Utilizando equipamento e técnicas de alpinismo, o esportista que pratica escalada pode ter o privilégio de estar nos lugares mais difíceis de acesso, podendo descer ou subir paredões de montanhas, prédios, cavernas e qualquer lugar onde se possa fazer uma ancoragem segura para a corda de descida.
Modalidades
Escalada esportiva – É praticada em pequenas falésias que variam entre 20 a 60 metros de altura sob condições controladas de segurança. Nesta modalidade, a preocupação do escalador recai apenas no seu desempenho, pois as vias são curtas, de fácil acesso, e tem boa ancoragem para o segurador, entre outras qualidades. Com estas características, os movimentos do escalador podem ficar mais difíceis, exigindo alto grau de precisão, o que torna o desafio mais interessante.
Escalada esportiva indoor – É uma simulação da escalada de montanhas, com a diferença que na escalada esportiva, o escalador sobe paredes preparadas com “agarras” simulando pedaços de rocha. Estas paredes podem ser desde muros de tijolos com as “agarras” artificiais, que são fixas com buchas e parafusos, até estruturas de madeira compensada, montadas de forma a simular situações encontradas nas rochas naturais, como desníveis, inclinação negativa (mais que 90 graus), tetos, obstáculos etc. Como as condições são controladas, a prática da escalada esportiva oferece riscos menores e maior facilidade na prática, pois as paredes artificiais são encontradas em academias e clubes. As dificuldades nos movimentos são semelhantes as encontradas em rochas naturais, pois procuram-se criar “vias” com diferentes níveis de complexidade, exigindo maior técnica e esforço físico. Além da adrenalina que oferecem, as paredes artificiais servem como treinamento para o montanhista. Existem pessoas porém, que apenas se exercitam nas paredes artificiais e que nunca foram nas montanhas.
Progressão artificial em rocha – Caracteriza-se pela utilização dos equipamentos como apoio para a ascensão na via. Para isso utilizam-se desde grampos até nuts, excentrics, estribos, prussik, cordas fixas, etc. A utilização de meios não naturais para alcançar o cume justifica-se apenas para aumentar as possibilidades do escalador e não para facilitar a conquista de lances que poderiam ser executados sem a ajuda destes equipamentos.
Escalada em “Big Wall” – Sua duração pode chegar a vários dias, exigindo que o grupo tenha que dormir ancorado nas paredes, utilizando barracas especiais para isto. Modalidade que exige técnicas de escalada livre e artificial além de grande quantidade de equipamentos: comida, água, barracas, sacos de dormir, primeiros socorros, etc. É um esporte para montanhistas experientes. A região mais procurada para esta técnica é o Yosemite Valley, nos EUA.
Escalada Alpina – Uma escalada é classificada nesta modalidade quando o grupo encontra paredes de difícil acesso, em regiões de neve e gelo, com clima inóspito e terreno perigoso (gretas). São utilizadas técnicas de “big wall” e escalada em gelo e neve. Pela sua complexidade, é necessário todo um planejamento, levando em consideração, principalmente o aspecto meteorológico e logístico.
Equipamentos:
Na escalada, o princípio de adaptação ao meio é empregado através de dois equipamentos básicos: a sapatilha de escalada e o carbonato de magnésio. Além destes dois equipamentos básicos, também são utilizados equipamentos de segurança – cordas, cadeirinhas, mosquetões, blocantes, etc. – que impedem a queda do escalador no caso de imprevistos e equipamentos de auxílio a conquista das vias: (friends, nuts, pitons, etc.) Todo equipamento utilizado em escalada deve ser garantido por um controle de qualidade internacional. A maior parte dos equipamentos é de origem européia ou norte-americana. Todos normalmente são individualmente testados nas fábricas para suportarem forças muito além do que serão submetidos numa escalada comum.
– Freios (oito – magnone – ATC – Stop): controlar a descida do escalador na corda, ao final de uma escalada utilizando técnicas verticais. Seu funcionamento está baseado no atrito da corda com o equipamento, que é preso na cadeirinha
– Mosquetão: peça metálica em formato de elo com uma parte móvel (lingueta) que se fecha com a ação de uma mola interna. São construídos com ligas de alumínio ou aço e suportam tensões que variam de 20 a 30 kN (quilo Newtons) em média. Existem mosquetões sem trava e com trava, que impedem uma abertura acidental. São fabricados em vários formatos diferentes, cada um com uma aplicação específica.
– Fitas: tiras de material sintético unidas de forma a formar um anel, de grande resistência. As fitas são cortadas em diferentes tamanhos, de acordo com sua finalidade. Quando é presa na cadeirinha, com a finalidade de segurança, recebe o nome de cabo “solteira”. Se é utilizada em conjunto com dois mosquetões recebe o nome de “costura”. Pode ser utilizada ainda na ancoragem em locais onde as cordas poderiam ser danificadas, como em bicos de pedras.
– Cadeirinha: serve basicamente para sustentar o praticante durante a escalada. A função da cadeirinha é unir o escalador com a corda, proporcionando conforto e segurança. Deve ser confortável a ponto de não impedir a liberdade de movimentos. A cadeirinha irá distribuir a força de choque pelo corpo em caso de queda do escalador. Existem cadeirinhas projetadas para espeleologia, canyoning e outras para escalada, então, deve-se procurar o modelo adequado para cada atividade.
– Capacete: é equipamento de uso obrigatório porém pouco utilizado pelos montanhistas. Sua função básica é proteger de pedras soltas que podem cair acidentalmente na cabeça do escalador. Outra função é proteger no caso de escorregões.
– Sapatilhas: oferece maior sensibilidade aos pés e é feita de uma borracha especial, que adere com maior facilidade às pedras.
– Grampos e chapeletas: peças de metal fabricadas em aço ou duralumínio. São fixas na rocha através de buchas metálicas e parafusos. Utilizadas para segurança do escalador, tem um orifício por onde é preso o mosquetão ou as “costuras”. Equipamentos móveis – peças metálicas de formato semelhante a cunhas com cordas ou cabos de aço onde se prende o mosquetão ou costura durante a escalada. São utilizadas temporariamente nas fissuras das rochas com o objetivo de se criar pontos de segurança. Tipos principais: “Pitons”, “Friends”, “Excentrics” e “Nuts”.
– Carbonato de magnésio: pó branco, levado num saquinho preso na cintura do escalador. O magnésio é utilizado para absorver o suor nas mãos, mantendo-as secas e consequentemente mais aderentes.
– Ascensores: utilizados em escaladas artificiais (com emprego de equipamentos para elevação na via). Servem para bloquear a descida do escalador quando este se utiliza da corda para vencer lances com paredes de inclinação negativa.
Requer esforço e concentração; têm como objetivo atingir o topo das montanhas assemelhando-se ao montanhismo, porém, mais radical. Equipamentos: cordas, cadeirinhas, capacete, grampos, sapatilha de escalada etc.
Locais para a prática:
São Paulo
– Pedreira do Gib – Mairiporã
– Pedra do Baú – São Bento do Sapucaí
– Pedra Ana Chata – São Bento do Sapucaí
Rio de Janeiro
– Parque Nacional da Serra dos Órgãos
– Pico das Agulhas Negras – Itatiaia
– Pico das Prateleiras – Itatiaia
Minas Gerais
– Parque Nacional da Serra do Cipó
Paraná
– Parque Estadual Pico do Marumbi
É importantíssimo para iniciar a prática deste esporte, procurar instrutores capacitados que ensinem as técnicas de descida por meio de corda e lhe forneça os equipamentos adequados para a descida com segurança.
Ambiente Brasil