Nem todas as plantas são tão inofensivas e benéficas quanto parecem. Uma parte das ervas e flores comuns no solo brasileiro escondem venenos perigosos que, se ingeridos em demasia, podem até provocar a morte. As plantas de uso ornamental são as mais perigosas, pois atraem pela sua beleza e estão ao alcance de qualquer pessoa, principalmente das crianças, que são as maiores vítimas de intoxicação, e dos animais domésticos. Os efeitos tóxicos das plantas variam de acordo com as diferentes espécies, sendo comum náuseas, vômitos, diarréia, desidratação, etc.
Cerca de 60% dos casos de intoxicação por plantas tóxicas no Brasil acontecem com crianças menores de nove anos – 80% destes casos são acidentais. Os dados são do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas). A organização – criada para fornecer informações sobre os agentes tóxicos existentes e que funciona em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz – possui centros de atendimento e informações em 17 Estados brasileiros. De acordo com o Sinitox, em 1999, foram registrados 1.636 casos de intoxicação por plantas no Brasil, sendo que três deles culminaram com a morte dos pacientes. Uma das mortes resultou do uso de erva para indução ao aborto. Estes são os números mais recentes da entidade, já que os dados de 2000 ainda não foram tabulados. A intoxicação acontece, na maioria das vezes, por desconhecimento.
Além do socorro médico, quem trabalha nos Centros oferece o primeiro atendimento por telefone. Em casos de envenenamento infantil, mais freqüentes, a mãe informa o que a criança ingeriu, como ela está e então é indicado o que pode ser feito naquele momento. Dependendo da quantidade de plantas ingeridas e dos efeitos provocados, o paciente deve ser encaminhado ao posto médico mais próximo.
Telefones para Informações
Os Centros de Controle de Intoxicações funcionam 24 horas por dia e oferecem atendimento também por telefone. Os endereços e telefones por Estados podem ser informados pelos seguintes números:
Cidades | Telefones |
Curitiba – CIT/PR | 0800.410.148 |
Florianópolis – CIT/SC | (48) 331.9535 |
Porto Alegre – CIT/RS | 0800.780.200 |
Salvador – CIAVE/BA | 0800.284.4343 |
São Paulo – CEATOX/SP | 0800.148.110 |
São Paulo – CCI/SP | (11) 5011.5111 |
Algumas Recomendações:
1. Mantenha as plantas venenosas fora do alcance das crianças e dos animais domésticos.
2. Conheça as plantas venenosas existentes em sua casa e nos arredores pelo nome e características.
3. Ensine as crianças a não colocar plantas na boca e não utilizá-las como brinquedos (“fazer comidinhas”, “tirar leite”, etc.).
4. Não prepare remédios ou chás caseiros com plantas sem orientação médica.
5. Não coma folhas, frutos, sementes e raízes desconhecidas. Lembre-se de que não há regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas. Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta.
6. Tome cuidado ao podar as plantas que liberam látex (espécie de leite) provocando irritação na pele e principalmente nos olhos. Evite deixar os galhos em qualquer local onde possam vir a ser manuseados por crianças; quando estiver lidando com plantas venenosas use luvas e lave bem as mãos após esta atividade.
7. Em caso de acidente, procure imediatamente orientação médica e guarde a planta para identificação.
8. Em caso de dúvida, ligue para o Centro de Intoxicação de sua região.
Primeiros Socorros:
- Retire da boca o que resta da planta, cuidadosamente;
- Enxague a boca com água corrente abundante;
- Faça ingerir água, leite, clara de ovo;
- Examine a língua e a garganta para verificar a irritação causada;
- Procure um médico;
- Guarde a planta para identificação: informe-se sobre nome e características da planta.
Fonte: Sinitox – www.fiocruz.br/sinitox