Parque Nacional do Itatiaia_

Região: Sudeste

Estado: Rio de Janeiro e Minas Gerais

Município: Bocaina de Minas e Itamonte

Bioma: Floresta Atlântica e Floresta Estacional

Área: 30.000 ha

Criação: Decreto: 1713 (14/06/1937) e Decreto n.° 87.586 (20/09/1982)

Unidade de Proteção Integral

Os índios Tamoios, Puris e Coroados, primeiros habitantes, deram o nome de Itatiaia ao parque. Por volta do século XVIII, os bandeirantes, em busca do ouro das Minas Gerais, começaram a colonizar e ocupar regiões vizinhas. Após a expulsão dos índios, as áreas começaram a ser exploradas: houve extração de madeira para carvão e o início da pecuária.

O maciço do Itatiaia é parte da Serra da Mantiqueira. Seu ponto culminante, as Agulhas Negras, situa-se 2.787 metros de altitude, ocupando a sétima posição entre os picos mais altos do Brasil. As partes mais bonitas deste relevo localizam-se no planalto, constituído de terrenos com várzeas (alagadiços em alguns casos, como na dos Lírios, e secas nas demais) formando vários lagos permanentes alimentados pelo escoamento natural dos brejais. As Lagoas Bonita e Dourada pertencem a este agrupamento lacustre que, no inverno, apresentam suas superfícies congeladas.

Neste planalto, nascem rios com cachoeiras, que correm para formar o Rio Grande, o Verde e o Aiuruoca em terras mineiras, ou afluir ao Paraíba no Estado do Rio de Janeiro, como o Campo Belo, o das Flores, o Maromba, o Bonito, o Preto, o Santa Maria e o Penedo.

Este corpo parecido com o granito representa uma intrusão de rocha alcalina fundida, que se alojou e cristalizou há aproximadamente 70 milhões de anos, no Período Geológico Cretáceo. O tipo de rocha dessa intrusão é relativamente raro e é conhecido como nefelina sienito. O maciço do Itatiaia é o segundo maior a apresentar este tipo de rocha no mundo, superado apenas pelo Kola na Escandinávia.

Na montanha, o verão é intenso e o inverno é rigoroso e seco. As geadas são comuns nos meses de inverno, com granizos e raras nevascas. A pluviosidade é de 2.222 mm, chove durante 191 dias e a umidade relativa média é de 75%.

O Itatiaia tem uma fauna muito diversificada, com representantes típicos e alguns endêmicos (espécies que ocorrem somente no local). Os impactos causados pelo homem, como incêndios, o extrativismo das florestas e a caça predatória, levaram a fauna a se dispersar, tornando-se alvo da extinção. O macuco, a jacutinga, o gavião-real, a anta, o muriqui, o sagüi e a onça pintada correm esse risco.

A avifauna conta com 350 espécies, como tangarás, saíras, sabiás-laranjeira e una, tucanos, inhambus, guache e vários beija-flores. Os mamíferos conhecidos chegam a 67 espécies: cachorro- do- mato, macaco-prego, raramente o mono-carvoeiro, o bugio e a onça parda ou suçuarana são alguns deles.

Os insetos passam de 50 mil espécies. Répteis são freqüentes nas florestas abertas, sobre as pedras nos córregos. Outras espécies são arborícolas como: cobras, lagartos e tartarugas de água doce, somando 25 espécies.

A população de anfíbios tem 67 espécies representantes, entre rãs, sapos e pererecas. Com destaque de um diminuto sapo de barriga vermelha. Existem apenas duas espécies de peixes devido à escassez de plâncton. A fauna do Itatiaia é o resultado dos processos de readaptação, devido às agressões sofridas.

A flora do Parque do Itatiaia é composta por 163 espécies endêmicas. Entre 1.200 e 1.800 metros, predominam as espécies da flora higrófila, que é característica nas regiões úmidas, apresentando um sub-bosque denso com epífitas e herbáceas. Alguns exemplares nobres característicos, são o jequitibá, o guatambú-peroba, a canela, o cedro rosa, a canjerana, o ipê, a gameleira, o palmito-doce, a samambaia-açu, entre outras.

Na faixa entre 1.800 e 2.200 metros, o estrato arbóreo sofre redução no porte, e se aproxima dos campos naturais de altitude, assim conhecida como Zona de Transição. Acima dos 2.400 metros, observam-se campos, cuja vegetação predominante são as gramíneas e ciperáceas.

A região do Itatiaia é zona tradicional de passagem para o planalto sul mineiro desde os tempos dos bandeirantes. Com a decadência do ciclo do café, a economia orientou-se para a criação de gado leiteiro. Com o impulso do ciclo industrial, ocorreu a exploração de madeira para o fornecimento de carvão às indústrias do vale. Depois, devido às belezas do Itatiaia e à facilidade de transporte, surgiu a indústria do turismo e veraneio, que passou a atrair um grande número de visitantes, gerando novos empregos.

Atualmente, o parque é visitado por cerca de 100 mil pessoas ao ano. Tem uma grande rede de hotéis e atrai os praticantes de esportes de aventura, como o excursionismo (que contém centenas de trilhas), a escalada em rocha, ciclismo de montanha, rafting, canyoning e vôo livre.

O acesso é feito pela Rodovia BR-116, Presidente Dutra, no km-155 do Rio de Janeiro e km-350 de São Paulo.

Ibama – www.ibama.gov.br