A broca-gigante (Castnia licus) é mais conhecida como praga da cana-de-açúcar, sendo considerada uma temível praga desta cultura na região Nordeste do Brasil. Em Rondônia está assumindo importância como uma “nova praga” da bananeira, por estar causando sérios prejuízos as lavouras atacadas. A broca é uma lagarta que atinge 8 cm de comprimento, tamanho muito maior que a da larva da broca-do-rizoma ou moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus), praga muito conhecida por aqueles que lidam com o cultivo de banana. Outra diferença entre estas pragas é que o adulto da broca-gigante é uma mariposa, enquanto que a da broca-do-rizoma é um besouro. A broca-gigante penetra no pseudocaule da planta em quase toda sua extensão, contudo é mais comum na altura de 1 a 1,5 m a partir do solo. Como a lagarta tem um ciclo de vida longo, podendo chegar a 10 meses e tem tamanho avantajado, faz um estrago muito grande no interior do pseudocaule, comprometendo severamente a planta e consequentemente a produção, devido ao tombamento e morte.
Considerada “nova praga” da bananeira porque somente a partir do ano passado é que foi verificado ataque intenso em um plantio de bananeira situado no campo Experimental da Embrapa Rondônia, em Porto Velho. Porém, sua primeira constatação ocorreu em 1994 em um plantio no Bairro Candelária, também em Porto Velho, sendo um exemplar da lagarta da broca-gigante coletada naquela ocasião e mantida até hoje no Laboratório de Entomologia da Embrapa. A princípio se imaginava que a ocorrência estivesse restrita a esse município, porém já foi verificada a presença da praga em Candeias do Jamari, Alto Paraíso e Machadinho do Oeste. Provavelmente, esteja atingindo outros municípios, já que esses casos foram observados ocasionalmente durante viagens ao interior do Estado, portanto não objetivando levantamento da praga.
Em Unidade de Observação (UO) de banana, situada no Campo Experimental da Embrapa Rondônia, em Porto Velho, RO, verificou-se a ocorrência da citada praga nas bananeiras de cultivares ‘Caipira’, ‘FHIA 01’, ‘FHIA 18’, ‘FHIA 21’ e ‘Thap Maeo’ e ‘Mysore’. Conforme se observou, a cultivar que apresentou maior porcentagem de plantas brocadas foi a FHIA 21, atingindo 53,57% das bananeiras. Esta infestação superou em mais de três vezes o percentual (17,19%) verificado na cultivar Thap Maeo, em segundo lugar em relação a variável analisada. A constatação é um indicativo de que a broca-gigante, embora tenha ocorrido em todas as cultivares, tem uma maior preferência pela FHIA 21, que é do mesmo grupo da ‘Banana-de-fritar’ ou ‘Comprida’, como é conhecida em Rondônia. Nas áreas de produtores de Porto Velho e interior, verificou-se apenas o ataque da praga em “banana-de-fritar”.
Foto 1. Lagarta da broca-gigente
Foto 2. Pupa da broca-gigente, envolvida em casulo feito de fibras da bananeira.
Foto 3. Mariposa, inseto adulto da broca-gigante.
Fonte: José Nilton Medeiros Costa – Engenheiro Agrônomo, M. Sc. – Pesquisador Embrapa Rondônia – E-mail: jnilton@cpafro.embrapa.br