A procura por um turismo onde o grande atrativo é a natureza e a relação do homem com o meio ambiente tem se intensificado cada vez mais. No Brasil, as áreas com grande potencial ecoturístico já foram mapeadas pela Embratur em conjunto com o Instituto de Ecoturismo do Brasil (IEB), e divididas em Pólos de Desenvolvimento de Ecoturismo.
Contrapondo-se ao turismo de massa, o ecoturismo atua com grupos pequenos, pela própria necessidade de reduzir o impacto nos locais visitados e garantir a sustentabilidade da principal fonte de renda da atividade: o ambiente natural. No entanto, os números começam a tomar proporções grandiosas, despertando a preocupação de governos e da sociedade civil organizada.
A preocupação do governo com o fortalecimento da atividade ecoturística se traduz em diversas iniciativas. Recentemente, o Ministério do Esporte e Turismo assinou um convênio para liberar recursos para o projeto Pólo de Ecoturismo do Brasil, que será implantado, inicialmente, em 14 pólos em todas as regiões do país.
O Governo Federal, cônscio de sua responsabilidade no processamento dessas matérias-primas para a modelagem de produtos ecoturísticos qualificados, promoveu estudos pormenorizados da realidade ecoturística brasileira, implementados no âmbito do programa Pólos de Desenvolvimento de Ecoturismo no Brasil.
Os pólos de ecoturismo são zonas geográficas localizadas em cada estado que apresentam atrativos naturais e culturais de interesse ecoturístico. Eles têm prioridade para investimentos do setor público e privado para o desenvolvimento da atividade turística. A implantação de pólos depende de planejamento, envolvimento das comunidades locais, conservação dos atrativos naturais e investimentos em infra-estrutura, equipamentos e serviços turísticos.
Os Pólos de Desenvolvimento do Ecoturismo
O Projeto Pólos de Desenvolvimento de Ecoturismo no Brasil, identificou localidades brasileiras onde a prática do ecoturismo vem ocorrendo e fez um inventário das características, das potencialidades e infra-estruturas de apoio disponíveis. Em todo o Brasil foram identificados 96 pólos, divididos pelas cinco regiões brasileiras.
O conceito de Pólo de Ecoturismo vai além da divisão meramente política de estados ou municípios. Para a Embratur, são considerados Pólos de Ecoturismo as áreas onde as atividades ecoturísticas já vêm sendo desenvolvidas com sucesso, promovidas por um número viável de agentes, ou em locais com potencial para esse tipo de turismo. Os pólos foram mapeados por ecossistemas, e por isso não necessariamente obedecem às delimitações dos estados.
- Região Norte
- Região Nordeste
- Região Centro Oeste
- Região Sudeste
- Região Sul
O Brasil é reconhecido internacionalmente pela profusão e combinação de fatores que o distinguem como país de maior potencialidade para o desenvolvimento do ecoturismo.
Olinda, em Pernambuco, um contraste da arquitetura antiga com a beleza do mar; Ouro Preto, em Minas Gerais, exemplo da arquitetura barroca; Congonhas, também em Minas Gerais, com as esculturas do maior representante da arte barroca, o mestre Aleijadinho; Pelourinho, em Salvador, na Bahia, com seus casarões coloniais, onde pode ser encontrada a Igreja de São Francisco, decorada em ouro.
E mais: São Luís, no Maranhão, o maior conjunto arquitetônico de origem portuguesa na América Latina; São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, ponto alto do Circuito Internacional das Missões Jesuítas; Lapinha, em Minas Gerais, Patrimônio Natural da Humanidade, uma imensa gruta com 511 metros de extensão e 40 metros de profundidade; Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, com 272 quedas d’água, com até 82 metros e altura; Brasília, a arrojada Capital Federal, cidade que exibe o belíssimo conjunto arquitetônico de Oscar Niemeyer.
Cabe aqui lembrar que o JORNAL ECOTURISMO, há alguns anos, levantou a bandeira para que fossem honrados com essa distinção a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, um dos orgulhos nacionais na Amazônia, e o Real Forte Príncipe da Beira, com suas muralhas de 10 metros de altura, 970 m² de área, no Estado de Rondônia.
Nos últimos anos, o Ecoturismo vem crescendo rapidamente, aumentando a procura por esse tipo de turismo, o número de publicações, de programas de TV, de órgãos ligados ao assunto etc. Segundo a Organização Mundial do Turismo, enquanto o turismo cresce 7,5% ao ano, o ecoturismo cresce mais de 20%.
Existem diversas hipóteses para tentar explicar o porquê de as pessoas estarem buscando esse tipo de atividade. As mais comuns são a preocupação com o meio ambiente, maior conscientização ecológica e uma maneira de fugir da rotina e do estresse dos grandes centros urbanos.
Estima-se que mais de um milhão de pessoas no Brasil pratiquem o ecoturismo, que deve empregar milhares de pessoas, através de, no mínimo, 10 mil empresas e instituições privadas.
Para que uma atividade se classifique como ecoturismo, são necessárias quatro condições básicas: respeito às comunidades locais; envolvimento econômico efetivo das comunidades locais; respeito às condições naturais e conservação do meio ambiente e interação educacional – garantia de que o turista incorpore para a sua vida o que aprende em sua visita, gerando consciência para a preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico.
O caminho ideal para o ecoturismo é o que se chama de desenvolvimento sustentável. Este conceito propõe a integração da comunidade local com atividades que possam promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e culturais.
Estação Ecológica de Itaimbezinho
Estação Ecológica de Paleorrota
Estação Ecológica de Bombinhas
Estação Ecológica de Juquitiba
REGRAS DE ECOTURISMO
· Procure sempre agências autorizadas a operar com ecoturismo.
· Verifique se o guia conhece a região e tem treinamento em primeiros socorros e salvamentos.
· Para lugares de mata fechada e/ou de difícil acesso, recomenda-se o uso de bússola e carta topográfica.
· Só pratique ecoturismo em trilhas oficiais, devidamente mapeadas.
· Avise familiares ou amigos sobre o passeio, informando o horário de início e previsto para o retorno.
· Mantenha em sua mochila um estojo com material de primeiros socorros.
· Jamais se aventure em trilhas com pessoas despreparadas ou com guias inexperientes.
· Use calçados e roupas apropriados para cada tipo de trilha.
· Leve telefone celular ou radiocomunicação, para solicitar socorro, caso seja necessário.
· Tenha, entre os seus apetrechos, apitos (eles são úteis na localização), lanternas e pilhas.
· Carregue sempre água e mantimentos adequados para praticantes de longas caminhadas, como barras de nutrientes.
· Se não tem experiência, procure trilhas com grau menor de dificuldade.
· Não, abuse da sua saúde com passeios que estão além do seu condicionamento físico.
Se por acaso você estiver perdido, faça o seguinte:
· Mantenha a tranqüilidade, procurando acalmar os mais nervosos.
· Marque o local de onde se encontra com sinais ou se utilizando de características do ambiente.
· Procure sempre o leito do rio, tendo como referência o barulho das corredeiras e cachoeiras.
· Permaneça próximo às margens do rio, facilitando o resgate.
· Redobre os cuidados para evitar acidentes que possam complicar ainda mais a situação de quem se encontra perdido.
· Jamais divida o grupo para buscar socorro ou a saída da trilha.
De circuitos históricos em Minas Gerais ao imenso planalto central do Brasil, o roteiro dos ecoturistas que viajam por estas terras pode ser interminável. Para facilitar o trabalho a EMBRATUR e o IBE identificaram os principais pólos ecoturísticos brasileiros. São lugares que já conseguiram obter certo sucesso com a exploração do turismo ecológico e possuem estrutura para receber os visitantes. Veja por região:
Região sul: a região sul é uma das mais visitadas do Brasil, principalmente pelas praias. No Rio Grande do Sul você pode encontrar o pólo ecoturístico da Serra Gaúcha; e o pólo da Região Central; em Santa Catarina temos o pólo ecoturístico do Planalto Serrano; da Ilha de Santa Catarina; e do Alto do Vale do Itajaí; no Paraná temos mais três pólos ecoturísticos, o do Paranaguá/Graciosa, dos Campos Gerais, e da Costa do Oeste.
Região Sudeste: em Minas Gerais temos o pólo das Grutas, Serras e Diamantes, a Zona da Mata, o Circuito do Ouro, as Terras Altas da Mantiqueira, a Canastra, e os Caminhos do Cerrado; no Espírito Santo temos os pólos de Itaúna, o Delta do Rio Doce, a Serra do Caparaó, e as Serras Capixabas; no Rio de Janeiro, um dos principais “portões de entrada” dos turistas no Brasil, temos os pólos ecoturísticos de Costa Verde, da Região do Itatiaia, o pólo Rio/Niterói, a Região Serrana, a Região dos Lagos, o Valo do Paraíba do Sul, e a Costa Doce; em São Paulo podemos encontrar os pólos do Alto do Paranapanema, as Serras Paulistas, a Região das Cuestas, o Vale do Ribeira de Iguape, o Vale do Paraíba do Sul, a Mantiqueira, o Litoral Paulista e os Grandes Lagos.
Região Nordeste: a região nordeste é hoje o destino preferido dos turistas estrangeiros, principalmente daqueles que buscam o turismo integrado a natureza. Lá você pode encontrar os pólos ecoturísticos: no Maranhão temos o pólo das Reentrâncias Maranhenses, do Patrimônio Histórico-Cultural do Maranhão, os Lençóis Maranhenses, as Chapadas e o Delta do Parnaíba que também engloba parte do Estado do Piauí; neste último ainda temos o Parque Nacional da Serra da Capivara, e o Parque Nacional Sete Cidades; no Ceará você pode visitar o pólo do Vale Monumental do Ceará, a Serra do Baturité, o Cariri, a Ibiapaba, e o Litoral Oeste e Leste; no Rio Grande do Norte temos o Litoral Norte e Leste, as Serras do Sul e do Sudeste, o Cabugi e o Seridó; na Paraíba temos os pólos ecoturísticos de João Pessoa, do Litoral Norte, da Serra da Borborema e o Sertão Paraibano; em Pernambuco além do famoso pólo de Fernando de Noronha, temos ainda o pólo do Litoral Norte e Sul, o Buique/Pesqueira/Venturosa, o Bonito/São Benedito do Sul, o Afogados da Ingazeira/Serra Talhada, e a Bacia do São Francisco; em Alagoas são encontrados os pólos ecoturísticos do Litoral Norte, da Zona da Mata, do Sertão Alagoano, e do Baixo São Francisco; em Sergipe, o menor Estado da federação, temos os pólos ecoturísticos do Sertão Sergipano do São Francisco, da Própria, da Contiguiba, do Agreste de Itabaiana, e do Litoral Sul; na Bahia temos os pólos ecoturísticos da Chapada Diamantina, da Costa dos Coqueiros, da Baía de Todos os Santos, da Costa do Dendê, da Costa do Cacau, da Costa do Descobrimento e da Costa das Baleias.
Região Centro-Oeste: abrangendo o planalto central brasileiro e a região do pantanal, temos os pólos ecoturísticos, em Goiás, da Chapada dos Veadeiros, de Pirenópolis, e do Parque das Emas; no Mato Grosso temos o Pantanal Norte, a Chapada dos Guimarães, e a Amazônia Matogrossensse; no Mato Grosso do Sul, você pode encontrar os pólos do Pantanal Sul e da Serra da Bodoquena.
Região Norte: esta é considerada a região do país com maior potencial ecoturístico embora esta atividade esteja ainda muito aquém do ideal para a região. Os pólos ecoturísticos da região norte são o Vale do Acre (AC),o Amapá (AP), o Amazonas (AM), Tapajós (PA), o Vale do Guaporé (RO), o Norte de Roraima (RR) e Cantão (TO).
Fontes: SESC e Embratur
www.infoescola.com
revistaecoturismo.com.br
www.bndes.gov.br