Estação Ecológica Tripuí

Região: Sudeste

Estado: Minas Gerais

Município: Ouro Preto

Bioma: Cerrado e Floresta Atlântica

Área: 377 ha

Criação: Decreto n.° 157 (24/04/1978) e Decreto n.° 21.340 (04/06/1981)

Unidade de Proteção Integral

A palavra Tripuí, que nomeia o principal Córrego da Unidade, é de origem Tupi e quer dizer: Água de fundo sujo, por seu leito apresentar rochas e areias escuras devido aos xistos e filitos existentes. A Reserva possui um total de 16 benfeitorias do Estado, remanescentes da antiga Subestação de Fruticultura: 1 Portaria, 2 galpões onde funcionam o Centro de Pesquisas e Educação Ambiental, 1 Casa do Apiário e 4 Casas de funcionários da E.E.T., 3 casas de Aposentados da Secretaria da Agricultura em regime de comodato, 1 Alojamento de Pesquisadores, 1 Casa da Brigada de Incêndio e 3 Casas desocupadas necessitando reformas.

A E.E.Tripuí está inserida em uma região de domínio climático do tipo Subtropical Moderado Úmido, segundo Golfari (1975) e do tipo CWb, segundo a Classificação de Köppen. Este clima, com precipitações abundantes no verão, cujas médias variam de 1450 a 1800mm, aliado ao fator estrutural e litológico, foi o responsável pela conformação do relevo regional e local, caracterizado pelo alto grau de encaixamento da drenagem. As temperaturas são frias com a média anual variando de 17,5 a 18,5 oC, tendo sido registradas temperaturas inferiores a O oC nos meses mais frios, com ocorrência de geadas.

A cobertura vegetal apresenta-se inserida nos Domínios da Floresta Atlântica e dos Cerrados de forma diversificada, sendo formada por campos limpo e sujo de Cerrado, constituindo, em alguns locais, áreas antropizadas. A mata mesófila ocorre nos altos divisores do setor sul, médias e baixas vertentes destes divisores e nas vertentes dos limites norte e nordeste, com a presença de Candeiais de Vanillosmopsis erythropappa como enclaves e nas transições com áreas de campo, encontrando-se em diferentes graus de desenvolvimento. No setor sudeste, a cobertura vegetal encontra-se alterada, representada localmente por sucessões secundárias. A planície do Córrego Tripuí apresenta-se coberta por campos higromórficos, brejos permanentes e áreas sucessionais, alteradas pelas antigas áreas da Subestação de fruticultura.

Tendo sido criada para preservar o habitat natural do P. acacioi , já foram registrados na E.E.T. mais cinco espécies ameaçadas de extinção: o Pavó (Pyroderus scutatus ), a Tesourinha (Phibalura flavirostris ), o Macaco Sauá (Callicebus personatus ), a Lontra (Lutra longicaudis ) e o Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus ) que transita ocasionalmente na E.E.T.

No que se refere a Anfíbios e Répteis, foram registradas 24 espécies de anfíbios, sendo 3 da família Bufonidae, 10 da Família Hylidae, (sendo uma espécie nova ainda não descrita) e 11 da família Leptodactylidae. Dos Répteis também foram registradas 24 espécies: pertencentes a 8 famílias, sendo: 3 Teiidae, 2 Iguanidae, 1 Anguidae, 1 Amphisbaenidae, 13 Colubridae, 1 Leptotyphlopidae, 1 Elapidae e 2 Vipendae.

O estudo das Aves da E.E.T., ainda em andamento, está sendo feito pelo Clube de Observadores de Aves de Minas Gerais, e conta até o momento com 242 espécies, sendo o Pavó e a Tesourinha ameaçadas de extinção. 

A mastofauna ainda não foi estudada sistematicamente, mas dentre os registros já feitos nas trilhas e estradas, podemos citar: Quat c;”>Nasua nasua ), Veado-Catingueiro (Mazama americana ), Paca (Agouti paca ), Tatu-Galinha (Dasypus novemcinctus ), Caxinguelê (Sciurus aestuans ), Tapet c;”>Sylvilagus brasiliensis ), a Raposinha, O Macaco-Sauá (Callicebus personatus ) e o Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus ).
O casal de pesquisadores Eveline e Ernesto Marcus, descrevem a nova espécie de onicóforo, importante «elo evolutivo» entre os grupos dos Anelídeos e dos Artrópodos, o Peripatus acacioi , em homenagem ao Dr. Acácio, descobridor da espécie .

Em 1978 após mobilização do meio científico nacional e internacional e da população de Ouro Preto para a preservação da área, devido à existência do P. acacioi , foi criada em 24/04/1978 a Estação Biológica do Tripuí, pelo Decreto No. 19.157, assinado pelo Governador Aureliano Chaves, ficando a Implantação e Administra. Mudada a Categoria da U. C. de Estação Biológica para Estação Ecológica do Tripuí a fim da ser enquadrada na Lei Federal n0 6.902 de 24/04/81.

http://www.em.ufop.br/