Peixe-boi ou guarabá (Trichechus inunguis)

Classe: Mammalia

Ordem: Sirenia

Família: Trichechidae

Nome científico: Trichechus inunguis

Nome vulgar: Peixe-boi ou guarabá

Categoria: Ameaçada

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Características: Maior mamífero aquático dulcícola da América do Sul. Corpo largo e cilíndrico, cauda modificada em forma de remo, arredondada, plana e horizontal. Pele lisa e de coloração cinza. Lábios grossos e com pêlos, olhos pequenos, sem orelhas externas, membros anteriores curtos modificados em nadadeiras, redondos, sem unhas nas pontas (as nadadeiras ajudam o animal a escavar a vegetação aquática enraizada no fundo). Dentadura reduzida a molares, que se regeneram constantemente. Manchas brancas, grandes e irregulares no tórax e abdômen. As fêmeas apresentam duas tetas localizadas nas axilas. Focinho largo e pescoço curto e grosso. Desprovido de membros posteriores. Alimentação rica em sílica, elemento que desgasta os dentes com rapidez. Os molares deslocam-se para frente cerca de 1mm por mês e se desprendem quando estão completamente gastos, sendo substituídos por dentes novos situados na parte posterior da mandíbula. Apresenta grande quantidade de gordura. Alimenta-se de vegetais que crescem nas margens de rios, igarapés e lagoas, como gramíneas, algas e macrófitas. O principal período de alimentação de peixe-boi ocorre na estação chuvosa, quando a obtenção de alimentos é facilitada, permitindo à espécie acumular gordura. O forrageamento é feito em áreas sazonalmente inundáveis. Segundo Best, Trichechus inunguis pode mover-se cerca de 2,7 km/dia nas áreas de alimentação. Com isso controlam o crescimento das plantas aquáticas e fertilizam com suas fezes as águas que freqüentam, contribuindo para a produtividade pesqueira. Pode comer até 16 kg de plantas por dia e consegue armazenar até 50 litros de gordura como fonte energética para a época da seca. Nessa época pode realizar pequenas migrações em busca dos canais principais da bacia Amazônica e aí permanecer por semanas sem se alimentar, consumindo as reservas energéticas acumuladas. Alguns estudos indicam que são igualmente ativos durante o dia e a noite. Na estação reprodutiva (possivelmente sazonal e ligada à disponibilidade de alimento), as fêmeas dão a luz apenas um filhote por gestação. O período de gestação é de cerca de um ano. Os nascimentos ocorrem entre dezembro a julho, com um pico entre fevereiro e maio. As atividades são influenciadas pelo nível das águas. Devido aos hábitos herbívoros, a ocorrência da espécie está ligada à existência de trechos de rios com abundante vegetação aquática, podendo realizar migrações para as regiões de águas mais profundas durante os meses de seca, permanecendo sem se alimentar. A existência de corredeiras é um fator limitante à sua distribuição. Como predadores em potencial são citados a Panthera onca, que pode penetrar em água pouco profundas e, em casos muito raros, grandes répteis, como o jacaré-açu (Melanosuchus niger) e a anaconda (Eunectes murina)

Podem viver solitários, aos pares (normalmente fêmeas com filhotes) ou grupos de até oito indivíduos (encontrados nas áreas de alimentação). Vivem cerca de 50 anos.

Peso: Peso mínimo de 450 Kg

Comprimento: Até 3 m.

Ocorrência Geográfica: Endêmico da bacia Amazônica: Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

Cientista que descreveu: Natterer, 1883

Observações adicionais: Não se dispõe de estimativas populacionais. Espécie caçada indiscriminadamente durante séculos para obtenção de pele e carne, além de gordura para a produção de óleo. Além da caça ilegal, fatores como a perda do habitat, eliminação da vegetação ribeirinha, perturbações do ciclo hidrológico e destruição das macrófitas aquáticas têm sido citadas como fatores de diminuição de populações selvagens.

Fonte: MMA/SINIMA