Programa de Educação Ambiental Plasticidade

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Introdução

A geração e a destinação do lixo tornaram-se uma das principais preocupações mundiais. Isso ocorre devido ao crescimento no consumo de produtos industrializados, aliado à elevada utilização dos materiais descartáveis e ao aumento populacional dos países em desenvolvimento, que se refletem no aumento do volume de resíduos gerados.

Para auxiliar no processo de conscientização e sensibilização da comunidade escolar em relação a essa problemática, a Pau-Brasil Educação e Gestão Ambiental criou em 1999 o Programa de Educação Ambiental PLASTICIDADE, com objetivo de incentivar a reciclagem do plástico por meio da implantação da coleta seletiva em escolas públicas e particulares do ABC paulista.

Patrocinado pela Plastivida / Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), o projeto visa formar indivíduos críticos e participativos no que se concerne às questões ambientais, estimulando a sensibilização e a conscientização de toda a comunidade escolar (pais, alunos, educadores, etc) quanto à temática dos resíduos sólidos, da coleta seletiva e da reciclagem do plástico bem como o seu reaproveitamento.

Todo o material reciclável gerado nas escolas atendidas pelo Plasticidade é coletado e encaminhado para as usinas de triagem Cidade Limpa e Coopcicla, cooperativas formadas por ex-catadores da cidade. Os materiais provenientes das escolas de São Bernardo do Campo e de São Caetano do Sul são encaminhados para a Usina de beneficiamento de materiais da APAE Mauá.

No seu primeiro ano, o trabalho foi desenvolvido em duas escolas de Santo André: Escola Estadual Prof. “Hermínia Lopes de Lobo” e o Colégio Stocco, substituído em 2000 pela Escola Estadual ”Antônio Francisco Pavanello”. No ano seguinte, em 2000, passou a abranger cinco escolas da região. Em 2001, seis. Atualmente, atende a dez escolas envolvendo cerca de 300 educadores, 11 mil alunos e 160 funcionários (secretaria, faxina, cantina, etc).

Escolas Participantes:

  • Escola Estadual Profª Hermínia Lopes Lobo (Santo André)
  • Escola Estadual Antônio Francisco Pavanello (Santo André)
  • Colégio Gradual (Santo André)
  • Externato Rio Branco (São Bernardo do Campo)
  • Colégio Quarup Novo Mundo – Unidades I (São Caetano do Sul)
  • Colégio Quarup Novo Mundo – Unidades II (São Caetano do Sul)
  • Arbos (São Bernardo do Campo)
  • Escola Estadual Joaquim de Carvalho Terra (Santo André)
  • Emeief – Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Vila Marina (Santo André)
  • Emeief – Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Vila Linda (Santo André)

Atividades Desenvolvidas:

1999

  • Esquete teatral “Cada coisa em seu lugar”, tratava amplamente a temática reciclagem
  • Oficinas mensais de arte-educação e reciclagem com os alunos
  • Atividades extra-classe com os alunos (gincanas, jogos, etc.)
  • Reuniões periódicas com os educadores

2000

  • Seminários com educadores
  • Seminários com alunos de 5º à 8º série do ensino fundamental
  • Workshops com educadores
  • Visitas à Usina de Triagem e Reciclagem de Papel de Santo André com alunos e educadores
  • Oficinas de arte-educação e reciclagem com alunos de 1º à 4º série do Ensino Fundamental
  • I Encontro das escolas participantes

2001

Durante o ano, foram realizados quatro módulos com os educadores para o desenvolvimento de atividades pedagógicas não-convencionais (fotografia, música, dança) como instrumentos de educação ambiental.

  • Módulo I – Agenda 21 na escola
  • Módulo II – Oficina de resgate histórico fotográfico
  • Módulo III – Utilização de maquetes como instrumento na educação ambiental
  • Módulo IV – Meio ambiente, Som e Imagem
  • II Encontro das escolas participantes

2002

Realização de 4 módulos com os educadores durante o ano com o objetivo de estimular o desenvolvimento de projetos ambientais dentro da escola.

  • Módulo I – Introdução ao tema resíduos sólidos assim como discussão sobre o gerenciamento dos resíduos dentro da escola.

A partir do módulo I, cada escola escolherá o tema de será trabalhado nos próximos 3 módulos. Os temas são: Agenda 21, arte-educação, Música e dança, jornal de meio ambiente e teatro como instrumento da educação ambiental.

  • Módulo II – Tema escolhido pela escola
  • Módulo III – Tema escolhido pela escola
  • Módulo IV – Tema escolhido pela escola

Encontro das escolas participantes

Objetivos do Trabalho

Problema Atacado

  • A não-existência de um programa de coleta seletiva nas escolas públicas e particulares do ABC paulista.
  • A falta de um programa de educação ambiental com a temática “lixo” nas escolas.
  • A falta de subsídios teóricos e práticos para o educador trabalhar a questão ambiental em sala de aula de forma interdisciplinar

Plano de Ação:

  • Seleção das escolas a serem incluídas no programa.
  • Reuniões com a equipe de diretores e coordenadores pedagógicos para a apresentação do projeto e da proposta de trabalho a ser desenvolvido durante o ano letivo e saber se há interesse da direção e do corpo docente da instituição de ensino em participar do programa.
  • Reunião com professores para montar o cronograma de ações para o ano letivo.
  • Disponibilização de dez contêineres para cada escola a fim de possibilitar o início da coleta seletiva do material reciclável.
  • Treinamento de todos os funcionários das escolas envolvidas (limpeza, secretaria, cantina, etc.) com a finalidade de esclarecer dúvidas referentes aos processos da coleta seletiva dentro da escola.
  • Distribuição de material didático para educadores (apostila com conceitos ambientais, textos de apoio e sugestões de atividades) e alunos (livreto contendo textos explicativos sobre meio ambiente e curiosidades a respeito do assunto, além de ilustrações do mascote do programa, o PLASTILECO – boneco feito com garrafas PET ).
  • Visitações às salas de aula das escolas envolvidas no programa para esclarecer dúvidas, orientar os alunos sobre a separação dos resíduos dentro da escola e incentivá-los a participar da coleta seletiva e a montar um Posto de Entrega Voluntária (PEV), para que o lixo reciclável gerado em casa seja levado para a escola e encaminhado para reciclagem.
  • Realização de atividades com os educadores de todas as escolas envolvidas para fornecimento de subsídios teóricos e práticos sobre a temática ambiental a serem desenvolvidos em sala de aula e de incentivo para o desenvolvimento de ações
  • Reuniões periódicas para o esclarecimento de dúvidas e troca de experiência entre coordenadores ambientais e educadores durante o processo de desenvolvimento dos trabalhos.
  • Criação do Clube dos Defensores do Meio Ambiente, que incentiva os alunos a participar do processo de coleta seletiva e a fiscalizar a atuação dos outros segmentos da escola na separação dos materiais.
  • Encontro das escolas envolvidas no programa para o intercâmbio de experiências entre educadores, diretores e demais envolvidos, com a participação dos patrocinadores e palestrantes (técnicos e especialistas convidados) e entrega dos certificados.

Resultados Obtidos

Desde 1999, a coleta seletiva foi implantada em 10 escolas da região, atendendo indiretamente a toda comunidade escolar e aproximadamente 11.460 pessoas entre educadores, alunos e funcionários.

A separação do lixo dentro das escolas ocorre de forma simplificada, basta depositar os resíduos úmidos e secos em seus respectivos containeres. O material reciclável coletado é remetido para três usinas de triagem localizadas no ABC paulista.

Em Santo André, o material é encaminhado para as duas cooperativas formadas por ex-catadores de rua da cidade e integradas ao Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Cidade Limpa e Coopcicla, que contam, respectivamente com 110 e 80 cooperados. Cada um recebe, todo mês, com a renda proveniente da venda desses recicláveis, um salário mínimo além de uma cesta básica concedida pela Prefeitura.

Os resíduos gerados pelas escolas localizadas em São Bernardo do Campo e de São Caetano do Sul, cidades que não possuem sistema de coleta seletiva porta a porta, são encaminhados para a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Mauá. A instituição possui uma usina de triagem e beneficiamento de materiais recicláveis que emprega 16 funcionários. Cada um recebe um salário mínimo por mês. A renda obtida com a venda do material reciclado é revertida em recursos para as obras realizadas na própria APAE.

O material orgânico, que não é reciclado devido a não existência de usinas de compostagem na região, é encaminhado para aterros e continua sob responsabilidade das prefeituras.

Os resultados atingidos renderam ao Plasticidade menção honrosa, na categoria Natureza, concedida pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, com o prêmio Von Martius, instituído em 2000, sob o patrocínio da Henkel S.A, e realizado com o aval do Ministério da Cultura.

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