Tatu-bola (Tolypentis tricinctus)

Classe: Mammalia

Ordem: Edentata

Família: Dasypodidae

Nome científico: Tolypentis tricinctus

Nome vulgar: Tatu-bola

Categoria: Em perigo

Características: T. tricinctus é o menor e único tatu endêmico ao território brasileiro, sendo considerado hoje a espécie mais rara de edentado. Até 1989, eram conhecidos apenas seis espécimes.

Coleção científica. Confinado à região da Caatinga do nordeste do Brasil, a espécie pertence à família Dasypodidae e à tribo Tolypeutini, sendo que o gêneroTolypeutes engloba ainda uma espécie, T. matacus, bem mais comum que a anterior, e cuja distribuição geográfica é bastante ampla. Espécie de pequeno porte apresenta carapaça convexa com as porções escapular e pélvica recobertas por placas variando de ovais a hexagonais isodiamétricas, separadas por cintas ou bandas articuladas que podem ser em número de duas a quatro, sendo três a mais comum. (3 faixas flexíveis, entre os escudos branquinal e pélvicos). O escudo cefálico é bastante desenvolvido. Possui umas curtas caudas tuberculadas, recobertas por placas arredondadas. Sua cor varia de amarelo a pardo escuro, dependendo do ambiente em que habita. Sua característica mais conspícua é representada pela habilidade de se enrolar quando molestado ou em situações de perigo, de onde provém o nome popular de tatu-bola. As fêmeas produzem um ou, mais raramente, dois filhotes por ninhada. Esses nascem já completamente formados. Na época de acasalamento, podem ser vistos vários machos acompanhando uma fêmea. A atividade de forrageamento é caracterizada pelo vasculhamento do solo com as narinas, objetivando a coleta de formigas, cupins, larvas de insetos, aranhas, escorpiões, frutos, ovos de lagartos, dentre outros itens, possuindo uma dieta bastante generalista. T.tricinctus ocorre em simpatria; (ocorrência de duas ou mais espécies em uma mesma área geográfica), com outras espécies de tatus, como Euphractus sexcinctus, Dasypus novemcinctus e D. septemcinctus, além de Cabassous unicinctusk. Possuindo pouca habilidade cavadora, e sendo um único defeso natural enrolar-se ao ser molestado. O tatu-bola é facilmente capturado, atividade que normalmente é realizada com o auxílio de cães. A sua carne é também muito apreciada na região, sendo que se distribui ao longo de uma das áreas mais pobres de todo o país. Devido aos seus hábitos reprodutivos, a atividade de caça é aparentemente facilitada na época do acasalamento.

Observação: O Tatu-bola constituiu, em décadas anteriores, um importante recurso alimentar para diversas comunidades da Caatinga da região nordeste. Há ocorrência em unidades de conservação como o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) e Estação Ecológica do Raso da Catarina (BA).

Comprimento: 40 a 53 cm e mais 10 cm de cauda.

Ocorrência Geográfica: Apesar de ter sido bastante abundante no passado em todos os estados do nordeste do Brasil, o tatu-bola atualmente conta com populações extremamente reduzidas em função da alteração em larga escala dos ecossistemas característicos ao longo de sua área geográfica original. T.tricinctus está praticamente extinto nos estados de Sergipe e do Ceará, Noroeste de Minas Gerais próximo à fronteira com a Bahia e no Rio Grande do Norte. Suas populações remanescentes se encontram distribuídas de maneira escassa a fragmentada em regiões de difícil acesso, que apresentam extensas formações de caatinga arbustiva sob substrato arenoso (“rasos”), localizadas em municípios com baixa densidade demográfica. A maior parte das populações remanescentes do tatu-bola localiza-se na região norte e oeste do estado da Bahia, nos municípios de Jeremoabo, Canudos, Pilão Arcado, Remanso, Barreiras, São Desidério e Irecê, dentre outros. Caatinga (vivaterra).

Cientista que descreveu: Linnaeus, 1758

Categoria/Critério: Classificação de UICN: em perigo. Aliada à caça, é também relevante a destruição do seu habitat natural como fator responsável pela rarefação e/ou extirpação local de populações, problemas fundiários. Considera-se a espécie como a mais sensível a alterações ambientais dentre os edentados do nordeste. Reforça essa hipótese o fato de que, em áreas onde T. tricinctus já não mais subsiste, ainda são encontradas outras espécies de tatus, além de vários outros representantes da fauna local.

Fonte: MMA/SINIMA