São plantas de beleza exótica, altamente especializadas, capazes de atrair, prender, e digerir formas de vida animais. Alimentam-se principalmente de insetos, além de diversos organismos aquáticos microscópicos, moluscos (lesmas e caramujos), artrópodes (insetos, aranhas e centopéias), e excepcionalmente pequenos vertebrados, como sapos, pássaros e roedores.
Para capturar suas presas, elas precisam de estratégias para atrair as presas às suas armadilhas. Muitas carnívoras utilizam cores vivas e odor de néctar, enquanto outras aproveitam-se de padrões de luz ultravioleta de suas armadilhas para atrair insetos voadores. Ainda, certas espécies dos gêneros Byblis e Drosera, usam a luz refletida pelas numerosas gotículas de mucilagem presentes nas suas armadilhas como mecanismo de atração.
As armadilhas do tipo “jaula” (encontradas em espécies de Dionaea e Aldrovanda), são constituídas de folhas modificadas em duas metades com gatilhos no interior. Quando os gatilhos são tocados por presas potenciais, as metades da folha se fecham em frações de segundo, esmagando a presa e digerindo-a.
Armadilhas de sucção são utilizadas por todas as espécies de Utricularia. Elas consistem de pequenas vesículas, cada qual com uma diminuta entrada cercada por gatilhos que, quando estimulados, provocam a abertura desta entrada. Devido à diferença de pressão entre o interior e o exterior da vesícula, quando a entrada é repentinamente aberta, tudo ao redor é sugado para dentro, incluindo a presa que estimulou o gatilho.
Armadilhas do tipo folhas colantes são as mais simples, constituídas, basicamente, por glândulas colantes espalhadas pelas folhas ou até pela planta toda. As presas são, na maioria, pequenos insetos voadores. Esse tipo de armadilha é encontrado em Byblis, Drosera, Drosophyllum, Ibicella e Triphyophyllum.
Ascídios são folhas altamente especializadas, inchadas e ocas, como se fossem urnas, com uma entrada no topo e líquido digestivo no interior, presentes em Cephalotus, Darlingtonia, Heliamphora, Nepenthes, Sarracenia, etc. Capturam desde pequenos vertebrados até diminutos invertebrados. As presas caem no líquido digestivo, aonde se afogam e são digeridas; seus restos se acumulam no fundo, às vezes enchendo a armadilha até o topo.
As plantas do gênero Nepenthes são as que possuem as maiores armadilhas, que podem alcançar até meio metro de altura cada e armazenar até cinco litros de água. Com frequência elas capturam presas grandes. Na verdade supõe-se que os vertebrados tornam-se presas acidentamente, quando procurando por insetos presos nas armadilhas, em busca de alimento.
Tendo sido capturada a presa, dá-se início ao processo de digestão, realizada por enzimas proteolíticas (enzimas que digerem proteínas), que quebram as substâncias em moléculas menores, sendo absorvidas pelas folhas. Tais enzimas são muito fracas, portanto não causam dano algum à pele humana ou qualquer animal de médio à grande porte.
São conhecidas mais de 500 espécies de plantas carnívoras, espalhadas pelo mundo todo (exceto a Antártida). Distribuem-se desde as regiões quentes e úmidas nas florestas tropicais, até as tundras gélidas da Sibéria, ou os desertos da Austrália. No Brasil, existem mais de 80 espécies diferentes. Elas crescem principalmente nas serras e chapadas, e podem ser encontradas em quase todos os estados, sendo mais abundantes em Goiás, Minas Gerais e Bahia.
Redação Ambientebrasil