Na última década, a silvicultura brasileira tem se destacado não somente no cenário interno como também tem sido referência àqueles países cujos produtos florestais contribuem significativamente na geração de divisas.
A grande evolução tem sido baseada fundamentalmente pela introdução de novos materiais genéticos, expansão das fronteiras e adoção de novos métodos silviculturais. Dentro desta verdadeira revolução silvicultural ocorrida e da integração floresta/indústria, cresceu na mesma intensidade a demanda por matéria-prima de alta qualidade e a necessidade de adequação dos custos dentro da nova realidade.
Devido às grandes extensões territoriais onde se localizam os principais povoamentos florestais, muitos são os fatores biodiversos, como solo, clima, materiais genéticos, entre outros, que contribuem para o sucesso ou o fracasso de um empreendimento florestal.
Limpeza do Terreno
Estes custos são constituídos basicamente por operações de roçadas, decepas, aplicação de herbicidas pós emergentes, rebaixamento de tocos ou destocas, gradagens para trituração ou incorporação de resíduos, enleiramento, combate às formigas e queima (limitada somente a algumas situações).
A composição destes custos , incluindo insumos, mão-de-obra e horas de máquinas, gira em torno de R$ 250,00/ha.
Conservação e Preparo do Solo
Os custos de conservação do solo estão relacionados àquelas operações cujo objetivo é manter a vida e a integridade deste mesmo solo, principalmente no que se refere a danos provocados por erosões, perdas de nutrientes e degradação da matéria orgânica, cuja inobservância levará a seu empobrecimento e conseqüentemente à perda da produtividade futura.
Já os custos de preparo do solo constituem-se por operações que antecedem ao plantio, como as gradages leves ou pesadas, gradagem bedding, subsolagem ou ripagem, coveamento e sulcamento>
A soma destas operações pode ser executada por valores médios em torno de R$ 130,00/ha.
Plantio e Replantio
Os custos deste item são intimamente dependentes do material genético usado e do método de formação das mudas, acrescidos do custo da operação de plantio propriamente dito, incluindo-se a mão-de-obra e horas de máquinas para realizá-lo.
A alta tecnologia empregada para produção de mudas, aliada aos sofisticados métodos de sua produção, confere à operação de plantio um dos principais custos da formação florestal. Considerando-se que a maioria das empresas florestais já dominam o processo de produção de mudas pelo método da propagação vegetativa ou micropropagação e que este sistema onera significativamente o custo de formação em relação àquelas formadas diretamente a partir de sementes, pode-se considerar para fins desta análise uma composição de 50% das mudas em cada sistema.
A densidade de plantio, ou espaçamento, é outro fator que interfere diretamente nos custos; por isso, pode-se adotar o espaçamento médio de plantio entre 3×2 e 3x3m e um índice de reposição para replantio de 10% da população original.
Isto posto, os custos de plantio e replantio acarretam um investimento de aproximadamente R$ 350,00/ha.
Em relação à adubação, é a operação da formação florestal de maior divergência entre às empresas, devido basicamente as diferentes composições, fontes e dosagens dos insumos utilizados. Os principais insumos são de origem química, mineral e orgânica; este, proveniente de material vegetal ou resíduo industrial.
Adubações consideradas padrão para uma boa formação florestal acarretam um custo da ordem de R$ 350,00/ha.
Tratos Culturais
Os tratos culturais mais dispensados nos povoamentos florestais na fase da implantação são aqueles voltados à eliminação das ervas daninhas, cuja competição por água, luz e nutrientes compõe-se como o principal fator da perda da produtividade florestal.
O uso de herbicidas de uma forma geral tem sido a prática mais adotada para eliminação da “matocompetição”, vindo em seguida as capinas manuais ou mecânicas.
Estes custos representam uma parte significativa dos investimentos na formação florestal, girando em torno de R$ 340,00/ha.
Manutenção do Povoamento
São todas as operações que incidem após o período de implantação florestal. Normalmente ocorrem do segundo ao sétimo ano de idade do povoamento, também chamado de período de maturação florestal.
As principais operações neste período são o controle de pragas, readubações e controle de incêndios florestais.
No período de manutenção do povoamento (do 2º ao 7º ano), são investidos cerca de R$ 600,00/ha.
Considerações Finais
O termo silvicultura traduz perfeitamente seu significado, como sendo o cultivo de árvores, uma vez que para a obtenção de uma produtividade florestal satisfatória, devem ser empregadas uma série de operações, também denominadas de manejo intensivo e materiais genéticos de altíssimo valor agregado, desta forma nada devendo ao cultivo agrícola.
Percebe-se que são investidos para formação e maturação de um maciço florestal cerca de R$ 2.000,00/ha.
Redação Ambiente Brasil