Dez bons motivos para o consumo de alimentos orgânicos agroecológicos

Por Gabriel Raia Carneiro

1. Alimentos produzidos naturalmente (agroecológico, orgânico, biodinâmico) possuem compostos mais saudáveis, são muito mais nutritivos (em média 2,5 vezes mais nutrientes minerais) e conseqüentemente são mais saborosos. Sabor e aroma são mais intensos – esta é a simples razão pela qual muitos chefs procuram produtos orgânicos – na produção natural não há agrotóxicos ou produtos quíwmicos que possam alterá-los. Solos ricos e balanceados com adubos naturais produzem alimentos com maior valor nutritivo.

Dados: Pesquisadores americanos informaram, que produtos que se desenvolveram organicamente, possuem compostos mais saudáveis do que os produtos convencionais, talvez porque eles não foram expostos a pesticidas, e testes em grãos desenvolvidos sustentavelmente, como o milho orgânico, mostraram que eles contêm mais de 58% mais componentes polifenólicos que agem como antioxidantes e podem proteger as células contra danos que podem levar a doenças do coração e ao câncer. Alyson Mitchell, uma professora da Universidade da Califórnia, Davis, que conduz o estudo, disse: “Isto realmente abre as portas para mais pesquisa nesta área”. Sua equipe comparou níveis totais de polifenólicos e ácido ascórbico contidos em amoras silvestres, morangos, e milhos desenvolvidos organicamente, sustentavelmente e convencionalmente. A equipe descobriu que amoras silvestres desenvolvidas sustentavelmente ou organicamente contêm de 50 a 58% mais polifenólicos do que as colheitas desenvolvidas convencionalmente nos terrenos da vizinhança. Morangos congelados desenvolvidos sustentavelmente apresentaram 19% mais polifenólicos do que a fruta convencional.

2. Saúde garantida (sem Organismos Geneticamente Modificados, sem pesticidas, sem antibióticos, sem hormônios). Evita-se problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas. Pesquisas e estudos têm demonstrado que os agrotóxicos são prejudiciais ao nosso organismo e os resíduos que permanecem nos alimentos podem provocar reações alérgicas, respiratórias, distúrbios hormonais, problemas neurológicos e até câncer.

Dados: Um relatório da Academia Americana de Ciências, de 1987, calculou em 1,4 milhões de novos casos de câncer por ano no mundo são provocados somente devido ao uso de pesticidas. Estudos feitos sobre os efeitos hormonais dos organoclorados, dioxinas e outras moléculas de agrotóxicos mostram que elas imitam hormônios presentes no homem e na mulher. Esses hormônios participam decisivamente na determinação do sexo do feto de qualquer espécie, com isso, o filho de uma mãe contaminada com inseticidas, fungicidas e herbicidas, poderá nascer com deformações nos órgãos reprodutivos, ou possuir outras seqüelas incorrigíveis, devido o desbalanço hormonal de sua mãe. A produção de espermatozóides no homem diminui, reduzindo sua fertilidade. Essa contaminação, no caso dos agricultores que lidam diretamente com pesticidas, também pode atacar o sistema nervoso e causar distúrbios neurológicos, ocasionando fortes depressões e problemas congênitos nos fetos.

3. Proteção das futuras gerações (desenvolvimento sustentável = realmente deixa uma herança de valor, os recursos naturais, solos naturais, técnicas de produções naturais, sabedoria e uma parceria com a natureza). A intensa utilização de produtos químicos na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais, as pessoas e a sociedade. A agricultura orgânica exclui o uso de fertilizantes, agrotóxicos ou qualquer produto químico. E tem como base de seu trabalho a preservação dos recursos naturais, principalmente o solo e toda vida à sua volta.

Dados: um relatório recente do Environmental Group (Grupo de Trabalho Ambiental) diz: “Quando uma criança completa um ano de vida, hoje em dia, já recebeu através do consumo de alimentos convencionais, a dosagem máxima aceitável pela OMS de oito pesticidas altamente carcinogênicos, para uma vida inteira de uma pessoa. As crianças são mais vulneráveis aos pesticidas”.

4. Amparo ao pequeno produtor (fixação do trabalhador no campo com qualidade, saúde e sem dívidas). Ajudamos os pequenos agricultores. Em sua maioria, a produção orgânica provém de pequenos núcleos familiares que tem na terra a sua única forma de sustento. Mantendo o solo fértil por muitos anos, o cultivo orgânico prende o homem à terra e revitaliza as comunidades rurais.

Dados: A fixação do trabalhador no campo já seria um importante fator para a eliminação do desemprego, favelas, criminalidade, violência, etc. Comprar alimento orgânico ajuda a acabar com o envenenamento por pesticidas de cerca um milhão de agricultores por ano, no mundo todo e ajuda a manter as pequenas propriedades.

5. Manutenção de solos vivos, férteis e preservados (principal preocupação da agroecologia). Evitamos a erosão do solo (perdemos bilhões de toneladas de solo por ano com a atual agricultura e o que é pior, isso vai tudo assorear os rios). Através das técnicas agroecológicas tais como rotação de culturas, plantio consorciado, compostagem, etc., o solo se mantém fértil e permanece produtivo ano após ano.

Dados: Somente esta preocupação torna tudo a sua volta, ou seja, em torno do solo, preservado, e o que é mais importante, também saudável (água, seres vivos).

6. Manutenção de mananciais limpos e puros (lençóis freáticos, rios, lagos), protegendo a qualidade da água. Os agrotóxicos utilizados nas plantações convencionais atravessam o solo, alcançam os lençóis d’água e poluem rios e lagos.

Dados: Nos EUA, a Agência de Proteção Ambiental Americana calcula que mais de 50% de seus lençóis freáticos estão contaminados apenas com o uso normal (recomendado pelo fabricante) de pesticidas, sendo alguns causadores de câncer.

7. Manutenção da biodiversidade (manutenção das espécies, respeito a toda e qualquer vida). Restauramos a biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal. Com a agroecologia, respeita-se o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis. A vida silvestre, parte essencial do estabelecimento agrícola é preservada e áreas naturais são conservadas.

8. Reduz o aquecimento global e economiza energia. O cultivo natural dispensa os agrotóxicos e adubos químicos, utilizando intensamente a cobertura morta, a incorporação de matéria orgânica ao solo e o trato manual dos canteiros, fazendo com isso um maior aproveitamento da energia disponível no local. É o procedimento contrário da agricultura convencional que se apóia no petróleo como insumo de agrotóxicos e fertilizantes e é a base para a intensa mecanização que a caracteriza.

Dados: Somente deixando-se de usar e produzir adubos químicos e agrotóxicos reduziria em 25% a emissão de gases que participam do efeito estufa (gás carbônico, gás metano e óxido nitroso) e com isso gastaria menos energia para produzir os alimentos, pois hoje, somando-se toda energia que é gasta, desde o óleo diesel dos tratores, passando pela fabricação dos adubos e agrotóxicos e indo até os transportes para que cheguem a nossas casas, gastamos muito mais energia do que produzimos em nossos alimentos.

9. Custo social e ambiental (os alimentos orgânicos não são mais caros e sim, são a forma mais barata de alimentação, se considerarmos que carregam muito mais nutrientes, já saem mais baratos imediatamente e, além disso, se tornam infinitamente mais baratos, se ainda considerarmos as externalidades, como por exemplo, os gastos que temos com medicamentos (médicos), recuperação de áreas degradadas (custo ambiental), desempregos, manutenção de presídios lotados, favelas, criminalidade, violência (custo social), devido ao consumo de alimentos produzidos com adubos solúveis e agrotóxicos, que nos adoecem, definitivamente não nos nutrem, degradam nosso ambiente e prejudicam a agricultura familiar, ou seja, retiram nosso trabalhador do campo aumentando a periferia das cidades (êxodo rural=custo social), carregando com ele todo conhecimento da natureza que tínhamos adquirido ao longo do tempo, a sabedoria herdada através de gerações).

10. Cidadania e responsabilidade social (saúde como um direito de todos, preservação da natureza, proteção ao trabalhador e eliminação de mão-de-obra infantil).

 Unidade mg/1000g   Cálcio   Ferro  Magnésio   Manganês   Potássio   Sódio   Cobre 
 Repolho 60,0 94,0 43,6 13,0 148,3 20,4 69,0
17,5 20,0 15,6 2,0 53,76 0,8 3,0
 Alface 71,0 516,0 49,3 169,0 176,5 12,2 48,0
16,0 9,0 13,1 1,0 53,7 0,0 0,4
 Tomate 23,0  1938,0  59,2 68,0 148,3 6,5 60,0
4,5 1,0 4,5 1,0 53,7 0,0 3,0
 Ervilha 40,5 22,7 60,0 60,0 99,7 8,8 53,0
15,5 10,0 14,8 2,0 29,1 0,0 0,0
 Espinafre 96,0 1584,0 203,9 117,0 257,0 69,5 32,0
47,5 19,0 46,9 1,0 84,0 0,8 0,5

Alimentos orgânicos convencionais

Fonte: Universidade de Bogotá – Colômbia

Fornecido pela ONG de Curitiba/PR: AOPA – Associação para o desenvolvimento da agroecologia.

* Superioridade dos alimentos orgânicos:

Mineral  Percentual 
Cálcio 65%
Ferro 73%
Magnésio 118%
Molibdênio 178%
Fósforo 91%
Potássio 125%
Zinco 60%
 Mercúrio (metal pesado)  29%

Fonte: http://www.planetaorganico.com.br

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Gabriel Raia Carneiro / Zootecnista Agroecologista / Diretor
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