O ciclo do carbono é o processo pelo qual o o dióxido de carbono é recolhido da atmosfera, processado na litosfera pelas plantas, florestas e afins e na hidrosfera (oceanos) pelas algas, plânctons e outros organismo que possuam a capacidade de realização de fotossíntese.
Esse fenômeno é o que, por fim, consegue converter o dióxido de carbono em alimento para as plantas e liberar oxigênio e vapor de água na atmosfera reduzindo a temperatura do microclima em que se encontra, e também “filtrando” a atmosfera. Atualmente se sabe que apenas em determinadas condições esse fenômeno ocorre na litosfera e os oceanos conseguem decompor de forma bem mais eficiente o dióxido de carbono.
Além disso, também se sabe que o solo armazena cerca de três vezes mais carbono que a atmosfera. Em estudos realizados por diversos pesquisadores, em dois ambientes tropicais, a floresta e o cerrado, a perda pelo cultivo e manejo do solo em relação ao seu estado in natura para as florestas é de 43 para 28,5 ton (há elevado a -1) enquanto no cerrado é de 18 para 16 ton (há elevado a -1). Como pode-se constatar, a poluição e o desmatamento tendem a agir de forma diferenciada.
Por exposto, percebe-se que o solo é um importante sumidouro e fonte de CO² e o manejo inadequado de grandes regiões de solo tem um impacto crítico no processo atmosférico, por exemplo, em 10 anos de cultivo mais de 50% do carbono estocado no solo se perde para a atmosfera em forma de dióxido de carbono.
Tal processo de estocagem de carbono no solo, a partir de materiais em decomposição, além de reter, também é o formador de combustíveis fósseis como o gás natural e o petróleo. Esse processo ocorre desde os primórdios da formação da Terra.
No início de sua formação geológica, a terra era um lugar de atmosfera tóxica e alta concentração de gases como o dióxido de carbono, enxofre e metano na atmosfera. Com sucessivos fenômenos como o efeito estufa, que ainda perdura em nosso planeta e é um dos principais responsáveis pela diversidade da vida mantendo o clima global em uma média de 15°C (não houvesse tal fenômeno, a temperatura seria de cerca de -17°C). Com a dinâmica ocorrida, houve acúmulo de vapor de água e uma chuva de milhares de anos formou o que hoje conhecemos como oceanos onde surgiram as primeiras formas de vida. A partir disso, o fenômeno do efeito estufa não cessou e portanto tivemos o surgimento das áreas ecúmenos continentais, ou seja, o lugar em que vivemos hoje fora dos oceanos e onde a vida terrestre existe.
Existem diversas teses que afirmam que as eras glaciais, fenômeno que leva o planeta a um grande esfriamento é circular e ocorre em períodos entre 10 mil e 40 mil anos aproximadamente e que além disso, devido ao aquecimento global estaríamos impedindo um evento que seja natural, como se estivéssemos atrasados para um compromisso que seria inevitável, da mesma forma que outros pesquisadores e ecologistas afirmam que o aquecimento global seja também um fenômeno natural e inevitável. De uma forma ou de outra, qualquer uma das duas possibilidades assim como o aquecimento global e a mudança no equilíbrio fossem causados pela espécie humana em níveis mais avançados levariam possivelmente à extinção ou, ao menos, a mudança drástica da história humana nesse planeta.
Diversos elementos de ficção trabalham com essa possibilidade desde os devaneios de uma guerra nuclear, que nos levaria ao fenômeno do inverno nuclear (quando diversas bombas nucleares explodem levantando uma quantidade enorme de poeira e partículas bloqueando a luz solar, diminuindo o nível da fotossíntese e entrada de calor, causando a extinção em massa de toda vida na terra. O mesmo ocorreria com o choque de um grande esteróide, mas sem a radiação) até a possível reversão das probabilidades de uma era glacial instantânea como no filme “Um dia depois de Amanhã”. De qualquer maneira, as idéias existem na idéia humana para catástrofes como para paraísos, vale apenas o que se consome primeiro.
Por Marcelo Hammoud