O maior estado produtor de água mineral em 2008, São Paulo, só viria a iniciar suas atividades de envase em 1921, produzindo 50.000 litros. O Paraná iniciaria em 1923; o Rio Grande do Sul em 1925; o antigo Distrito Federal, atual município do Rio de Janeiro, em 1926; Pernambuco e Espírito Santo em 1927; Santa Catarina em 1931; e Bahia e Ceará em 1967.
No início da década de 70, em pleno “Milagre Brasileiro” e com as implementações provenientes da Constituição e do Código de Mineração – elaborados no regime militar (1967) e caracterizados por uma política que visava, preferencialmente, ao crescimento -, atingiu no final da década o volume de 600.464.000 litros envasados, representando o maior índice de crescimento do século XX, 379%. No período de 2000 a 2007, houve um
crescimento de 27,69%.
Em 1972, em Viena, a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura e a OMS – Organização Mundial de Saúde promoveram um conclave de vários países visando um Código Mundial de Águas Minerais, onde o ponto de maior controvérsia foi exatamente o conceito de propriedades favoráveis à saúde, não se havendo chegado a um acordo nessa questão.
O volume de águas envasadas comercializado no Brasil, no período de 1996 a 2001, apresentou taxas médias de crescimento que variam entre 11 e 19% anuais. Já entre os anos de 2002 e 2008 as taxas flutuaram, apresentando momentos de crescimento entre 2002 e 2005 (2,8%, em média por ano) e entre 2007 e 2008 (15%), e de retração entre 2005 e 2007 (6,18% em média por ano). Incertezas na economia internacional provavelmente colaboraram para a redução de investimentos dos empresários brasileiros e estrangeiros em todos os setores, inclusive na água mineral.
O Brasil apresenta ainda um baixo consumo per capita, mas que vem evoluindo ao longo dos anos, passando de 11,54 litros/habitante/ano em 1996 para 20,68 em 2007. A percepção é de que a água mineral envasada, por ser pura e de melhor qualidade do que a água distribuída pela rede pública (água tratada), tem influenciado o aumento do consumo no país, embora esse número permaneça fortemente relacionado a fatores sazonais.
No que se refere à distribuição regional da produção nacional, é notável a expansão no período de 1996 a 2007 para as regiões Norte e Centro-Oeste, com crescimento de 386% e 287% respectivamente. Em seguida, estão as regiões Sul, com 207%; Nordeste, com 130% e Sudeste, com 127%.
Entretanto, em 2007 a região Sudeste, responsável pela produção de aproximadamente 48%, continua sendo a maior produtora de água mineral e potável de mesa, com 2,08 bilhões de litros. As demais regiões produziram: Nordeste, 22%; Sul, 12%; Centro-Oeste, 9% e Norte, 8%.
São Paulo, o maior produtor, apresentou uma produção superior a 1,5 bilhões de litros em 2007, o que representa 34% do total nacional, seguido pelos estados do Rio de Janeiro, com 7%; Minas Gerais com 6%; Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul, com 5% cada um.
Apesar do crescimento no Brasil, em 2008, da utilização de água mineral na fabricação de refrigerantes, sucos e isotônicos ter alcançado (1,34 milhões de litros) a extraordinária taxa de 48% acima do utilizado em 2007 (901 mil litros), acredita-se que a tendência seja um crescimento cada vez menor até a manutenção de taxas inferiores às taxas de crescimento da produção de água mineral envasada. Uma das situações que podem ser apontadas para esse crescimento surpreendente é a obrigatoriedade de instalações de hidrômetros ligados diretamente ao Ministério da Fazenda nas instalações que fabricam refrigerantes. Esse procedimento ainda não é executado nas indústrias que envasam água mineral e potável de mesa sem gás.
O Brasil deverá acompanhar a tendência mundial, onde o crescimento do consumo de água envasada é apontado como o maior se comparado com as demais bebidas não alcoólicas. Com uma das maiores reservas de água doce e, especialmente, água subterrânea do mundo, o Brasil se mantém em situação privilegiada para atender à demanda futura de água mineral e potável de mesa que por ventura venha a se tornar água envasada.
Vislumbrando um cenário de crescimento de consumo extremamente tímido, 4% ao ano, o brasileiro chegará a 2028 consumindo 66 litros por habitante, o que, sem sombra de dúvida, é muito aquém para uma economia emergente, onde todas as grandes empresas do mercado mundial de água estarão presentes. A perspectiva que se tem é que o Brasil chegue a 2028 como um dos maiores consumidores per capita de água envasada do mundo, ultrapassando o consumo de países consumidores tradicionais de água envasada da Europa Ocidental e disputando com o México a liderança de consumo. Essa perspectiva é pautada nos seguintes fatos:
– Elevada disponibilidade hídrica subterrânea.
– Crescimento elevado da população.
– Todos os grandes líderes na produção de água envasada no mundo já possuem ou estão – instalando plantas no Brasil.
-Maior consciência da população.
-Crescimento do consumo de água envasada no mundo mais significativo do que o crescimento das demais bebidas envasadas sem álcool.lação em relação aos benefícios da água envasada.
Fonte: www.cprm.gov.br; www.dnpm.gov.br.