O que se coloca, é a necessidade da formação de um educador capaz de refletir o conhecimento sobre a realidade, de atuar em conjunto com a sociedade num processo dialógico, respeitando a pluralidade e a diversidade cultural, fortalecendo a ação coletiva numa visão de Educação ambiental como um processo estruturante de novas relações entre homem e natureza e homens entre si.
Esse treinamento vem possibilitar a adoção de referenciais teóricos compatíveis para a realização de parcerias entre as várias Agências que atuam no RJ e as ONG’s. Além disso, este NEA, está desenvolvendo outro projeto “Caracterização da Mão-de-Obra na Atividade Pesqueira Artesanal relacionada à Captura do Caranguejo-uçá no Manguezal do Delta do Rio Paraíba do Sul”, o qual faz um perfil sócio – econômico e cultural das comunidades envolvidas na cata da espécie e a sua forma de se relacionar com os recursos naturais. Essa caracterização utilizará um enfoque de investigação social – a pesquisa participante – através da qual se busca a plena participação da comunidade na análise de sua própria realidade, com o objetivo de promover a transformação social para o benefício dos participantes da investigação.
Programa da PUC-Rio
A educação ambiental é um processo de transformação dos hábitos insustentáveis existentes na sociedade tendo como objetivo futuro a consolidação de costumes ambientalmente corretos e socialmente justos e solidários. Todas as temáticas desenvolvidas pela Agenda Ambiental da PUC-Rio necessitam ser acompanhadas de ações consistentes de educação ambiental, envolvendo a comunidade educativa como agente ativo e transformador do processo.
Alunos, professores e funcionários são os agentes ativos que transformarão as propostas de sustentabilidade em atitudes do cotidiano da Universidade. Esta participação será alcançada através de diferentes ações como campanhas, feiras, eventos, palestras, seminários, atividades culturais, fóruns, sítios na internet etc.
Essa mobilização visa estimular práticas sustentáveis, através de iniciativas voltadas para a qualidade de vida local, regional e planetária. São iniciativas comprometidas com o equilíbrio das relações do ser humano consigo mesmo, com a transcendência, com a sociedade e com a natureza.
As responsabilidades da sustentabilidade, apoiadas na educação ambiental, extrapolam os muros da Universidade, envolvendo atividades de extensão com as comunidades que habitam o vale da Gávea, os projetos municipais e estaduais e as comunidades carentes mais distantes. Grupos organizados, associações e escolas devem ser alvos de ações de educação ambiental, conservando sempre o Campus universitário como um espaço, um laboratório vivo, que possa ser utilizado como referência para os processos de sensibilização, conhecimento e práticas sustentáveis.
Visando incentivar, dar continuidade e expandir a educação ambiental no Campus , como base para a transformação dos hábitos da comunidade da PUC e dos transeuntes, sugerimos as seguintes diretrizes gerais:
Diretrizes
– Dar continuidade ao processo de estruturação do Campus da PUC-Rio, para que o mesmo possa ser cada vez mais transformado num grande laboratório vivo de educação ambiental.
– Estimular práticas sustentáveis no Campus.
– Estabelecer programas contínuos e específicos de educação ambiental para alunos, funcionários, professores, moradores da comunidade do entorno e a formação de agentes multiplicadores no município e no estado do Rio de Janeiro.
– Implementar ações simbólicas e operacionais que estimulem a participação da comunidade no processo contínuo de educação ambiental, como, por exemplo, um galpão de reciclagem, um barracão de trocas, pontos de carona solidária e visitas roteirizadas na área verde do Campus, no jardim de plantas bíblicas e na estação experimental.
– Estruturar linhas de pesquisa multidisciplinares voltadas para diferentes temáticas em educação ambiental formal e informal.
Metas
Curto prazo
– Mapear iniciativas sustentáveis e práticas relacionadas com a educação ambiental no Campus da PUC-Rio, buscando informações sobre o que se faz, quem faz e como faz, assim como resultados obtidos e perspectivas.
– Registro de Práticas Sustentáveis
– Incentivar, por meio de campanhas, o consumo consciente na Universidade.
– Incentivar, por meio de campanhas, o uso consciente de água na Universidade.
– Consumo Consciente
– Incentivar, por meio de campanhas, o uso racional de energia na Universidade.
– Incentivar, por meio de campanhas, a reciclagem na Universidade.
– Campanha – Coleta Seletiva de Papel
– Estimular a corona solidária na Universidade através campanhas de conscientização e ferramentas de web.
-Estimular através do barracão de trocas e de ferramentas de web a troca solidária.
– Incentivar, por meio de campanhas, o uso de bicicletas na Universidade.
– Continuar dando apoio à feira de produtos orgânicos no Campus.
Médio prazo
– Continuar a fazer o registro escrito das práticas sustentáveis realizadas dentro do Campus, no entorno da Universidade e nos projetos de educação ambiental da PUC-Rio com o município, o estado e as empresas públicas e privadas.
– Montar um acervo das publicações, CDs e DVDs dos projetos de Educação Ambiental realizados pela PUC-Rio, para que possa ser consultado pelos corpos docente e discente e público externo.
– Implementar estratégias de integração de professores que lecionam as inúmeras disciplinas voltadas para as questões ambientais, na perspectiva da construção de concepções e práticas acadêmicas que sejam transdisciplinares.
– Implantar uma feira de trocas no Campus.
Longo prazo
– Estimular a participação da comunidade no processo de implantação da Agenda Ambiental, integrando-a no Plano Diretor do Campus.
– Implementar sistemas participativos de cogestão ambiental do Campus da universidade.
– Visibilizar exteriormente a Agenda Ambiental da PUC-Rio como um instrumento pioneiro construído de maneira interdisciplinar e interdepartamental, voltado para a busca de soluções sustentáveis no nível local.
– Procurar apresentar a Agenda Ambiental da PUC-Rio como uma proposta de compromisso solidário da instituição com os valores da sustentabilidade global, tendo como meta a melhoria da qualidade de vida socioambiental do planeta.
Centros de Educação Ambiental, afinal de contas, o que são?
Temática que começa a despertar interesse na atualidade, falar sobre Centros de Educação Ambiental (CEAs) num país como o Brasil constitui, no mínimo, um enorme desafio. A presente Rede parte da concepção de CEA que considera como CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL toda aquela inciativa que contemple as quatro dimensões a seguir explicitadas:
Estas quatro dimensões seriam então a essência de qualquer Centro de Educação Ambiental (CEA):
1) Espaço Físico, Equipamentos e Entorno
2) Equipe Educativa formada de profissionais em número suficiente para a implementação das atividades propostas pelo CEA, com desejável caráter multidisciplinar e que busque atuar sempre de forma interdisciplinar; e
3) Projeto Político-pedagógico, no qual esteja explicitados qual a missão, objetivos e princípios do CEA, descrição das atividades realizadas, delimitação do público, procedimentos metodológicos, formas de avaliação da equipe e do próprio CEA, dentre outros pontos a serem contemplados no projeto do CEA.
4) Estratégias de Sustentabilidade: considerando que não bastam apenas dispor das três primeiras dimensões, mas o delineamento de um plano de sustentabilidade para qualquer iniciativa que se proponha um CEA nos parece fundamental.
Cabe ressaltar que não dispõe-se no Brasil de trabalhos que procuraram discutir tais questões acerca das possíveis concepções de Centros de Educação Ambiental. A presente Rede almeja fomentar um continuado debate inerente a estas questões, com o intuito de construirmos concepções de CEAs que representem a diversidade de iniciativas existentes no país e que estimulem diversas instituições que atuam no campo da Educação Ambiental a se pensarem como tal.
A concepção adotada por esta Rede é apenas um ponto de partida para esse debate, não se tratando de algo encerrado e consensuado.
Faz necessário comentar que há uma considerável diversidade de “tipos” de CEAs, que trazem consigo uma infinidade de denominações: Centros de Meio Ambiente, Núcleo de Educação Ambiental, Museus de Meio Ambiente, Centro de Visitantes, etc, o que configura maior complexidade ao estudo e à discussão desta temática.
Fontes:
www.redeceas.esalq.usp.br
www.nima.puc-rio.br
IBAMA
Fonte: Ibama