Produção Florestal na Amazônia
Nas atividades de extração vegetal os recursos florestais, madeireiros ou não, são extraídos diretamente da natureza, em vez de produção agrícola ou industrial, que implica o desmatamento e a combinação de terra, insumos e trabalho em processos de longa duração. Além da produção de bens, devem ser considerados os serviços, tanto diretos, tais como turismo e lazer, quanto indiretos, tais como os serviços ambientais no sentido de gerar externalidades positivas relacionadas a biodiversidade, recursos hídricos, regime de chuvas e mudança climática global (fixação de carbono).
Atividade Madeireira
O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de produtos florestais tropicais. Alguns setores estratégicos da economia, tais como a siderurgia, as indústrias de papel e embalagens e a construção civil, estão estreitamente ligados ao setor florestal. As cadeias de produção diretamente baseadas em produtos florestais madeireiros representam 4% do PIB brasileiro e 8% das exportações, além de recolher mais de R$ 3 bilhões de impostos anualmente e de gerar 2 milhões de empregos diretos e indiretos. O setor madeireiro da Amazônia, que cresce mais que nas outras regiões, é o maior empregador, sendo responsável por 127 mil empregos diretos e 105 mil empregos indiretos dentro da região, além de mais 120 mil empregos indiretos fora da região.
A atividade madeireira gera uma renda bruta anual de US$ 2,5 bilhões, com 2.570 empresas distribuídas em 72 pólos madeireiros e uma produção de aproximadamente 30 milhões de m3 de madeira em tora por ano. Deste volume 86% são destinados ao mercado interno e 14% são exportados. O valor das exportações aumentou de US$ 380 milhões em 1988 para US$ 513 milhões em 2002. Em termos de beneficiamento, 68% da produção são serrados, 21% laminados e compensados e 11% são produtos beneficiados. Contudo, no Pará, o principal estado exportador, 21% do valor das exportações são decorrentes de produtos beneficiados.
Mais de 70% da madeira explorada são oriundos de áreas de terceiros e o restante das próprias empresas. 41% são oriundos das pequenas propriedades, 24% das médias e 35% das grandes. Cerca de 80% são extraídos ilegalmente. Entre dois terços e três quartos da madeira são oriundos de desmatamento e o restante de planos de manejo. As florestas com certificação independente sócio-ambiental cobrem hoje 400 mil hectares, respondendo por 2% da demanda anual da madeira em tora.
A atividade madeireira, em sua grande maioria, é realizada em bases predatórias e tende a migrar para as áreas mais distantes da Amazônia, em decorrência da exaustão da matéria-prima nas áreas de exploração mais antiga, no Arco do Povoamento Adensado.
Trata-se, ao mesmo tempo, de uma atividade que oferece uma restrição para a sustentabilidade, na forma em que é conduzida, e uma oportunidade, na forma em que pode evoluir. Contudo, a adoção do manejo florestal sustentável carece de estímulos e sofre da competição da oferta de matéria-prima barata de origem predatória no desmatamento.
Amazônia Legal – Pólos Madereiros.
Anexo: 2382.pdf
Plano Amazônia Sustentável – Ministéio do Meio Ambiente