A Eco-Economia para um Mundo Sustentável, segundo o fundador da WWI-Worldwatch Institute e do IPI – Earth Policy Institute, Lester R. Brown, passa pela substituição dos combustíveis fósseis por energias renováveis, especialmente a eólica e a solar, a criação de novos sistemas de transporte, a reciclagem dos produtos e a estabilização populacional do planeta.
Em seu ultimo livro “Eco-Economia”, lançado no Brasil no dia 15/07/2003 em visita do autor ao país, Lester Brown mostra que a economia global está fora de sincronia com o ecossistema da Terra. “A construção da Eco-economia é uma meta que não poderá ser comprometida. Para que possamos reestruturar a economia no tempo que nos resta, todos precisaremos estar envolvidos. De uma forma ou de outra, a escolha será feita por nossa geração. Mas afetará a vida na Terra para todas as gerações futuras.”
O fator mais crítico do modelo econômico atual, segundo ele, que acelerará o processo da adoção de ferramentas da Eco-Economia será o aumento do preço dos alimentos. Isso porque a produção agrícola mundial enfrentará desafios cada vez maiores, causados por problemas já existentes, como a escassez da água disponível para irrigar lavouras, e as alterações climáticas.
Abordando especificamente o caso da produção de grãos, o ambientalista cita números que impressiona, ou seja, são necessários cerca de 1 mil litros de água para a produção de uma tonelada e já existem conflitos que transpõem fronteiras, conflitos estes causados pela disputa dos recursos hídricos disponíveis. Em relação às mudanças climáticas, conclui que a elevação de um grau da temperatura representa para algumas regiões do planeta a redução de 10% da produtividade das lavouras. São conclusões que segundo ele, tornam obsoletas as metas do Protocolo de Kyoto, fazendo-se necessário reduzir as emissões de dióxido de carbono pela metade até 2015.
Os principais instrumentos da Eco-Economia
A reestruturação da economia terá nas energias renováveis a mola mestra do processo. A energia eólica, além de ser limpa, inexaurível, barata, gera mais empregos do que a indústria de petróleo. Seu crescimento na Europa é surpreendente, hoje a energia dos ventos responde por cerca de 20% do total consumido na Dinamarca e 28% na Alemanha.
Também não podemos esquecer das vantagens da energia solar, apropriada particularmente às comunidades rurais devido ao seu baixo custo de instalação e manutenção. Como exemplo, temos alguns vilarejos da Índia, onde a energia solar já se mostrou economicamente mais vantajosa que uma fonte poluente tradicionalmente utilizada para a iluminação dessas áreas, o querosene.
Outras ferramentas que terão fundamental importância na construção da ECO-ECONOMIA é a reestruturação do sistema tributário, com aumento de impostos de atividades que degradam o meio ambiente, como os produtos derivados de combustíveis fósseis, e subsídios para ações ambientalmente construtivas. Segundo Brown, experiências que já foram adotadas em pequena escala por alguns países europeus.
Neste sentido, os custos ambientais indiretos também devem ser incorporados aos preços à cadeia de produção, e como exemplo, Brown cita o custo de um maço de cigarro à sociedade norte-americana, calculado em US$ 7,18, resultado, entre outros, de gastos com tratamento médico e problemas de produtividade no trabalho entre os fumantes.
O adensamento populacional também é um indicador crítico para a sustentabilidade do planeta, e a estabilização da população por meio de programas educacionais para as mulheres é mais um ítem importante neste processo de transição do modelo econômico atual para a ECO-ECONOMIA para um Mundo Sustentável.
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Marilena Lino de Almeida Lavorato: Publicitária (PUCC), pós-graduada em Marketing (ESPM), Sociologia e Política (EPGSP), Gestão Estratégica de Negócios (FGV) e Gestão Ambiental (IETEC). Diretora MAIS Projetos (gestão sócio-ambiental) e Coordenadora GMGA –