A toxoplasmose é uma doença provocada pelo Toxoplasma gondii. O toxoplasma é um parasita que tem um ciclo de vida tanto nos gatos, onde se reproduzem (e são eliminados pelas fezes), quanto no homem, aves, bois, ovelhas, porcos, cabras, animais silvestres, cães e gatos e no ser humano podendo provocar doenças.
O ser humano pode se contaminar através da ingestão de oocistos, uma forma do parasita que se encontra no solo, areia, latas de lixo ou em qualquer local onde os animais defecam, disseminando-se através de transportadores como moscas e baratas; ingerindo cistos de carne crua e mal cozida, especialmente do porco e do carneiro; ou por infecção através da placenta – as mulheres que se infectam durante a gestação podem contaminar os fetos. Isto pode provocar, por exemplo, nascimento prematuro da criança e infecção com sintomas graves.
Em geral, de 70% a 90% dos adultos podem ter sido infectados pelo toxoplasma. Pode causar graves infecções e perda de parte da visão. A maior parte das infecções não provoca nenhum sintoma. A pessoa pode se contaminar e nunca saber. O organismo consegue controlar o parasita que permanece no corpo, mas sem provocar o mal.
Existem várias formas da doença. Nos casos agudos, os sintomas podem ser de febre, manchas no corpo, ínguas e dor na garganta. Quando o toxoplasma atinge o olho (retina), a pessoa pode ver manchas ou perder parte da visão. Nos pacientes em estados que provocam diminuição da defesa (imunidade) do organismo, como portadores do vírus HIV, existe um risco maior da toxoplasmose atingir o cérebro – causando dor de cabeça, tonturas, paralisias no corpo e convulsões – ou vários outros órgãos como coração e pulmões.
Resultado positivo nem sempre significa desenvolvimento da doença, a pessoa pode ter a infecção sem estar doente. O diagnóstico depende dos sintomas e da história clínica do paciente. Além disso, exames de sangue específicos que detectam a presença de anticorpos contra o toxoplasma (exames sorológicos) são necessários.
Quando a doença atinge o olho, o exame oftalmológico, chamado de exame de fundo de olho, também é fundamental. O paciente também deve ser tratado e, além dos antibióticos, podem ser necessários outros medicamentos (corticóides) para diminuir a inflamação que o toxoplasma provoca na retina.
Existe tratamento para a toxoplasmose com antibióticos, mas nem sempre a pessoa com a infecção pelo toxoplasma deve tomar os remédios. Se a infecção ocorre durante a gravidez, a gestante deve ser tratada para prevenir a doença no bebê. Crianças com toxoplasmose congênita (adquirida pela passagem do toxoplasma através da placenta) devem ser tratadas o mais rápido possível para prevenir as seqüelas das lesões nos olhos e no cérebro.
Nos pacientes com pouca imunidade (por câncer, AIDS ou outras doenças), a toxoplasmose deve ser tratada quando a infecção provocar sintomas e atingir órgãos como o coração, os pulmões e o cérebro.
Para a prevenção:
- Deve-se lavar as mãos após o contato com o solo
- Evitar a ingestão de carnes cruas ou mal cozidas
- Lavar as mãos após o manuseio de carne crua
- Lavar bem as frutas e verduras antes de comê-las
- Evitar contato com fezes de gatos (uso de luvas plásticas, por exemplo, quando for lidar com o local onde os gatos defecam)
Pessoas que têm maior risco de ter problemas com a infecção pelo toxoplasma (e têm exame de sangue sorológico negativo), como gestantes e pessoas com baixa imunidade.
Os gatos se infectam, principalmente, pela ingestão de carne crua. Gatos que convivem no interior da casa com alimentos enlatados, cozidos ou rações têm pouco risco de se infectarem. Uma vez que este animal pode ter se alimentado fora de casa, deve-se recolher as fezes diariamente e colocar em vaso sanitário, por exemplo. A colocação das fezes do gato em latas de lixo pode trazer risco pelas moscas e baratas servirem de transporte. Como os gatos de rua defecam na areia e no solo, a contaminação é difícil de ser controlada. Recomenda-se cobrir os tanques de areia construídos para crianças brincarem nas praças e playgrounds quando elas não estiverem usando.
Redação Ambiente Brasil