Parque Nacional Chapada dos Veadeiros

Região: Centro-Oeste

Estado: Goiás

Município: Alto Paraíso e Cavalcante

Bioma: Cerrado

Área: 60.000 ha

Criação: Decreto 49.875 ( 01/11/1961)

Unidade de Proteção Integral

Foi criado pelo Decreto n° 49.875 de 11.01.1961,   alterado pelos decretos: n.º 70.492 de 11.05.1972,   Decreto n.º 86.596 de 17.11.1981 e Decreto s/nº de 27.09.2001.

A criação do Parque foi proposta pela Fundação Coimbra Bueno, em carta dirigida ao Presidente da República Dr. Juscelino Kubitschek em 04.10.60. Daí surgiu o Parque Nacional do Tocantins, que depois teve seus limites alterados e mudou para Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Criado pelo Presidente Juscelino Kubitschek em janeiro de 1961 como Parque Nacional do Tocantins, esta unidade de conservação tinha uma área dez vezes maior e refletia a preocupação com a proteção da natureza na região próxima à nova Capital. Com o passar dos anos o Parque teve sua área reduzida duas vezes, e recentemente teve sua área ampliada para os limites atuais.

Anteriormente a criação do Parque moradores da região viviam da exploração de cristais e recursos naturais da área do Parque. Em 1990, com o ordenamento da visitação, os garimpeiros receberam  treinamento   e hoje atuam como condutores de visitantes no Parque, participam da gestão da Unidade através do Conselho Consultivo e da preservação como um todo.   No mês  de Junho de 2001, foi criado o Conselho Consultivo  da Unidade, em Setembro houve a ampliação da área da unidade e no mês de Dezembro a Unidade foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Mundial Natural.

A área do Parque Nacional está inserida dentro do polígono de extrema importância biológica do bioma Cerrado e do corredor ecológico Paranã-Pirineus, sendo considerado como área núcleo da Reserva da Biosfera do Cerrado. O Parque Nacional está inserido na Bacia hidrográfica do Rio Tocantins, possui  uma área de 236.570 ha e está  localizada no nordeste do estado de Goiás, nos municípios de Alto Paraíso de Goiás,  Cavalcante,  São João da Aliança, Teresina de Goiás e Nova Roma. O acesso é  feito através da BR-020, saindo de Brasília e seguindo por 220 Km pela GO-118 em direção a Alto Paraíso; daí toma a esquerda pela GO-239 por mais 28 Km em estrada de terra, chegando à Vila de São Jorge, portal de entrada do Parque. A unidade fica a 260 Km de Brasília/DF e a 460 Km de Goiânia/GO.

O clima da unidade é classificado como Tropical do Brasil Central, marcado por uma época seca que tem o seu auge em setembro. Nesta época são freqüentes as ocorrências de fogo. A estação chuvosa ocorre nos meses de novembro a fevereiro. Nesta época ocorrem as perigosas trombas d’água. A temperatura média é de 22º e a precipitação mínima média é de 1500mm e a máxima de 1750mm.

O Parque é aberto à visitação de terça-feira a domingo, durante todo o ano, obedecendo aos seguintes horários: entrada de 8:00 às 12:00 hs e saída até às 17:00 hs; no horário de verão a entrada é das 9:00 às 13:00 hs e a saída até as 18:00hs. Só é permitida a entrada com acompanhamento de guia. A unidade possui atrativos de rara beleza como a Cachoeira Salto I e II – Pedreiras, Carioquinhas ,  os Cânions e a bela vista do jardim de Maytréa no  trajeto Alto Paraiso/São Jorge -GO 239,  além da sua flora (buriti e várias outras espécies do cerrado) e fauna (lobo-guará, seriemas, emas, tatus, urubu rei, entre outros). Não existe área de camping na unidade, mas na Vila de São Jorge existe campings, pousadas e hotéis.

A região está inserida na Unidade de Relevo do Planalto Central, com solos Litolicos, Latosolos e Cambisolos. A unidade está em terras que oscilam entre 1.400 e 1.700 m, restos de uma antiga superfície de aplainamento denominada Chapada dos Veadeiros, um espinhaço que atua como divisor de águas da bacia dos rios Maranhão e Paraná, e que constituem o  pediplano mais alto que se encontra no Brasil Central. Da Chapada dos Veadeiros, no Planalto Central brasileiro, vertem águas formadoras de grandes bacias hidrográficas. A região  é área de captação e distribuição de águas das chuvas, que se concentram apenas em uma parte do ano, e abriga centenas de nascentes que mantêm um fluxo hídrico fundamental para a regularidade e vazão de rios.

Segundo o Mapa de Vegetações do Brasil (IBGE, 1993) o Parque apresenta vegetação de Savana-arborizada, Savana Gramíneo-lenhoso e de tensão ecológica (área de contato entre a savana e a Floreta Estacional). O termo Savana, é uma denominação mundial de  regiões com vegetações fisionomicamente semelhantes ao Cerrado. Portanto, a vegetação típica em toda área do Parque é a do Cerrado,  que na sua maioria, representado por diversas fitofisionomas, como campos limpos, campos sujos e veredas acompanhadas de Matas Ciliares ao longo dos cursos d’água.  O Cerrado apresenta como característica o grande número de endemismo vegetal. Nos campos e veredas, existem belíssimas formações da palmeira buriti (Mauritia flexuosa), que acompanham lugares úmidos, desde as nascentes, prosseguindo por brejais e cursos d?água.

Fauna bastante variada, porém merecem atenção especial o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus). Das aves podemos citar a ema (Rhea americana), urubu-rei (Sarcoramphus papa) e várias espécies de gaviões, entre os quais destaca-se a águia-cinzenta (Harpyalaetus coronatus). Existem registros do raríssimo pato mergulhão (Mergus octocetaceus), espécie criticamente ameaçada de extinção.

A unidade possui alguns usos conflitantes, como: fogo, caça predatória, extração ilegal de madeira e mineral no nordeste do parque (Nova Roma); falta de práticas que promovam a conservação do solo e o fogo que é provocado pela vizinhança, afetando muitas vezes, a área do parque. Especulação imobiliária na zona de amortecimento.

O Parque beneficia a Vila São Jorge,  que localiza-se na sua entrada com os serviços indiretos que advém da sua visitação, tais como: camping, restaurantes, hotéis e serviço de guias para população local e outras cidades na zona de amortecimento como: Cavalcante, Alto Paraíso e Colinas, onde houve aumento do turismo após o ano de 2000..

Ibama – www.ibama.gov.br