O que é?
A Jornada “Na Cidade Sem Meu Carro” surge da preocupação relacionada com a qualidade do ar das nossas cidades. Tendo em vista os crescentes problemas relacionados com o uso do automóvel, vários países da União Européia lançaram esta iniciativa pela primeira vez em 22 de Setembro de 2000. A Jornada Brasileira “Na cidade sem Meu Carro” consiste no engajamento institucional de cada prefeitura, que delimita um perímetro de proteção dos automóveis, geralmente a área central ou outra de importância de tráfego. Nesse perímetro, durante o dia 22 de setembro, só circularão veículos dos serviços essenciais além de ônibus, bicicletas, táxis e pedestres.
O horário de funcionamento em geral é de 8 às 18 horas, podendo ser estendido. Nesse dia podem ser feitas atividades culturais, medições de índices de poluição, desempenho do transporte coletivo e debates sobre o tema, articulados com a Semana Nacional de Trânsito. Não se trata da mera questão de vedar o tráfego motorizado em algumas ruas, mas sim de proporcionar às pessoas uma oportunidade para descobrirem outras formas de transporte e de viverem este dia sem sentirem restrições à sua mobilidade.
Esta iniciativa consiste numa série de ações com o objetivo de:
- refletir sobre os problemas causados pelo modelo de mobilidade centrado no automóvel;
- despertar nos cidadãos a consciência sobre o uso racional e solidário do automóvel para combater a poluição e reduzir os gastos públicos;
- estimular o uso do transporte coletivo;
- estimular o desenvolvimento de novas tecnologias;
- apoiar as iniciativas municipais;
- informar os cidadãos sobre alternativas de mobilidade sustentável no planejamento urbano e no uso de combustíveis renováveis e não poluentes;
- incentivar a adoção de alternativas sustentáveis como o transporte a pé e de bicicletas.
Histórico
- A Jornada Internacional
Os europeus, preocupados com os graves problemas ambientais e com a qualidade de vida nas cidades devido ao uso desordenado dos automóveis, assumiram no ano 2000 a proposta idealizada e realizada pela França em 1998 que contou com a adesão da Itália.
Naquele ano, foram 35 cidades francesas, já em 1999, 186 cidades francesas e italianas e em 2000 a União Européia instituiu a Jornada Internacional “Na Cidade, Sem meu Carro”, reunindo 760 cidades. Em 2001 foram 1683 das quais, 1050 realizaram integralmente a Jornada e assinaram declaração de compromisso (843 da União Européia envolvendo 14 países e 207 cidades de 18 países não membros), além de 633 cidades que se associaram à Jornada mas não assinaram o compromisso, entre as quais estão 11 cidades brasileiras.
Maiores informações no site da jornada Internacional www.22september.org, onde pode-se encontrar, além da coordenação européia, os sites dos países envolvidos.
- A Jornada Brasileira
O Brasil aderiu à Jornada, ainda de forma tímida, comparada à radicalidade européia, porém, indo muito além da expectativa dos organizadores (RUAVIVA – Instituto da Mobilidade Sustentável e ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos), com o envolvimento de 11 cidades dentre elas 7 capitais que interditaram ruas, praças, áreas centrais e quarteirões aos automóveis e onde foram realizadas atividades como: passeios ciclísticos, caminhadas, eventos culturais, painéis sobre transporte e trânsito, exposições de carros antigos, shows musicais, exposição de artistas plásticos, teatro, pesquisas de avaliação e de níveis de poluição e velocidade do transporte coletivo, etc.
As cidades pioneiras foram: Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas no Rio Grande do Sul; Piracicaba em São Paulo, Vitória no Espírito Santo, Belém no Pará, Cuiabá no Mato Grosso, Goiânia em Goiás, Belo Horizonte em Minas Gerais, Joinville em Santa Catarina e São Luís no Maranhão.
Foram feitas pesquisas de avaliação da iniciativa e os resultados incentivam novas ações semelhantes. A avaliação de ótimo e bom foi em Belém de 82%, São Luís 71%, Joinville 86%, Vitória 86% e Caxias do Sul 95%.
Fonte:www.ruaviva.org.br e MMA (www.meioambiente.gov.br)