Na colheita de madeira, o sistema é definido como toda a cadeia de produção, todas as atividades parciais desde a derrubada até o transporte para o pátio da indústria consumidora.
Desta forma, existem basicamente 4 sistemas de colheita no que se refere à matéria prima:
- Sistema de toras longas: no local do corte faz-se o desgalhamento e o destopo da árvore. É um sistema desenvolvido para terrenos acidentados. Este sistema pode ser considerado um dos mais baratos quando mecanizado, com alta eficiência mecânica dos equipamentos quando comparado ao sistema de toras curtas e com o menor custo por tonelada de madeira posta no pátio. Atualmente, este sistema é utilizado pelas maiores empresas do sul do Brasil.
- Sistema de toras curtas: neste sistema todos os trabalhos complementares ao corte (desgalhamento, destopo, toragem e descascamento quando necessários) são realizados no próprio local onde a árvore foi derrubada. As toras produzidas são de 1 a 6 metros dependendo do uso do índice de mecanização empregado. Entre as vantagens deste sistema, estão a facilidade do deslocamento a pequenas distâncias e a baixa agressão ao meio ambiente principalmente em relação aos solos.
- Sistema de árvores inteiras: A utilização deste sistema implica na remoção da árvore inteira para fora do talhão, como operação subseqüente ao corte. No caso de uma futura utilização da biomassa para energia ou processo, o sistema poderá ser muito utilizado, devido à concentração dos restos das árvores em um determinado local.
- Sistema de árvores completas: Retira-se a árvore completa inclusive com as raízes. Somente nos casos em que as raízes sejam de valor comercial interessante, como exemplo: tocos e raízes com alta concentração de resina ou consideradas medicinais.
Corte
Incluem-se na fase de corte as operações de derrubada, desgalhamento, traçamento e preparo da madeira para arraste e empilhamento. Os principais equipamentos utilizados são:
- motosseras
- tratores derrubadores empilhadores “feller buncher”
- tratores derrubadores com cabeçotes processadores “harvesters”
Extração
As operações de extração podem ser feitas por arraste, baldeação ou suspensa. Deve haver condições topográficas favoráveis e a utilização do transporte direto, em que o próprio caminhão do transporte principal entra floresta adentro. Em terrenos pouco acidentados, um caminhão do tipo 4 x 4 “forwaders”, ou até tratores agrícolas com carretas, atendem bem esta etapa da extração. A extração pode ser dividida em extração mecanizada (com a utilização de tratores) e não-mecanizada (com a utilização de animais como bois, da própria gravidade, ou ainda utilizando-se rios). Os meios de extração mais utilizados no Brasil são: manual, animal, guincho, teleférico, trator agrícola modificado “mini-skidder”, trator florestal arrastador “skidder”, trator agrícola com carreta e auto-carregável convencional “forwarder”.
Desgalhamento e Traçamento
Ocorre o desgalhameto e a retirada dos galhos remanescentes ao corte da árvore, o traçamento e a redução da fuste em toras menores. As maneiras mais comuns de desgalhamento são: manual com machado e motosserra, grade desgalhadora e motosserra, cabeçote de harvester, e desgalhador e traçador mecânico.
Descascamento
Tem-se por descascamento o ato da retirada do súber da árvore. Para se obter energia da casca, foram intensificados os descascamentos nas fábricas. O trabalho manual de descascamento tende a desaparecer, pois o trabalho é pesado e de baixo rendimento; além disso, o mercado oferece bons descascadores mecânicos. Sendo:
- Descascador mecânico portátil do tipo anelar, para descascamento no local do corte.
- Descascador mecânico de tambor rotativo, que é um equipamento de instalação mais onerosa, porém de manutenção mais simples, destinado a operar principalmente no interior das indústrias.
Carregamento
O carregamento está ligado ao transporte primário ou principal. O transporte primário é feito no local do corte no interior do talhão até o estaleiro a beira da estrada e o transporte principal é aquele que ocorre do estaleiro à beira da estrada até o pátio da indústria
Podemos citar os seguintes sistemas de carregamento:
- Carregamento manual
- Gruas hidráulicas adaptadas a tratores agrícolas
- Carregadores frontais com máquinas a base de rodas
- Escavadeiras com garras
- Carregamento de acordo com o sistema de colheita de madeira empregado
- Carregamento do veículo na área de corte para baldeio
- Carregamento do veículo na área pré-determinada ou em pátios, para transporte em longa distância
- Carregamento direto na área de corte para veículo que faz o transporte a longa distância.
Da redação do Ambiente Brasil