Regiões Fitoecológicas – Floresta Estacional Decidual

Floresta Estacional Decidual

ou

Floresta Tropical Caducifólia

Este tipo de vegetação é caracterizado por duas estações climáticas bem demarcadas, uma chuvosa seguida de longo período biologicamente seco. Ocorre na forma de disjunções florestais, apresentando o estrato dominante macro ou mesofanerofítico predominantemente caducifólio, com mais de 50% dos indivíduos despidos de folhagem no período desfavorável.

Com características semelhantes, verifica-se na borda do Planalto Meridional, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul, uma disjunção que apresenta o estrato florestal emergente completamente caducifólio, visto que, muito embora o clima seja ombrófilo, há uma curta época muito fria, o que ocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisiológica dos indivíduos da floresta.

Este tipo de vegetação apresenta grandes áreas descontínuas localizadas no Norte para o Sul, entre a Floresta Ombrófila Aberta e a Savana (Cerrado); de Leste para Oeste, entre a Savana Estépica (Caatinga do Sertão árido) e a Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaducifólia); e, finalmente, no Sul, já na área subtropical, no vale do Rio Uruguai, entre a Floresta Ombrófila Mista do Planalto Meridional e a Estepe. Estas grandes áreas disjuntas apresentam quatro formações distintas: aluvial, terras baixas, submontana e montana.

Floresta Estacional Decidual Aluvial: Esta formação, quase que exclusiva das bacias dos rios do Estado do Rio Grande do Sul, encontra-se bastante desfalcada dos seus elementos principais explorados para uso doméstico. Localizada nos terraços fluviais dos rios Jacuí, Ibicuí, Santa Maria e Uruguai, também ocorre nas várzeas do rio Paraguai, no Estado de Mato Grosso do Sul, onde a drenagem é dificultada pelo pouco desnível do rio.

Floresta Estacional Decidual das Terras Baixas: Formação encontrada em áreas descontínuas e relativamente pequenas, com maior ocorrência na bacia do rio Prado, no sul do Estado da Bahia. As outras disjunções menores encontradas por todo o País devem ser delimitadas de acordo com as latitudes, salientadas com o fim exclusivo de se poder cartografá-las:

4° latitude N aos 16° latitude S, na faixa altimétrica de 5 até 100 m.

dos 16° latitude S aos 24° latitude S, na faixa altimétrica de 5 até 50 m.

dos 24° latitude S aos 32° latitude S, na faixa altimétrica de 5 até 30 m.

Floresta Estacional Decidual Submontana: Nesta formação, encontram-se dispersas as maiores disjunções do tipo florestal decidual, abaixo descritas de acordo com as áreas mais representativas em que foram observadas.

Em estreita faixa ao sul do estado do Estado do Maranhão, entre a Savana (Cerrado) e a Floresta Ombrófila Aberta com babaçu, situa-se uma floresta de médio porte composta por nanofoliadas deciduais com caules finos. No sul do Estado da Bahia, com fisionomia decidual revestindo os terrenos calcáreos da bacia do rio Pardo, ocorre uma floresta relativamente alta conhecida como “mata de cipó”.

A floresta situada ao norte de Goiás e sul do Estado de Tocantins entre a Floresta Estacional Semidecidual do sul do Pará e a Savana (Cerrado) de Goiás, mais precisamente no Vale do Rio das Almas e seus afluentes, apresenta uma fisionomia ecológica com mais de 50% de seus ecotipos sem folhas na época desfavorável.

A disjunção florestal denominada “Mata do Jaíba”, situada ao norte de Minas Gerais e nos vales dos rios Verde Grande e São Francisco, apresenta uma constituição florística bastante complexa, com ecotipos savanícolas e florestais mesofanerófitos deciduais.

A floresta decidual da encosta da Serra da Bodoquena, no Estado de Mato Grosso do Sul, é dominada por ecotipos savanícolas e florestais mesofanerófitos.

A floresta da vertente interiorana da Serra da Mantiqueira, situada em território mineiro, reveste terrenos do pré-cambriano. Os terrenos da vertente sul do Planalto das Missões, aí já considerados como “áreas extrazonais”, pois estão incluídas no espaço subtropical, são revestidas por uma floresta que apresenta uma florística semelhante à que ocorre nas áreas tropicais.

Floresta Estacional Decidual Montana: Esta formação ocorre em áreas disjuntas que se apresentam bastante expressivas, sendo que, para mapeá-las, tomaram-se parâmetros altimétricos de acordo com as latitudes onde são encontradas:

4° latitude N aos 16° latitude S varia de 600 até 2000m de altitude.

dos 16° latitude S aos 24° latitude S varia de 500 até 1500m de altitude.

dos 24° latitude S aos 32° latitude S varia de 400 até 1000m de altitude.

Esta variação altimétrica ocorre de acordo com as latitudes e pode ser explicada pelas grandes diferenças de temperatura que influem na composição florística. Observando-se mais ao sul, o espaço da faixa altimétrica diminui.

Fonte: Veloso et alii, 1991; IBGE, 1992