As barragens propiciam a geração de energia hidrelétrica, o fornecimento de água, a regulagem das cheias e a irrigação. Mas, ao mesmo tempo, podem causar impactos ambientais em larga escala como a inundação de terras de plantio, florestas, jazidas minerais, cidades e povoamentos, a destruição do habitat de animais, plantas e pessoas, afetando as águas subterrâneas, a qualidade da água do rio, o microclima e a infraestrutura. Qualquer obra de engenharia altera as condições ambientais. As hidrelétricas, em particular, agridem os ecossistemas com a construção de obstáculos nos leitos dos rios (barragens), propiciando a formação de reservatórios. Áreas degradadas resultantes de obras hidrelétricas, via de regra, são provenientes de empréstimos para a construção de barragens e obras de apoio ou bota-foras. Também podem ser consideradas áreas degradadas, as áreas de tráfego pesado, britagem, estacionamentos, pátios de estocagem, etc.
A revegetação de obras de barragem requer técnicas adequadas, sendo importante observar a interação positiva entre adubação mineral com adubação verde, visto que nestas áreas de empréstimo foi removida toda a vegetação e a camada fértil do solo.
Objetivos da recuperação de áreas atingidas por barragens:
Evitar o carreamento do solo para o reservatório
Aumentar a resistência das margens à erosão pelo embate
Conservar a genética das espécies nativas
Dar sustentáculo à fauna terrestre e aquática
Formar paisagem
Controlar e erradicar endemias
Etapas da Recuperação
Reafeiçoamento do terreno
Proteção dos taludes
Terraceamento
Circulação interna
Recomposição de solo por cobertura
Estudos para a revegetalização dos solos, com a análise das dificuldades ligadas:
Aos solos
Ao clima
À vegetação circundante
Às informações dos organismos agronômicos locais (problemas locais específicos para a cultura dos vegetais)
Escolha das espécies
As espécies devem ser selecionadas baseadas nas características florísticas de formações florestais remanescentes dentro da própria microbacia e também de outras microbacias, mas com características ambientais semelhantes àquelas da área a ser revegetada.
Algumas espécies arbóreas recomendadas: Acacia meanrsii (acácia-negra), Acacia trinervis (acácia), Eucalyptus viminalis, Mimosa scabrella (bracatinga).
Algumas espécies rastejantes: Eragrostis curvula (capim chorão), Melinis minutiflora (capim gordura).
Plantio e condução das mudas
Abertura das covas
Adubação da terra retirada com o plantio afetuado após 30 dias
Controle das plantas invasoras
Nos dois primeiros anos, faz-se a adubação e o coroamento manual das mudas, sem retirar a matéria seca para manutenção da umidade e controle de infestação.
Ambiente Brasil