O Maranhão selecionou como pólo ecoturístico a Floresta dos Guarás, uma formação florestal situada no litoral maranhense, a oeste da capital, São Luís. É onde estão alguns dos mais extensos e bem conservados manguezais do Nordeste e, também, um ponto de grande concentração de ninhais e dormidouros de aves, com destaque para o guará, que dá colorido e nome ao lugar. A região integra a Área de Proteção Ambiental Reentrâncias Maranhenses, nos municípios de Cururupu, Cedral, Guimarães e Porto Rico.
A Floresta dos Guarás é recortada por baías e centenas de canais e furos. Navegar por esses canais é uma experiência comparável a singrar pelos rios e igarapés amazônicos. A fartura de peixes e caranguejos e os bandos de aves que se alimentam nos manguezais são prova da riqueza deste ecossistema. Além de aves e crustáceos, é comum avistar nos manguezais animais como o guaxinim e o macaco-prego. A presença do tralhoto, uma espécie de peixe que ocorre em grandes quantidades na região, é um atrativo curioso para os visitantes: seus olhos são divididos de modo que ficam com parte deles fora d’água, vigiando seus predadores, e a outra parte sob a água, procurando alimentos.
As aves são um espetáculo à parte: a Floresta dos Guarás é pouso seguro para aves como a garça-branca-grande, a garça-morena, os colhereiros, talha-mares, maguaris e martim-pescadores, bem como para espécies migratórias, como maçaricos e batuíras. Outra ave abundante na região é o papagaio-do-mangue, conhecido como curica, cuja algazarra, ao final do dia, ecoa pelos canais.
Os ninhais e os dormidouros, locais onde as aves buscam acolhimento para reprodução e para pernoitar, são pontos privilegiados para visitação. Os dormidouros podem ser alcançados por embarcações a remo ou à vela, que têm condições de se aproximar dos locais sem alarde. Os dormidouros mais interessantes para os ecoturistas são o Arquipélago de Maiaú e a Ilha do Porto do Meio, em frente à vila de Retiro. Conhecer esses lugares ao entardecer é uma experiência inesquecível.
As vilas tradicionais de pescadores da Floresta dos Guarás são atrativos adicionais muito interessantes. As atividades cotidianas dos moradores, sobretudo das ilhas, incluindo a feitura de suas embarcações e o retorno dos barcos após as pescarias, podem ser vivenciadas pelos visitantes. Os rústicos estaleiros artesanais, como os de Cururupu, são locais onde a tradição da construção naval se transfere de geração para geração.
Dois outros atrativos de destaque no pólo são suas praias, algumas com quilômetros de extensão em estado selvagem, e as dunas de areias brancas decoradas por lagoas de água doce nas ilhas de Lençóis e Bate-Vento. Embora menores que as formações dos famosos Lençóis Maranhenses, que ficam no litoral leste do estado, cenicamente a região apresenta belezas equivalentes. O pólo oferece ainda dois grandes faróis de navegação como atrações aos visitantes: o de Mangunça e o de São João, de onde tem-se um panorama espetacular das dunas da ilha de Bate-Vento, dos manguezais, das revoadas de aves e do mar aberto. A culinária regional tem como base peixes e frutos do mar frescos, generosamente disponíveis na região.
Como chegar
Capital do estado e portão de entrada do Pólo do Maranhão, a cidade de São Luís conta com aeroporto internacional que recebe vôos de diversas capitais brasileiras. O tempo de vôo entre Brasília e São Luís é de cerca de 2h30. O acesso à Floresta dos Guarás é feito por meio da MA-106, da qual saem outras estradas estaduais em direção aos municípios de Cedral, Cururupu, Guimarães e Porto Rico.
A diversidade da cultura popular do estado do Maranhão não encanta apenas quem é maranhense como também as pessoas que nasceram em outros estados. E é durante o período das festas juninas que a cidade de São Luís atrai o maior número de turistas. Como é o caso da gaúcha Noeli Capitanio que achou o Bumba Meu Boi muito bonito. “É bonito e bem diferente da gente de lá. As comidas são diferentes, a dança é diferente. A cultura está realmente aqui”.
Outra que também gostou muito das danças e dos ritmos dos sotaques maranhense foi a carioca Sheyla Galharde. Ela que nasceu no berço da cadência do samba garantiu que está se divertindo muito com as brincadeiras juninas típicas de quem nasceu no Maranhão. “A tradição é forte e muito legal. A gente está aproveitando muito a festa”.
E é nesse clima tão animado, regado a diferentes toadas e canções de quadrilhas que os arraiais viram uma espécie de happy hour para quem quer ver a tradição que vem de tão longe. O estudante Leonardo Franco, amante incondicional do Bumba Meu Boi, diz que a brincadeira ainda tem muito a ensinar e Le se orgulha de poder vivenciar toda essa tradição popular. “É reavivar forças porque é nossa cultura e é importante a gente vivenciar isso”.
A festa dos ritmos variados une todo mundo pelo o mesmo orgulho de preservar a cultura popular que só existe no Maranhão. Pelo menos é o que afirma o cantador do Boi de Pindaré, Mestre Castro. Para ele, a cultura não é apenas popular como também familiar, pois foi por meio de seus antepassados que ele aprendeu a amar a cultura do Maranhão. “Vem de família, vem dos nossos quilombos, do nosso bumba meu boi, do nosso tambor de crioula. Então, a gente quanto mais brinca a gente se sente feliz”.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente
http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2015/06/diversidade-da-cultura-popular-no-maranhao-atrai-turistas-sao-luis.html