As baleias são os maiores animais que existem no mar. Esses gigantes aquáticos podem ser encontrados em todos os oceanos e mares da Terra. Para suportar o frio das águas polares, apresentam espessa camada de gordura embaixo da pele. E já que estamos falando das características físicas das baleias, vale dizer que o corpo desses animais é totalmente adaptado para facilitar o movimento dentro d’água. A pele, por exemplo, é lisa e sem pêlos para eliminar o atrito com a água e permitir deslocamentos rápidos. Existem espécies que nadam à velocidade de 35 quilômetros por hora. Além de ótimas nadadoras, as baleias também sabem explorar o fundo do mar. Todos os anos, antes de o inverno chegar ao Ártico e à Antártica, as baleias começam a se mover em direção ao Equador para acasalar e ter filhotes.
A Ordem Cetácea divide-se em três Subordens:
Archaeoceti – grupo extinto que deu origem aos cetáceos modernos.
Mysticeti – grandes baleias com barbatanas em vez dos dentes, que possuem apenas na fase embrionária. As barbatanas são estruturas córnas semelhantes às das nossas unhas; sua parte anterior é macia e a posterior se constitui de franjas que filtram os alimentos. Os orifícios respiratórios são dois, situados no alto da cabeça.
Odontoceti – cetáceos com dentes. Incluem o maior número de espécies e algumas podem ser fluviais. Em geral, os dentes são iguais (homodontia) uma só dentição; o número de dentes, de acordo com as espécies, é variável: de 2 a 220. Apresentam um único orifício respiratório, no alto da cabeça. Os nomes colocados após o nome científico indicam o cientista que descreveu pela primeira vez a espécie. As silhuetas junto das legendas indicam o tamanho relativo entre os animais.
Baleia-de-bryde (Balaenoptera edeni)
Vulgarmente conhecida como espadarte, rorqual-de-bryde. Família Balaenopteridae. É encontrada em águas tropicais e subtropicais de todos os oceanos. O comprimento máximo registrado é o da fêmea com 15,50m. O peso médio é de 16.000 a 18.500 kg. Geralmente, é solitária ou vive aos pares. Alimenta-se de krill e de peixes que formam cardumes, como anchovas e arenques. Para comer, chega a mergulhar até 300m.
Cachalote (Physeter macrocephalus)
Pertence a família Physeteridae. Pode ser encontrado em todos os oceanos, entre 60º N e 70º S. O comprimento máximo é de 18,30m para o macho e 12,50m para a fêmea. O peso médio do macho é de 45.000 kg e o da fêmea, 20.000 kg. Vivem em grupos de até 50 indivíduos, porém há solitários. Provavelmente, é o cetáceo que mergulha mais fundo, podendo passar de 2.000 m e permanecer submerso por mais de uma hora. Seu alimento principal é a lula, que procura a grande profundidade. Pode comer lulas de grande porte. Alimenta-se também de polvos, raias, tubarões, peixes e crustáceos. No Brasil, sua distribuição abrange uma grande faixa de nosso litoral, desde o Rio Grande do Sul até a região Nordeste, onde são comuns os encalhes. Características: é um animal robusto. A cabeça é muito grande e tem forma retangular. Na parte superior frontal da cabeça, encontra-se o órgão que produz o espermacete, substância que é importante para compensar a variação de pressão em mergulhos profundos e manter o equilíbrio do animal. A mandíbula é muito estreita e pequena, posicionada na parte ventral da cabeça. Entre as nadadeiras dorsal e caudal existem várias ondulações. A pele da parte posterior do corpo é enrugada. Sua coloração é escura e uniforme, indo do cinza ao marrom. . O orifício respiratório fica situado à esquerda da linha central e a frente da cabeça. Por isso, o borrifo do cachalote é típico : projetado para frente e para a esquerda e pode alcançar de 2m a 5m de altura.
Cachalote-pigmeu (Kogia breviceps)
Comprimento: máximo: 3,7m. Peso: máximo: 408kg. No Brasil, há registros no Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Fernando de Noronha. Características: coloração dorsal cinza-azulado, clareando em direção à barriga, que é branca ou rosada. Há marcas brancas atrás dos olhos.
Baleia-bicuda-de-cuvier (Ziphius cavirostris).
Pertence a família Ziphiidae. É cosmopolita, encontrada em todos os oceanos do mundo, em águas tropicais e temperadas. O comprimento máximo registrado é de uma fêmea com 7,50m e um macho com 7m. O peso médio é estimado em 3.000kg. Vive em grupos de três a dez indivíduos, mas forma grupos de até 25 exemplares. Pode realizar mergulhos profundos e ficar submersa por mais de 40 minutos. Sua dieta é basicamente de lulas, peixes de águas profundas e ocasionalmente de crustáceos.
Falsa orca (Pseudorca crassidens)
Comprimento: o comprimento máximo registrado para machos e fêmeas é de 6,1m e 5,6m, respectivamente. Peso: machos podem pesar até 2,2 toneladas e fêmeas chegam a pesar 1,1 tonelada. Distribuição geográfica: no Brasil, existem registros no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Paraíba. Características: o corpo é longo e delgado. Cabeça pequena e de forma oval, sem rostro definido. Sua coloração é quase toda preta, interrompida apenas por uma mancha cinza-clara em forma de âncora, no ventre (entre as nadadeiras peitorais), e por outras manchas claras que podem existir nos lados da cabeça. Suas nadadeiras peitorais são estreitas e extremidades pontudas. A nadadeira dorsal situa-se no centro do dorso e é alta e falcada. Apresenta de 16 a 22 pares de grandes e grossos dentes.
Baleia-piloto-de-aleta-longa (Globicephala melas)
Comprimento: entre 3 e 7,6 metros. Peso: entre 1 e 4 toneladas. No Brasil há registros de encalhes em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Características: cabeça em formato de globo sem rostro definido. Nadadeira dorsal grande e falcada localiza-se próxima a cabeça, as peitorais são longas e em form de bumerangue. A coloração é predominantemente preta com uma mancha branca na barriga.
Cachalote-anão (Kogia simus)
Comprimento: adultos atingem 3,7 metros. Peso: pesam 210 kg. Distribuição geográfica: distribuem-se amplamente em zonas tropicais até zonas temperadas quentes, são oceânicos. Características: o cachalote-anão apresenta a boca posicionada ventralmente, de maneira parecida com a de um tubarão. Na cabeça, existe o órgão do espermacete, similar ao do cachalote. Possui pequenos sulcos irregulares na região da garganta.
Orca (Orcinus orca)
Popularmente chamada de baleia-assassina. Pertence a família Delphinidae. Desde a Antártida até o Ártico, ocorre em todos os oceanos. Nos machos, o comprimento varia de 5,20m a 9,70m, com mais de 8.000kg de peso, e nas fêmeas de 4,50m a 8,50m, com 4.000kg de peso. É basicamente animal gregário, formando grupos de até 100 indivíduos. Pode nadar à velocidade de 4 km/h. Tem dieta bastante variada: peixes, como o salmão, pinípedes, pinguins, outras aves marinhas e tartarugas.
Baleia-piloto-de-aleta-curta (Globicephala macrorhynchus)
Comprimento: entre 5,5 e 6,1 metros. Peso: entre 1 e 4,5 toneladas. Distribuição geográfica: no Brasil há registros no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e São Paulo. Características: cabeça em formato de globo sem rostro definido. Nadadeira dorsal grande e falcada localiza-se próxima a cabeça, as peitorais são curtas. A coloração é predominantemente preta com uma mancha branca na barriga. Possui de 14 a 18 pares de dentes.
Baleia-jubarte (Megaptera novaseangliae)
Família dos Balenopterídeos. Subordem dos Misticetos,. Ordem dos Cetáceos. Popularmente chamada de baleia-cantora, baleia-corcunda, baleia-preta. Forma grupos de dois a três indivíduos e é muito encontrada sozinha. Nos períodos de migração, não se alimenta e consome as reservas de grossas camadas de gordura que armazena nas áreas de alimentação, próximas dos pólos. Alimenta-se principalmente de krill, de outros crustáceos e de pequenos peixes que formam cardumes. Uma característica marcante da espécie são as nadadeiras peitorais extremamente longas, que atingem quase 1/3 do comprimento total do corpo. As fêmeas, um pouco maiores que os machos, podem alcançar 16 m de comprimento e pesar 40 toneladas. Quando em fuga deslocam-se a velocidades de até 27 km/h. São observadas normalmente em pares de fêmeas com filhotes acompanhadas de machos adultos (escorts). Estes competem pelo acesso às fêmeas em idade de reprodução.
As jubartes realizam migrações sazonais entre áreas de alimentação em altas latitudes, e área de reprodução e cria em regiões tropicais. No Atlântico Sul Ocidental, a principal área de reprodução desta espécie é o Banco dos Abrolhos, no litoral sul da Bahia. Nos meses de julho a novembro, estas baleias procuram as águas quentes, tranquilas e pouco profundas de Abrolhos para acasalar e dar à luz a um único filhote, que nasce após uma gestação de aproximadamente 11 meses
Baleia-franca (Eubalaena australis)
Tamanho: 15 metros e 100 toneladas. Pertence à família dos Balenopterídeos, subordem dos Misticetos (baleias de barbatanas). É, entre os cetáceos que freqüentam os mares do Brasil, um dos mais fáceis de se observar, pois aproxima-se da costa à distância de até 100 m, na época de reprodução e criação dos filhotes, que vai geralmente de junho a novembro. Dóceis e lentas, foram caçadas até quase a extinçãoExiste uma população do hemisfério Sul e outra setentrional (ver Baleia). Classificação científica: É a espécie Eubalaena australis. Alguns especialistas consideram distinta a espécie do hemisfério Norte, que seria Eubalaena glacialis.Identificação: o “esguicho” característico em formato de “v”; possuem calosidades ou “verrugas” no alto e nas laterais da cabeça, as quais propiciam a formação de colônias de espécies de “cracas” que lhes dão uma cor esbranquiçada visível a distância.
O período reprodutivo dá-se principalmente no litoral sul brasileiro e no litoral da África do Sul entre junho a dezembro, quando há acasalamentos e nascem os filhotes frutos do acasalamento do ano anterior. Os filhotes nascem com cerca de 5 metros de comprimento e pesam de 4 a 5 toneladas. Antes a proibição da caça têm-se notado também o aumento do acasalamento nestas regiões, bem como do nascimento de filhotes. As baleias-francas alimentam-se de pequenos crustáceos como o “krill” usando as barbatanas da boca como filtro, consumindo toneladas destes pequenos animais em poucos dias. A área de alimentação não é conhecida, mas sabe-se que fica na região antártica. Interessante notar é que s baleias-franca não se alimentam quando estão na fase de reprodução, consumindo as reservas adquiridas.
Baleia-azul (Balaenoptera musculus)
Família Balaenopteridae. Cosmopolita, ocorre em todos os oceanos. É o maior animal vivo da Terra e provavelmente o maior ser vivo de todos os tempos. O comprimento dos machos é de 25 m e o das fêmeas 27 m. Há registro de uma fêmea com 32 m e outra com 30m. Pesando respectivamente 136.000kg e 160.000 kg. Os filhotes nascem com cerca de 7 m e 2.500kg de peso. Vive em grupo de dois a três indivíduos. Pode nadar a até 30 km/h. Comunica-se por sons. Alimenta-se preferivelmente de krill, podendo cunsumir até 8.000 kg num dia.
Baleia-minke (Balaenoptera acutorostrata)
Pertence a família Balaenopteridae. Vive em oceanos tropicais, temperados e frios. É o menor dos balaenopterídeos: o máximo de comprimento registrado para a fêmea é de 10,70m e para o macho, 9,90m. Não é gregária, geralmente encontram-se animais solitários, aos pares ou trios. Alimenta-se principalmente de krill, pequenos peixes de cardumes e copépodes.
Baleia-sei (Balaenoptera borealis)
Pertence a família Balaenopteridae. Evitando as regiões polares, ocorre em todos os oceanos do mundo. O comprimento máximo do macho é de 17,70m e o da fêmea, 20m. O peso médio é de 20.000 a 30.000 kg. Alimenta-se em águas próximas de superfície, por isto não costuma mergulhar fundo. É o mais rápido dos balaenopterídeos. Sua dieta é de copépodes, krill, lulas e pequenos peixes.
Baleia-fin (Balaenoptera physalus)
Família: Balaenopteridae. Vulgarmente conhecida como rorqual, rorqual-de-aleta. É mais freqüente em águas temperadas, árticas e antárticas do que nas tropicais. O comprimento médio dos machos é de 21m e o das fêmeas, 22,30m. O maior comprimento registrado no hemisfério sul foi de 26,80m. Pesa em média 45.000kg. Apesar do tamanho, esta baleia lança-se completamente para fora da água. Esse comportamento parece estar relacionado com comunicação, que é também feita por emissão de sons de baixa freqüência, estalos e cliques ultra-sônicos. Esses sons podem ser ouvidos até a 25 km. Desloca-se até 32 km/h e é a segunda colocada em velocidade. Alimenta-se de krill, copépodes, outros invertebrados, arenques, pequenos peixes e ocasionalmente de lulas
Redação Ambientebrasil