O Amianto no Brasil
O Brasil está entre os cinco maiores produtores, consumidores e exportadores de amianto do mundo, havendo por isto um grande interesse científico a nível mundial sobre nossa situação. A maior mina de amianto em atividade em toda América Latina situa-se no município de Minaçu, no Estado de Goiás. Em 2008, a produção nacional de amianto crisotila foi de 290.000 toneladas de Amianto Crisotila e a média de aumento neste setor gira em torno de 5% ao ano.
Mais de 99% do seu uso é na indústria de cimento-amianto ou fibrocimento (telhas, caixas d’água etc.), menos de 1% em materiais de fricção (autopeças), cujo uso está em declínio – setor que investiu nos produtos de substituição por exigência do mercado internacional e das multinacionais montadoras para veículos novos e em pequeníssimas quantidades em outras atividades, sendo nas indústrias têxteis e nas químicas/plásticas.
O Amianto no Mundo
Além do Brasil, há outros países produtores de Amianto como, por exemplo, Canadá, Rússia, Zimbábue, Cazaquistão e Índia, entre outros e, somados produzem aproximadamente 2.100.000 toneladas/ano do minério, segue Ranking:
Países Produtores | Toneladas Exploradas /Ano |
Rússia | 920.000 |
China | 360.000 |
Brasil | 290.000 |
Kazakhstan | 210.000 |
Canadá | 200.000 |
Zimbabwe | 130.000 |
Outros | 15.000 |
Total | 2.125.000 |
Nos Estados Unidos, assim como também ocorre em outras nações industrializadas da União Européia, o amianto crisotila ainda é amplamente utilizado como componente de filtros para eletrólise no processo produtivo das indústrias de cloro-soda. Além disso, nos Estados Unidos, o amianto também é usado nas indústrias bélica e aeroespacial de maneira estratégica pelo governo.
Sem dúvida, se houver o banimento completo do amianto, implicações econômicas ocorrerão, até porque esta matéria prima é de ampla aplicação com inúmeras aplicações na vida moderna. A indústria poderá encontrar alternativas para sua substituição e muitas destas substâncias já se encontram em uso em outros países, porém, é importante ressaltar que pesquisas médicas indicam que os possíveis malefícios do amianto sobre a saúde são comuns à maioria das demais fibras. Ou seja, em dimensões e doses suficientes, as fibras alternativas podem ter efeitos nocivos semelhantes no tecido pulmonar. Por isso, estudos são necessários para que os efeitos dos produtos substitutos sejam conhecidos. Considerando esses aspectos, a Organização Mundial de Saúde publicou, em conjunto com a OIT – Organização Internacional do Trabalho e a ONU – Organização das Nações Unidas, o Critério de Saúde Ambiental 151, no qual recomenda: “Todas as fibras respiráveis biopersistentes devem ser testadas quanto à toxidade e à carcinogênese. Exposições a essas fibras devem ser controladas da mesma maneira que para o amianto”. Ou seja, produtos substitutos podem ter riscos semelhantes ou maiores do que os do amianto. (www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=1128134)
ABREA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS EXPOSTOS AO AMIANTO. Amianto ou Asbesto. Disponível em: