Campos do Sul

Localização            

Os campos da região sul do Brasil são denominados de pampas, termo indígena que significa região plana, abrangendo o Estado do Rio Grande do Sul, o Uruguai e a Argentina.

Caracterização            

As florestas dos Campos Sulinos abrangem em sua maioria as florestas tropicais mesófilas, florestas subtropicais e os campos meridionais. As florestas subtropicais compreendem basicamente a Floresta com Araucária, distribuindo-se sobre os planaltos oriundos de derrames basálticos, e caracterizando-se principalmente pela presença marcante do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). E em direção ao arroio Chuí, na divisa com o Uruguai, estabelece-se um campo com formas arbustivas sobre afloramentos rochosos.

Ocupação             

Devido à ocupação do território, a exploração indiscriminada de madeira, iniciada pela colonização no planalto das Araucárias, favoreceu a expansão gradativa da agricultura. Os gigantescos pinheiros foram derrubados e queimados para dar lugar ao cultivo de milho, trigo, arroz, soja e uva. O cultivo de frutíferas está tendo um grande avanço, criando uma pressão nas áreas florestais; aliado ao extrativismo seletivo de espécies madeireiras que está comprometendo os remanescentes florestais.

Além dos grandes desmatamentos para o cultivo, existe ainda uma forte pressão de pastejo e a prática do fogo que não permitem o estabelecimento da vegetação arbustiva.

A agricultura, a pecuária de corte e a industrialização trouxeram vários problemas ambientais, como a degradação, a compactação dos solos, a contaminação e o assoreamento dos aqüíferos, devido ao manejo inadequado das culturas. O manejo inadequado em áreas inapropriadas dos campos sulinos tem levado a um processo de desertificação, principalmente em áreas cujo substrato é o arenito, na abrangência das bacias dos rios Ibicuí e Ibarapuitã.

Estas regiões ainda guardam áreas protegidas restritas a ecossistemas naturais, que são alvo de preocupação em relação à sua conservação e preservação. Atualmente estão implantadas Unidades de Conservação voltadas para a conservação da Floresta com Araucária e dos campos sulinos.

Clima            

O clima nos campos sulinos é caracterizado com altas temperaturas no verão, chegando a 35ºC, e o inverno é marcado com geadas e neve em algumas regiões, marcando temperaturas negativas. A precipitação anual situa-se em torno de 1.200 mm, com chuvas concentradas nos meses de inverno. O clima é frio e úmido.

Flora            

A vegetação predominante é de gramíneas, representadas pelos gêneros Andropogon, Aristida, Paspalum, Panicum e Eragrotis, leguminosas e compostas. As árvores de maior porte são fornecedoras de madeira, tais como o louro-pardo, o cedro, a cabreúva, a grápia, a guajuvira, a caroba, a canafístula, a bracatinga, a unha-de-gato, o pau-de-leite, a canjerana, o guatambu, a timbaúva, o angico-vermelho, entre outras espécies características como, a palmeira-anã (Diplothemium campestre). Os campos sulinos possuem uma diversidade de mais de 515 espécies.

Já os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, de relevo suave-ondulado, são colonizados por espécies pioneiras campestres que formam uma vegetação tipo savana aberta. Há ainda áreas de florestas estacionais e de campos de cobertura gramíneo-lenhosa.

Fauna               

É um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais, contando com espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico dos campos sulinos.

As principais espécies ameaçadas de extinção são exemplificadas por inúmeros animais, como: a onça-pintada, a jaguatirica, o mono-carvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários sagüis, a preguiça-de-coleira, o caxinguelê, o tamanduá.

Entre as aves destacam-se o jacu, o macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o sanhaço, numerosos beija-flores, tucanos, saíras e gauramos.

Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas.

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