Tibagi – PR

No local estão as correntezas que propiciam um dos raftings mais radicais do país, além de paredões perfeitos para escalada e quedas d´água de até 200 metros para os amantes do rapel.

História e Cultura

A cidade de Tibagi foi assim chamada em função do rio Tibagi, que recebeu seu nome dos índios tupi-guaranis que habitavam a região. Tiba significa muito e Gy cachoeiras, daí o nome Tibagi. Os índios, que viviam à beira do rio, foram catequizados pelos jesuítas no começo do século XVII. Muitos deles foram mortos no processo de exploração dos bandeirantes. O rio Tibagi, chamado de El-Dorado, ficou realmente conhecido e requisitado em 1754, quando foi descoberto ouro e diamante em suas águas. Garimpeiros de todo o país foram em direção ao rio em busca de riqueza. As primeiras pessoas a se radicarem na região vinham do estado de São Paulo e chegaram também em busca de pedras preciosas a partir do ano de 1782, mas o município só foi fundado em 1873.

Clima

O clima da região de Tibagi é subtropical úmido mesotérmico, com geadas no inverno e sem estação seca. No verão, a temperatura varia entre 18ºC e 26ºC. Já no inverno, as temperaturas ficam entre 7ºC e 20ºC. As manhãs são bastante frias e há incidência de geadas.

Vegetação e relevo

A vegetação de Tibagi se caracteriza, principalmente na região do Cânion Guartelá, por uma singular combinação de cerrado, mata ciliar, campo e muitas araucárias, árvore nativa do estado do Paraná. Também florescem na região diversas espécies de bromélias e orquídeas.

O município de Tibagi está localizado no Segundo Planalto Paranaense. Seu relevo é contrastante, com grandes amplitudes encostas abruptas, cânions e trechos encaixados dos rios, muitas cachoeiras e corredeiras sobre leito rochoso. Em seu sentido oeste e noroeste predomina a paisagem ondulada e uniforme, formada por colinas. O Segundo Planalto ou Planalto de Ponta Grossa tem mais de 100 km de largura em forma de uma meia-lua. Apresenta um relevo típico de cuesta, forma originada pela ação dos rios em estruturas contínuas por camadas de rochas superpostas.

Alimentação

A alimentação típica da região originou-se das comidas tradicionais dos tropeiros, dos senhores das sesmarias dos Campos Gerais e dos garimpeiros, todos moradores de Tibagi em diferentes épocas da história. A paçoca de carne era refeição habitual dos tropeiros, que passavam semanas até chegarem em seu destino. A quirera com costelinha de porco e o quibebe vêm tradicionalmente dos garimpeiros. Além dos pratos descritos acima, o bolo de polvilho também é tradicional na cidade. As primeiras fábricas de Tibagi produziam polvilho.

Hospedagem

A cidade possui opções de hotéis e pousadas, localizadas em áreas rurais e na parte urbana da cidade. Tibagi ainda possui áreas para camping, sendo a maioria particular e o camping municipal, localizado na Rua Fábio Fanuchi, no centro da cidade.

Dicas gerais

Além das muitas opções de lazer e aventura para todas as idades em Tibagi, o carnaval da cidade também é uma atração muito procurada na região. Considerado o melhor carnaval do interior do Paraná,Tibagi atraiu mais de 70 mil pessoas no carnaval de 2006. A festa é muito animada e tem uma ótima infra-estrutura, além da segurança reforçada.

Atrações

Cachoeira do Ataul: A cachoeira do Ataul é um dos lugares mais altos do cânion e é dividida em seis quedas. Do pico de seus 150 metros de altura pode se obter a melhor visão dos Paredões do Guartelá. A caminhada para o topo é longa e exige ótimo preparo físico. Os trechos próprios para o rappel são entre os 20 e 80 metros.

Cachoeira Puxa Nervos: A Cachoeira Puxa Nervos, que fica a 18 quilômetros do centro da cidade, é uma queda d’água de 50 metros e um ótimo destino para praticantes de rapel em cachoeira (cascading).

Além dessa queda maior, há no seu leito piscinas naturais e outras pequenas cachoeiras. Como o local está em propriedade particular, há uma taxa a ser paga pela visitação e acomodação. Além disso, é aconselhável que se contrate guias porque os caminhos da região são confusos e o visitante pode se perder.

Morro do Jacaré ou Pedra Branca: Foi na Pedra Branca que os primeiros bandeirantes encontraram ouro e diamante na região de Tibagi. Hoje, o paredão de pedra com desníveis de até 60 metros é atrativo para prática de escalada e rapel.

Paredão do Guartelá: A principal atração do paredão de pedra do Cânion do Guartelá é o rapel. A descida é de 35 metros e como o local é bastante procurado, há profissionais muito bem preparados no local.

Na caminhada até o paredão, o visitante pode curtir a paisagem da margem do cânion durante os 25 minutos de caminhada. Há pinturas rupestres, mirantes naturais, além das águas, tudo isso a 25 metros de altitude.

Parque Estadual do Guartelá: O parque foi criado em 1992 para preservar os ecossistemas típicos da região do Cânion do Rio Iapó ou Cânion Guartelá, considerado o 6º maior Cânion do mundo em extensão, além de ser o único com vegetação nativa.

Segundo uma lenda regional, o nome “Guartelá” vem da expressão “Guarda-te-lá que cá bem fico”, usada por um morador da região para alertar seu “compadre” de um ataque indígena.

O Guartelá possui belas paisagens, lugares misteriosos, formações rochosas como a Cachoeira da Ponte de Pedra, os “Panelões do Sumidouro” e o rio Iapó, que corta o desfiladeiro.

A beleza da região tem muito de seus antigos moradores e exploradores, os indígenas, jesuítas e tropeiros. Nos Cânion do Rio Iapó há muitos registros da história, cultura e tradições da região. As formações rochosas guardam a marca de seus primeiros moradores, as pinturas rupestres.

Rio Iapó: O rio Iapó nasce na cidade de Piari do Sul e corre em direção ao rio Tibagi, acompanhando os paredões do cânion do Guartelá. Muitos praticantes de rafting e canoagem vão à cidade de Tibagi para se aventurar nas fortes corredeiras do Iapó.

O rio é conhecido como um dos melhores do país para rafting radical. Há dois trechos de aproximadamente 12 quilômetros que são próprios para a prática. Para aqueles que procuram mais emoção, há a possibilidade de praticar rafting noturno.

Rio Tibagi: Nos 550 quilômetros de extensão do rio Tibagi há mais de 50 corredeiras, próprias para prática de canoagem, bóia-cross e rafting. No percurso há trechos mais calmos, denominados classe um, e trechos de corredeiras mais fortes, de classes dois e três.

Nos trechos mais calmos, que são os predominantes, os turistas podem ter um passeio em caiaques ou bóias em corredeiras íngremes que irão levantar muita água, além de apreciar a paisagem à margem do rio. O trecho mais radical tem um quilômetro de extensão e duração de 15 minutos e é indicado para profissionais, pois o rio corre forte e forma ondas e refluxos.

Além de receber muitos turistas, o rio abriga os treinamentos da seleção brasileira de canoagem da modalidade Slalom (prova de caiaque com balizas em corredeira), assim como os campeonatos nacionais e internacionais da mesma modalidade.

Salto Santa Rosa: O Salto Santa Rosa é uma queda d’água de 60 metros que forma uma piscina natural, com cachoeiras menores acima. O lugar é tranqüilo, aconselhável para aqueles que procuram descansar.

No local, os visitantes podem praticar rapel, caminhar por trilhas de ecoturismo, além de ter opção de se hospedar em um camping. Outra atração é seu clima misterioso, que deve-se à lenda de que em noite de lua cheia os moradores da região vêem a imagem de um padre sob as águas.

O Salto Santa Rosa está localizado dentro de uma propriedade particular, por isso é necessário pagar uma pequena taxa para visitação.

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