Tecnologia de atmosfera modificada
O processo consiste em substituir o ar que envolve o produto que se deseja conservar ou envasar por um gás ou mistura de gases de pureza alimentar, o qual (ou os quais) ofereça(m) melhores condições para a manutenção da qualidade física, química e microbiológica do produto, por um período de tempo maior. Tal processo pode aumentar ainda a resistência mecânica das embalagens.
Principais vantagens:
- Aumento da vida útil dos produtos nas prateleiras entre duas e cinco vezes quando em comparação com as embalagens comuns.
- Preservação da cor, forma e textura do produto, o que permite sua apresentação em embalagens atraentes, que não o escondem da visão do consumidor.
- Aumento da resistência mecânica da embalagem, o que evita a deformação do produto e previne a aderência normalmente causada pela embalagem a vácuo.
- Redução no uso de conservantes químicos, possibilitando preservar todas as características do produto.
Aplicações dos gases para embalagem
Nitrogênio (N2)
É usado para remover e substituir o oxigênio antes do fechamento da embalagem, principalmente para prevenir oxidação de pigmentos, rancificação de gorduras, reações de escurecimento. É um gás inerte, inodoro, pouco solúvel em água e gorduras e não possui nenhuma propriedade bactericida ou fungicida.
Dióxido de Carbono (CO2)
É um agente bactericida e fungicida que desacelera o crescimento e reduz a proliferação de bactérias aeróbicas e mofo, especialmente na ausência de oxigênio. É efetivo em uma concentração acima de 20% na atmosfera e é bastante solúvel em água e gorduras. Pode provocar a retração da embalagem, devido a sua alta solubilidade em água e gordura, o que é desejável nos casos em que se deseja, por exemplo, minimizar o efeito de estufamento em algumas embalagens.
Oxigênio (O2)
Em algumas aplicações é usado como elemento constituinte de uma mistura. Particularmente no caso das carnes vermelhas, a presença do oxigênio na mistura ajuda a manter a cor avermelhada, tão atrativa nos pontos de venda. Também previne a proliferação de organismos estritamente anaeróbicos, como no caso do peixe fresco.
Transporte de Alimentos com CO2
A otimização da operação logística de produtos alimentícios resfrigerados e congelados passa necessariamente por um controle rigoroso de tempo e temperatura de forma a garantir a cadeia do frio em todos os níveis. O controle da temperatura, durante o transporte, constitui fator preponderante para a manutenção da qualidade dos produtos transportados e conseqüentemente, proporcionar a segurança do consumidor final.
O CO2 na forma de gelo seco
O uso do pellets é particularmente simples e tem a vantagem de não requerer nenhum investimento em sistemas mecânicos de refrigeração. Sua utilização consiste em colocá-lo dentro do contêiner isolado termicamente juntamente com os produtos a serem transportados. A quantidade de gelo seco a ser utilizada dependerá da temperatura e do tempo de transporte.
O CO2 na forma de neve carbônica
Normalmente utilizado em caixas de embarque simples como caixas plásticas, papelão ou isoladas termicamente. Sua utilização constitui-se na aplicação da neve carbônica sobre os produtos antes da embalagem ser fechada e transportada para o embarque ou quando se deseja abaixar a temperatura do produto na embalagem, antes de entrar na câmara de armazenagem. A quantidade de neve a ser utilizada está em função da temperatura desejada, do tempo de transporte ou de armazenamento e da especificação de isolamento da embalagem.
Sistemas automáticos de resfriamento e controle de temperatura
Sistema com gelo seco
Esta opção está associada principalmente a veículos pequenos com rotas de distribuição urbana fracionadas. O gelo seco é colocado em um recipiente, na parte superior frontal do baú de transporte de carga, acoplado a um sistema automático de controle de temperatura que aciona um dispositivo de ventilação forçada, permitindo a homogeneização da temperatura dentro do baú aos níveis desejados.
O consumo de gelo seco é calculado em função da temperatura desejada na carga, tempo de transporte e tipo de isolamento do baú de carga.
Vantagens do sistema:
- Baixo investimento
- Compacto e flexível para várias temperaturas;o CO2 é bacteriostático
- Manutenção simples
Sistema com CO2
Líquido e recipiente criogênico móvel. Consiste na adaptação de um recipiente móvel na parte interna ou externa ao baú de transporte, o qual armazenará o CO2 líquido e garantirá o fornecimento de neve carbônica para o controle da temperatura durante o tempo de transporte.
A refrigeração é obtida pela pulverização/injeção do CO2 líquido, que, passando a neve carbônica , abaixa a temperatura do baú aos níveis requeridos. Os bicos injetores são distribuídos ao longo do comprimento do baú em sua parte interna superior.
O controle de temperatura poderá ser manual ou automático através de sensores de temperatura que podem acionar a injeção do CO2 líquido.
É recomendável para situações de rota de longo percurso com veículos médios e distribuição urbana fracionada. Sua versatilidade e simplicidade permitem diferentes arranjos no posicionamento dos tanques de CO2 líquido.
Principais vantagens:
- Preservação da qualidade do produto
- Simplicidade de operação: basta somente ajustar o termostato e acionar o sistema
- Resfriamento imediato: a inércia térmica é virtualmente zero
- Manutenção mínima
- Preservação da qualidade do produto
- Garantia da Cadeia do Frio
- Baixo investimento
- Compacto
- Bacteriostático
A estação é composta por:
- Um reservatório de CO2 líquido
- Flexível de distribuição para o gás
- Pistola de injeção presa a um equilibrador de carga
- Sistema de extração de CO2 gasoso
O controle de injeção do gás carbônico é realizado automaticamente e considera os seguintes dados:
- As características do contêiner isotérmico
- O tempo de transporte
- A temperatura média de transporte
- A pressão do reservatório de CO2 líquido
Vantagens do sistema:
- Flexibilidade para diferentes temperaturas
- Substitui sistema de refrigeração mecânica
- Preserva a qualidade do produto
- Elevada a capacidade frigorífica : 150 calorias / kg
- Produto aprovado pela norma E 290 (européia)
- Dosagem otimizada do gás carbônico
- Propriedades bactericidas
Redação Ambiente Brasil