pequenos frutos e até cobras. Logo que nascem seus filhotes sobem para o marsúpio, onde encontram as tetas para alimentarem-se do leite da mãe, até que com 4 meses, ficam grandes demais para morarem lá dentro. Seus filhotes nascem depois de 12 a 13 dias de gestação. Nascem 5 a 6 gêmeos.

Não está ameaçado, porém é corriqueiro o fato de crianças e até mesmo adultos matarem estes animais quando encontrados. São animais inofensivos e muito úteis já que ajudam a controlar a quantidade de insetos. Normalmente não são mantidos em zoológicos por serem noturnos. Isto colabora com a falta de informação da população a respeito da biologia deste animal interessante tipicamente americano.

Cuíca – é um marsupial parente do canguru e que é muitas vezes confundido com o gambá, é um grande preservador da gabiroba, uma árvore em extinção. A cuíca, assim como inúmeros outros seres vivos, promovem a degradação da matéria orgânica e a fertilização da terra, o que as coloca como membros de um grupo especial de animais, batizados por pesquisadores de jardineiros da floresta.

De hábito noturno, a cuíca se alimenta principalmente de frutos, algumas vezes produzidos por árvores em extinção, caso da gabiroba que está desaparecendo e se tornando a cada dia mais rara. Capazes de percorrer 500 metros por noite na mata, o animal espalha, junto com as fezes, as sementes das frutas que ingeriu. Com uma vantagem: essas sementes passaram pelo trato intestinal do animal e ali tiveram seu estado de dormência quebrado, tornando-se aptas para a germinação.

Redação Ambientebrasil