A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia apresenta grande potencialidade para a agricultura irrigada, especialmente para o cultivo de frutíferas, de arroz e outros grãos (milho e soja). Atualmente, a necessidade de uso de água para irrigação corresponde a 62% da demanda total da região e se concentra na sub-bacia do Araguaia devido ao cultivo de arroz por inundação. A área irrigável (por inundação e outros métodos) é estimada em 230.197 hectares.
A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia possui uma área de 918.822 km² (11% do território nacional) e abrange os estados de Goiás (21%), Tocantins (30%), Pará (30%), Maranhão (4%), Mato Grosso (15%) e o Distrito Federal (0,1%). Sua configuração é alingada, com sentido Sul-Norte, seguindo a direção predominante dos cursos d’água principais, os rios Tocantins e Araguaia, que se unem na parte setentrional da região, a partir de onde é denominado rio Tocantins, que segue até desaguar na Baía da Ilha de Marajó.
Em 2010, cerca de 8,6 milhões de pessoas viviam na região hidrográfica (4,5% da população nacional), sendo 76% em áreas urbanas. A densidade demográfica era de 9,3 hab./km², bem menor que a densidade demográfica do país (22,4 hab./km²).
Na Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia estão presentes os biomas Floresta Amazônica, ao norte e noroeste, e Cerrado nas demais áreas. O desmatamento da região se intensificou a partir da década de 70, com a construção da rodovia Belém-Brasília, da hidrelétrica de Tucuruí e da expansão das atividades agropecuárias e de mineração. Atualmente, o desmatamento se deve principalmente à atividade de indústrias madeireiras nos estados do Pará e Maranhão.
Com relação aos indicadores de saneamento básico, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2010), o nível de abastecimento de água apresenta realidades bastante variadas, com valores entre 1,2% em Floresta do Araguaia(PA) e 100% em Novo Alegre (TO), Divinópolis do Goiás (GO) e Araguainha (MT). A média regional de atendimento da população por rede de esgoto é de apenas 18% e, do percentual de esgoto coletado, apenas 6% é tratado.
A bacia inclui trechos de floresta amazônica e de cerrado, ambientes naturais que foram bastante desmatados desde a década de 1970, com a construção da rodovia Belém-Brasília e da hidrelétrica de Tucuruí, bem como com a expansão das atividades madeireiras, agropecuárias e de mineração. A região responde pela metade da produção nacional de ouro – vindo, sobretudo, de Carajás, no Pará – e tem as maiores reservas de cobre, níquel, bauxita, ferro e manganês do país. De todas essas atividades, irrigação de frutas e grãos é a que, consome mais recursos hídricos: 81% do total.
Uma atividade econômica da região exige, em particular, água de boa qualidade: a pesca esportiva. As 300 espécies de peixes da bacia têm atraído cada vez mais pescadores ao rio Araguaia e adjacentes. A água também é particularmente importante para as inúmeras hidrelétricas da bacia, como Tucuruí, que fornece quase toda a energia consumida no Pará e no Maranhão. Esta é uma região de muitas disputas no saneamento básico. O nível de abastecimento de água vai de apenas 0,8%, no Tocantins, a 89,7%, de tratamento de esgotos urbanos variam entre 0,7%, no Pará, e 45%, no Distrito Federal.
Fonte: Como cuidar da nossa água. Coleção Entenda e Aprenda. BEI. São Paulo-SP, 2003.;
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