Chamado por alguns como o preço da culpa, ou ainda que se compara a poder pecar desde que você pague depois pelos seus pecados, o mercado de créditos de carbono vem sendo, além de um dos assuntos mais debatidos dentro do grande debate que é o aquecimento global é também uma das grandes novidades de nossos tempos.
O Mercado de carbono funciona de acordo com prefixação do Protocolo de Quioto a respeito de quanto as indústrias de alguns países podem emitir de GEEs (Gases do Efeito Estufa). Baseado nisso os países podem negociar nacional ou internacionalmente os certificados de emissão. Ainda de acordo com o acordo que criou os mercados de carbono ficou convencionado de que a tonelada CO² seria o equivalente a um crédito de carbono. Além disso ainda existem outros gases que podem ser negociados como o metano (equivalente a 21 créditos de carbono), Óxido Nitroso (equivalente a 310), Hidrofluorcarbonetos (140 a 11700), Perfluorcabonetos (6500 a 9200) e Hexafluoreto de Enxofre (equivalente 23900).
Além dos mercados de carbono obrigatórios referentes aos países que pertencem ao Anexo 1 do protocolo de Quioto também existem os mercados voluntários, ou seja, países que não tem a obrigação com o Protocolo de Quioto podem negociar seus créditos de carbono também como em bolsas como a Bolsa do Clima de Chicago.
Algumas outras medidas também estão sendo avaliadas para entrarem no comércio de crédito de carbono como isentivo para outras medidas redutoras do aquecimento global como contabilizar o consumo de carbono por áreas florestais em determinados países e sumidouros de carbono.
Outra forma também de incentivar a diminuição do aquecimento global é o financiamento de Medidas de Desenvolvimento Limpas (MDLs)a países como o Brasil (não pertencentes ao Anexo 1) que por sua vez geram passivamente créditos de carbono “pela iniciativa”.
De uma forma geral, salvar o planeta vem se mostrando ser um negócio muito lucrativo, pois além de negociar-se GEEs também existe todo um mercado para produtos relacionados a sustentabilidade como prédios de energia zero, casas sustentáveis e além ainda mais um infinidade de produtos ecologicamente corretos e economicamente inacessíveis. Muitos pesquisadores e ecologistas chamam a atenção para que o fato do aquecimento global seja talvez um assunto exacerbado pela mídia e acabe por deixar de lado outras questões pertinentes como a tomada de consciência pelo decréscimo do consumo de energia, a diminuição do consumo exacerbado e desenfreado de bens de consumo.
Dentre as medidas apontadas como sendo descartadas, ou ainda absolutamente negadas dentro de uma consciência de bem estar ambiental está a diminuição da pobreza , a procura pelo controle de natalidade, a diminuição da jornada de trabalho e utilização do tempo útil para aprimoramento da consciência e ainda a busca de soluções economicamente acessíveis de moradia que seja menos agressivas ao ambiente urbano, seja da forma visual ou ecológica.
Por Marcelo Hammoud