A teoria mais aceita pelos geólogos é de que o rio Amazonas formou-se a partir de um grande golfo, que originalmente se abria ao Oceano Pacífico. Com a separação do super continente Pangea há 130 Ma (particularmente, a quebra do Gondwana, o continente formado antes do Pangeia pela junção da Africa, América do Sul, Antártica, Arábia e Austrália) o deslocamento da placa americana para oeste gera a formação da cordilheira dos Andes há 65 Ma, esse golfo fechado a oeste, se abre para leste pela captura de drenagem vinda do Atlântico, tendo o grande rio assim se formado (ver teoria das placas tectônicas). Sua origem explica o fato de o rio Amazonas apresentar inclinação muito pequena.
Em todo seu trajeto inclina-se menos de cem metros; num trecho de 3 mil quilômetros em território brasileiro, a inclinação é de apenas 15 metros. Durante muito tempo, considerou-se a desembocadura do Amazonas na região de Belém. Hoje, o rio que banha a capital paraense (rio Pará) não é considerado como foz do Amazonas, fazendo parte da Bacia Hidrográfica do Tocantins. A foz do Amazonas está no lado ocidental da ilha de Marajó. Isso faz com que a cidade de Macapá seja considerada a única capital banhada pelo rio. O volume d’água despejado pelo rio é tão descomunal que a água do mar é doce por vários quilômetros além da desembocadura. O rio Amozonas descarrega no Oceano Atlântico 20% de toda a água doce que chega nos oceanos.
A pororoca
O encontro de suas águas com as águas do oceano provoca a pororoca (uma grande onda que percorre o rio por várias horas), que pode ser vista do espaço e cujo barulho pode ser ouvido a grande distância. O fenômeno da Pororoca que ocorre na região Amazônica, principalmente na foz do seu grandioso e mais imponente rio, o Amazonas, é formado pela elevação súbita das águas junto à foz, provocada pelo encontro das marés ou de correntes contrárias, como se estas encontrassem um obstáculo que impedisse seu percurso natural. Quando ultrapassa esse obstáculo, as águas correm rio a dentro com uma velocidade de 10 a 15 milhas por hora, subindo uma altura de 3 a 6 metros.
No Estado do Amapá, ela ocorre na ilha do Bailique, na “Boca” do Araguari, no Canal do Inferno da Ilha de Maracá em diversas partes insulares e com maior intensidade nos meses de janeiro a maio. É sem dúvida, um dos atrativos turísticos mais expressivos, que embora temível, torna-se um espetáculo admirável por todos. Consta que Vicente Yáñez Pinzón e a sua tripulação presenciaram a Pororoca quando desceram a foz do Rio Amazonas e ficaram surpresos com a grandeza e a beleza ímpar do fenômeno. É sabido que em janeiro de 1500 ela quase destruiu as suas embarcações.
A pororoca prenuncia a enchente. Alguns minutos antes de chegar, há uma calmaria, um momento de silêncio. As aves se aquietam e até o vento parece parar de “soprar”. É ela que se aproxima. Os caboclos já sabem e rapidamente procuram um lugar seguro como enseadas ou mesmo os pontos mais profundos dos rios para aportar suas embarcações seguras de qualquer dano, pois a canoa que estiver na “baixa-mar”, onde ela bate furiosa e barulhenta, levando árvores das margens, abrindo furos, arranca, vira e leva consigo. Existem várias explicações da causa da Pororoca, porém a principal consiste na mudança das fases da lua, principalmente nos equinócios. com maior propensão da massa líquida dos oceanos, força que na Amazônia é percebida calculadamente a mais de mil quilômetros, e o barulho ensurdecedor ouve-se até com duas horas de antecedência à vinda da “cabeceira” da Pororoca. Quando ela passa formam ondas menores, os “banzeiros”, que violentamente morrem nas praias.
Terras caídas
As águas do rio Amazonas provocam o desprendimento das terras das margens, levando-as para outros lugares. Esse fato é conhecido como o fenômeno das terras caídas. Este fenômeno é melhor observado na região amazônica especialmente no rio Madeira, devido a velocidade de sua correnteza, este proporciona o melhor local de estudo para este fenômeno.
Atualidades
2006 foi o ano mais seco em 35 anos na bacia amazônica, segundo informações da NASA, que segue a sua evolução pelos satélites. Devido à falta de chuva, rios e lagos secaram ou estiveram próximos de secarem, e as perdas na agricultura foram de milhões de dólares. Muitos povos ficaram incomunicáveis (mais de 40.000 pessoas), devido ao fato de sua única via de comunicação serem os rios da bacia amazônica. Embora o Brasil tenha reduzido o corte de árvores na Amazônia, a maior reserva florestal do mundo perdeu cerca de 9.000 quilômetros quadrados em 2004.
Da redação ambientebrasil