A Bromélia não é um mau Exemplo

Esclarecimento à População

A Sociedade Brasileira de Bromélias – SBBr – é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que reúne estudiosos, cientistas, admiradores, colecionadores e produtores de bromélias do Brasil e de outros países. Essas plantas, face o avanço da epidemia de dengue, se tornaram alvo de suspeitas como possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da moléstia. A presente nota visa esclarecer de vez a população sobre a veracidade das informações veiculadas na mídia.

A SBBr sustenta que as bromélias não são criadouros preferenciais. Mas, com o avanço da moléstia, à mercê de um enorme descuido das autoridades de saúde, a ordem agora é enfrentar o mosquito e não deixar que as bromélias sejam estigmatizadas e transformadas em bodes expiatórios.

Nesses dias em que a dengue fugiu ao controle, ninguém deve correr riscos. Preconiza-se hoje o sexo seguro, sempre com a camisinha, para se evitar a escalada da AIDS, mas não se condena o amor. Pois com as plantas é da mesma forma: vamos continuar tendo nossas bromélias, como é de direito de todos, mas sempre com a máxima responsabilidade.

A SBBr respeita a vida, por isto firmou em 2001 um termo de cooperação técnica com a Comlurb para pesquisar produtos capazes de eliminar as larvas de mosquitos e outros insetos nos tanques das bromélias. O fruto desta parceria foi a descoberta de soluções simples e eficientes que hoje beneficiam toda a população. Veja abaixo como cuidar das bromélias:

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Para pessoas que possuem poucas plantas em casa ou no apartamento:

  • Deverão ter sua água trocada pelo menos duas ou três vezes por semana;
  • A água deverá ser entornada sobre a terra ou longe dos ralos;
  • Regar as plantas com uma calda de fumo (fumo de rolo ou de cigarro colocado em dois litros d’água de um dia para outro ou fervido) ou com solução de água sanitária (uma colher de chá de sanitária para um litro d’água) duas vezes por semana;
  • Também se recomenda a aspersão de todo o ambiente onde as plantas estão com inseticida aerosol piretróide com propelente à base de água (evitar aqueles com querosene) duas vezes por semana;

Se possível, utilizar todas essas medidas em conjunto para segurança total.

Bromélias plantadas no chão, em residências ou condomínios: Recomenda-se o inseticida ecológico rural, da Natural Camp (tel: 0800-161131 – testado e aprovado pela Comlurb) que deve ser pulverizado uma vez por semana. Não há perigo para animais domésticos ou para o homem. Outras alternativas são os inseticidas comerciais, comercializados com recomendação agronômica, uma vez por semana. A SBBr recomenda o serviço realizado por empresas de manutenção profissional que tenham agrônomo responsável.

Os colecionadores e produtores de bromélias já realizam combate sistemático a pragas e, com isso, aplicam inseticidas com freqüência. Não há notificação de focos em qualquer desses estabelecimentos.

IMPORTANTE: Para acabarmos com o mosquito, o controle deverá ser permanente, quebrando o ciclo do mosquito. Os ovos do Aedes aegypti ficam viáveis por até 400 dias e, com isso, se não houver atenção até o ano que vem, ele retornará ainda pior em todos os focos conhecidos. 

A manutenção dos jardins e espaços públicos é responsabilidade do Estado ou do Município, a quem cabe decidir os produtos e técnicas a serem utilizados. Sabemos hoje que o combate a esses focos é possível e não obriga à destruição de plantas de qualquer natureza que são patrimônio público, ou seja, da população. A legislação ambiental protege as bromélias da natureza porque reconhece a sua importância nos ecossistemas. É crime ambiental, inafiançável, extrair ou destruir bromélias dos ambientes naturais!

Ninguém precisa se desfazer das suas bromélias. Elas são fonte de beleza e a natureza certamente agradecerá.

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2002.
Orlando Graeff
Presidente da SBBrs