Define-se impacto ambiental, segundo a Resolução nº 001/86 do CONAMA, como a alteração das propriedades físico-químicas e biológicas do meio ambiente, alteração esta provocada direta ou indiretamente por atividades humanas, as quais afetam saúde, segurança, bem-estar da população, atividades sócio-econômicas, biota, condições estéticas e sanitárias do meio e qualidade dos recursos
Em termos de glossário ambiental, indicador de impacto ambiental diz respeito aos elementos ou parâmetros que fornecem a medida da magnitude de um impacto ambiental. Dividem-se em quantitativos (representado em escala numérica) ou qualitativos (classificado em categorias ou níveis), podendo ser biológicos, físicos e químicos.
Indicadores Biológicos:
- Percentual de recobrimento do solo
A exposição direta aos raios solares, ao impacto das gotas de chuva acaba por promover a desestruturação e desagregação do solo, resultando em erosão, daí a importância da cobertura vegetal mantendo a umidade do solo ajudando na decomposição da parte aérea e sistema radicular, por conseqüência, as partículas agregam-se mais facilmente, há aumento de matéria orgânica e nutrientes no solo.
- Peso seco e composição química da serapilheira
Diferentes coberturas vegetais presentes no solo formarão serapilheira em quantidade e qualidades diferentes, o que resultará em diferenças no solo. Coleta-se então o material vegetal e encaminha-se ao laboratório para se determinar o peso seco, teores de lignina, celulose, relação caborno/nitrogênio, macro e micronutrientes e o grau de contribuição da serapilheira na fertilidade do solo.
- Raízes distribuídas no perfil
Determina-se pelo método Siarcs (densidade e comprimento das raízes); a alteração do ambiente é detectada pela densidade do solo, distribuição de poros no perfil, umidade gravimétrica, colonização micorrízica, distribuição da mesofauna, entre outros.
- População microbiana (avaliação)
Visa verificar quantitativa e qualitativamente como e quais foram as alterações no meio, calculando-se o índice de diversidade, freqüência de ocorrência de espécies etc., para que se possa comparar se o impacto aumentou ou diminuiu a diversidade nos ecossistemas.
- Biomassa Microbiana
Estágio inicial do carbono dos resíduos em decomposição no solo, define-se como a parte viva da matéria orgânica do solo, excetuando raízes e grandes animais; representa aproximadamente de 1 a 4% do carbono total do solo.
- Caracterização da mesofauna
Vermes, nematóides, traças, centopéias, gastrópodes, insetos, térmitas e formigas integram a mesofauna. Sua importância relaciona-se com a ingestão e decomposição da matéria orgânica no solo; os microorganismos distribuem-se no perfil conforme a distribuição de alimento, mais especificamente nos primeiros centímetros de solo, exceto as minhocas que vão às camadas mais profundas. Sua concentração varia de acordo com o ambiente, em solos bastante porosos e com boa fertilidade a mesofauna é maior.
Indicadores Físicos
- Perda de solo por erosão
Refere-se à estimativa de perda da camada superficial do solo correlacionada com a quantidade de cobertura vegetal (%) erodida. A partir deste levantamento é possível saber que tipo de vegetação será mais eficaz contra a erosão.
- Textura
É a mais estável característica física do solo e também a mais importante, tanto na identificação do solo como para prever seu comportamento. Em termos de manejo e fertilidade a textura influencia no parcelamento das doses de insumos agrícolas a serem aplicados no solo.
- Densidade de partícula (Dp)
Relação massa de sólidos – volume de sólidos de um solo; depende da proporção existente entre matéria orgânica e parte mineral, como também da constituição mineralógica do solo. Ao se determinar a densidade de partícula contribui-se para o cálculo da porosidade total do solo.
- Densidade do Solo (Ds)
Relação massa de sólidos – volume total ocupado pela massa, incluindo espaço ocupado pelo ar e pela água. Reflete o arranjamento das partículas definindo as características do sistema poroso. A permeabilidade do solo, por sua vez, é inversamente proporcional a densidade do solo, sendo importante para indicar a capacidade de armazenamento de água para as plantas e para que se possa encontrar as melhores práticas de conservação do solo e água.
- Umidade gravimétrica
Estima-se pela umidade gravimétrica qual a capacidade que determinado solo tem de armazenar água, mantendo uma correlação com a vida microbiana e a mesofauna do solo.
- Avaliação da estrutura do solo
Diz respeito ao arranjamento das partículas do solo e do espaço poroso existente entre elas. Para a agricultura, a estrutura do solo é uma das mais importantes propriedades, relacionando-se diretamente entre solo-planta. A estrutura do solo pode ser alterada em função do manejo inadequado – máquinas (aspecto físico) ou adubação incorreta (aspecto químico), além da influência climática e biológica.
Indicadores Químicos
- Macro e micronutrientes do solo
Indicam alterações no ecossistema natural; também servem para indicar os tipos de manejo que mais alteram o ambiente.
- Metais pesados
Analisa a quantidade de metais pesados presentes no solo estimando o grau de poluição do solo, lençol freático e cursos d’água.
- Carbono orgânico e matéria orgânica
Referencia a atividade microbiana nos diferentes ecossistemas, bem como a influência da cobertura vegetal na produção de matéria orgânica.
Fonte: Texto adaptado do livro, Atributos do Solo e o Impacto Ambiental – Textos Acadêmicos