F1. Primeira geração filial proveniente do acasalamento de progenitores homozigóticos.
F2. Segunda geração filial proveniente do intercruzamento ou autofecundação de indivíduos da geração F1.
Faixa orogênica. Região móvel da crosta afetada por orogênese (movimentos que produzem os relevos da crosta terrestre).
Falda. Ou sopé – Denominação usada nas descrições das paisagens acidentadas referindo-se, apenas, à parte da base das montanhas ou das colinas, ou mesmo das serras (GUERRA, 1978).
Falésia. (1) Tipo de costa marítima formada por rochas escarpadas e íngremes, que sofrem constantemente a ação erosiva das águas do mar. Em algumas regiões, as falésias se elevam a cerca de 120 m acima do nível do mar. (2) Termo usado indistintamente para designar as formas de relevo litorâneo abruptas ou escarpadas ou, ainda, desnivelamento de igual aspecto no interior do continente. Deve-se, no entanto, reservá-lo, exclusivamente, para definir tipo de costa no qual o relevo aparece com fortes abruptos (GUERRA, 1978).
Falha. Fraturas ao longo das quais se deu um deslocamento relativo entre dois blocos contíguos. O plano sobre o qual houve esse deslocamento recebe o nome de plano de falha. Em conseqüência da movimentação, originam-se os chamados espelhos de falha e a fratura de falha pode ser preenchida por material fragmentário denominado brecha de falha. Quando o plano de falha não é vertical, designa-se com os termos teto ou capa o bloco situado acima dele e com murooulapa, o bloco topográfico recebe o nome de linha de falha. Chama-se rejeito ao deslocamento relativo de pontos originalmente contíguos. A direção de falha corresponde à direção do plano de falha. A inclinaçãocorresponde ao ângulo formado entre o plano de falha e o plano do horizonte. As falhas podem ser detectadas por observação direta, quando bem expostas, ou localizadas por evidências indiretas, tais como omissão ou repetição de camadas, ocorrências de brechas e milonitos, linhas de fontes e deslocamento de feições topográficas.
Falha normal. Falha em que a capa ou teto se movimentam aparentemente para baixo, em relação à lapa ou muro. O plano de falha mergulha para o lado que aparentemente se abateu.
Falhas paralelas. Sistema de falhas em que as falhas associadas têm a mesma direção.
Falhas periféricas. Sistemas de falhas, compreendendo falhas circulares ou arqueadas que delimitam uma área circular ou parte de uma área circular.
Falhas radiais. Sistema de falhas que irradiam de um centro. Freqüentemente associam-se às falhas periféricas.
Falha transversal. Falha de direção perpendicular ou diagonal à direção da estrutura regional.
Família. (1) Em genética, grupo de indivíduos diretamente relacionados entre si em virtude de descenderem todos de um ancestral comum. (2) Em botânica, é a unidade sistemática das classificações por categorias taxonômicas, compreendendo um conjunto de gêneros que possuem diversas características. (3) Categoria taxonômica entre ordem e gênero. A terminação dos nomes de famílias em animais e protistas heterotróficos é –idea. Em todos os outros organismos, é acea. Uma família contém um ou mais gêneros e cada família pertence a uma ordem. (4) Grupo de classificação dos seres vivos, abaixo de uma ordem e acima de um gênero; em geral, usa-se a terminação “ídeos” para as famílias de animais e “áceas” para as famílias de plantas.
Fanerítica. Rocha cujos elementos são reconhecíveis a olho nú.
Fanerófita. Espécie vegetal cujos meristemas (células de crescimento) se acham a mais de 25 cm do solo (como as árvores, por exemplo) (Autores).
Fanerozóica. Tempo geológico abrangido entre as eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, quando do surgimento da vida em todas as suas expressões.
Fanerozóico. Designação aplicada ao tempo correspondente às eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóico,quando a vida tornava-se bem evidente.
Fase. Subdivisão cronológica ou subordinada à Época, de uso relativamente pouco comum.
Fator abiótico. Fator ou elemento não-vivo, como temperatura, luz, pH entre outros fatores.
Fator biótico. Fator ou elemento vivo, como animais, vegetais entre outros componentes vivos.
Fator de emissão. Densidade de um determinado poluente contido no material liberado para o ambiente. Usualmente é dado em unidades de massa de poluente por unidade de volume liberado (por exemplo, miligramas de poluente por litro de rejeito, ou mg/l).
Fator limitante. Um recurso que é escasso relativo à sua demanda.
Fatores ambientais. São elementos ou componentes que exercem função específica ou influem diretamente no funcionamento do sistema ambiental (ARRUDA et allii, 2001).
Fauna. (1) Conjunto das espécies animais de um país, região, distrito, estação ou, ainda, período geológico. (2) Conjunto dos animais que vivem em um determinado ambiente, região ou época. A existência e conservação da fauna está vinculada à conservação dos respectivos hábitas.
Fauna silvestre brasileira. Todos os animais pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, reproduzidas ou não em cativeiro, que tenham seu ciclo biológico ou parte dele ocorrendo naturalmente dentro dos limites do Território Brasileiro e suas águas jurisdicionais (Portarias Normativas IBAMA 117/97 e 118/97).
Fauna Silvestre. Todos os animais que vivem livres em seu ambiente natural.
Fecundação. (1) Fusão do núcleo do gameta masculino com o núcleo do gameta feminino. (2) A união do núcleo e outros constituintes celulares de um gameta masculino com os de um gameta feminino para formar um zigoto, a partir do qual se forma um novo organismo.
Feição morfológica. O mesmo que paisagem geomorfológica, ou formas de relevo (Glossário Libreria, 2003).
Felogênico. Camada meristemática que produz a epiderme.
Félsico. Grupo de minerais de cor clara, componentes das rochas eruptivas. O nome vem de feldspato e sílica.
Fenocristal. Quando uma rocha magmática é constituída por grânulos grandes e pequenos, o material fino é chamado de massa basal e os cristais grandes, fenocristais.
Fenótipo. (1) Aparência final de um indivíduo como resultado da interação de seu genótipo com um determinado ambiente abiótico. Características observáveis de um organismo. (2) Aspecto externo do organismo, subordinado às influências do ambiente; grupo de indivíduos que, embora tendo constituição genética diferente, apresentam os mesmos caracteres exteriores. O fenótipo é determinado pelo genótipo. (3) Características aparentes de um organismo, produzidas pela interação com sua herança genética. (4) O organismo como é observado, julgado pelos seus caracteres perceptíveis, resultantes da interação do seu genótipo com o ambiente.
Fermentação. Processo de óxido-redução bioquímica sob a ação de microorganismos chamados fermentos, leveduras, diástases, enzimas. Segundo trabalhos recentes, as fermentações não se devem propriamente aos microorganismos, mas a certos produtos solúveis de seu metabolismo. O teor de oxigênio separa a fermentação da respiração. A primeira ocorre na ausência do oxigênio (anaerobiose) ou sem presença de fracas doses de oxigênio. Se o teor de oxigênio é muito forte, manifesta-se apenas a respiração. Para concentrações intermediárias os dois processos se desenvolvem simultaneamente (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975).
Fertilidade do solo. Capacidade de produção do solo devido à disponibilidade equilibrada de elementos químicos como potássio, nitrogênio, sódio, ferro, magnésio e da conjunção de alguns fatores como água, luz, ar, temperatura e da estrutura física da terra (ACIESP, 1980).
Fertilizante. (1) Substância mineral ou orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais nutrientes vegetais (Lei 6.894/80 e Decreto 86.955/82). (2) Substância natural ou artificial que contém elementos químicos e propriedades físicas que aumentam o crescimento e a produtividade das plantas, melhorando a natural fertilidade do solo ou devolvendo os elementos retirados do solo pela erosão ou por culturas anteriores.
Fertilizante complexo. Fertilizante contendo dois ou mais nutrientes, resultante de processo tecnológico em que se formem dois ou mais compostos químicos (Decreto 86.955/82).
Fertilizante composto. Fertilizante obtido por processo bioquímico, natural ou controlado com mistura de resíduos de origem vegetal ou animal (Decreto 86.955/82).
Fertilizante orgânico. Fertilizante de origem vegetal ou animal contendo um ou mais nutrientes das plantas (Decreto 86.955/82).
Fertilizante organomineral. (1) Fertilizante procedente da mistura ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos (Decreto 86.955/82). (2) Fertilizante resultante da mistura de dois ou mais fertilizantes simples (Decreto 86.955/82).
Fertilizante simples. Fertilizante formado de um composto químico, contendo um ou mais nutrientes das plantas (Decreto 86.955/82).
Fertilização cruzada. Fecundação do óvulo de um indivíduo pelo grão de pólen de outro indivíduo. A fusão de seus núcleos dá origem ao zigoto. A fertilização corresponde ao estágio pós-zigótico, aplicável ao novo organismo em formação. A literatura especializada considera também como fertilização cruzada aquela decorrente do fenômeno de geitonogamia, porque envolve duas flores. Contudo, pelo fato de ambas as flores estarem no mesmo indivíduo, parece mais aconselhável considerar esta forma de reprodução um tipo especial de autofertilização, uma vez que os efeitos genéticos da geitonogamia se aproximam daqueles da autofertilização.
Filão. Intrusão de um tipo de rocha num outro tipo.
Filito. Rocha metamórfica de granulação fina, intermediária entre o xisto e a ardósia, constituída de minerais micáceos, clorita e quartzo, apresentando boa divisibilidade. Tem comumente aspecto sedoso, devido à sericita. Origina-se, em geral, de material argiloso por diananometamorfismo e recristalização. Comum no Proterozóico brasileiro.
Filo. Prefixo que significa folha.
Filogenia. História das linhas de evolução em um grupo de organismos. A história evolutiva de categorias como espécie, gênero ou família.
Filtração. Passagem de um líquido através de um filtro, poroso e permeável que retém as impurezas.
Filtração biológica. Processo que consiste na utilização de um leito artificial de material grosseiro, tal como pedras britadas, escórias de ferro, ardósia, tubos, placas finas ou material plástico, sobre os quais as águas residuárias são distribuídas, constituindo filmes, dando a oportunidade para a formação de limos (zoogléa) que floculam e oxidam a água residuária (ABNT, 1973).
Filtro. Camada ou zona de materiais granulares que não permite a passagem de partículas carreadas por erosão subterrânea. Para esse fim, a granulometria do material de filtro é dimensionada para cada caso, sendo as dimensões dos poros e vazios inferiores às das partículas situadas a montante. É um elemento de barragem de terra, situado na parte jusante e de drenos diversos (em poços de água, poços de alívio e drenos em fundações de barragens de concreto). Serve para evitar “piping” e para aliviar as pressões neutras.
Filtro biológico. Leito de areia, cascalho, pedra britada, ou outro meio pelo qual a água residuária sofre infiltração biológica (ACIESP, 1980).
Fisionomia. Feições características no aspecto de uma comunidade vegetal (Resolução Conama 012/94. art 1.º).
Fissura. Fenda ou fratura numa rocha, na qual as paredes se mostram distintamente separadas. A fratura mais ou menos plana, extensa e sem deslocamento é designada diáclase ou junt. Quando uma das paredes está deslocada em relação à outra, tem-se uma falha. O espaço entre as paredes de uma fissura preenchido com matéria mineral constitui um veio.
Fito. Prefixo que significa planta.
Fitobiologia. Estudo das plantas como seres vivos.
Fitogeografia. (1) Ramo diferenciado da Botânica, que trata do modo de distribuição das plantas no globo e das razões dessa distribuição; biogeografia das plantas. (2) Parte da ecologia que estuda a distribuição geográfica das plantas.
Fitoplâncton. (1) Plâncton autotrófico. (2) É o termo utilizado para se referir à comunidade vegetal, microscópica, que flutua livremente nas diversas camadas de água, estando sua distribuição vertical restrita ao interior da zona eutrófica, onde, graças à presença da energia luminosa, promove o processo fotossintético, responsável pela base da cadeia alimentar do meio aquático. (3) Plantas aquáticas muito pequenas, geralmente microscópicas.
Fitorremediação. A biotecnologia pode ser uma importante ferramenta para a proteção do meio ambiente. Além das já utilizadas, em diversos países, plantas tolerantes a herbicida e resistentes a insetos, que diminuem o uso de agrotóxicos e a aragem do solo, a ciência agora desenvolve a chamada fitorremediação – a aplicação de plantas geneticamente modificadas na limpeza de solos contaminados por substâncias danosas ao ser humano, plantas e animais. O sistema, além de criar soluções antes inexistentes para certos casos de poluição, poderá ser implementado até mesmo em países em desenvolvimento, já que é de baixo custo.
Fitossociologia. (1) Ciência das comunidades vegetais, que envolve o estudo de todos os fenômenos que se relacionam com a vida das plantas dentro das unidades sociais. Retrata o complexo vegetação, solo e clima. (2) Parte da ecologia dedicada ao estudo das associações e inter-relações entre as populações de diferentes espécies vegetais.
Fitotóxico. A propriedade de ser tóxico a vegetais.
Flanco. Cada um dos lados de uma dobra; limbo.
Floculação. Método destinado ao tratamento de esgotos industriais, sobretudo da parte não biodegradável. É realizado pela ação de produtos químicos que provocam a formação de flocos para reter os poluentes.
Floema. Principal tecido de condução das substâncias nutritivas nas plantas vasculares.
Flora. (1) Reino vegetal. Conjunto da vegetação de um país ou de uma região. Tratado descritivo dessa vegetação. (2) A totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma determinada região, sem qualquer expressão de importância individual. Compreende também as algas e fitoplânctons marinhos flutuantes. A flora se organiza geralmente em estratos, que determinam formações específicas como campos e pradarias, savanas e estepes, bosques e florestas e outros.
Flora silvestre. Todas as plantas que crescem livremente em seu ambiente natural.
Flora e fauna silvestres ameaçadas de extinção. Espécies constantes das listas oficiais do IBAMA, acrescidas de outras indicadas nas listas eventualmente elaboradas pelos órgãos ambientais dos roçados, referentes as suas respectivas biotas (Resolução CONAMA 010/93).
Floresta. (1) Vegetação cerrada constituída de árvores de grande porte, cobrindo grande extensão de terreno. (2) Ecossistemas complexos, nos quais as árvores são a forma vegetal predominante que protege o solo contra o impacto direto do sol, dos ventos e das precipitações. A maioria dos autores apresentam matas e florestas como sinônimos, embora alguns atribuam à floresta maior extensão que às matas. (3) Vegetação de árvores com altura geralmente maior que sete metros, com dossel fechado ou mais ralo, aberto; às vezes (mata) significa um trecho menos extenso que floresta, e mais luxuriante (densa ou alta) do que arvoredo (GOODLAND, 1975). (4) Associação arbórea de grande extensão e continuidade. O império da árvore num determinado território dotado de condições climáticas e ecológicas para o desenvolvimento de plantas superiores. Não há um limite definido entre uma vegetação arbustiva e uma vegetação florestal. No Brasil, os cerrados, as matas de cipós e os junduis, que são as florestas menos altas do país, tem de 7 a 12 metros de altura média. Em contraste, na Amazônia ocorrem florestas de 25 a 36 metros de altura com sub-bosques de emergentes que atingem até 40-45 metros (Polígono dos Castanhais). (5) A floresta pode ser nativa ou natural (com espécies ou essências características do meio ou ecossistema) ou plantada (com essências nativas ou espécies exóticas). As florestas plantadas com espécies exóticas (predominantemente pinus e eucalipto) destinam-se a fins industriais ou comerciais. (6) Agrupamento de vegetação em que o elemento dominante é a árvore; formação arbórea densa; constituem os principais biomas terrestres e cobrem cerca de 30% da superfície do planeta; as diferentes características da vegetação que compõe as florestas – e conseqüentemente de sua fauna – estão relacionadas principalmente ao tipo de clima, de relevo e de solo. (7) Área de terra mais ou menos extensa coberta predominantemente de vegetação lenhosa de alto porte formando uma biocenose.
Floresta atlântica. Ecossistema de floresta de encosta da Serra do Mar brasileira, considerado o mais rico do mundo em biodiversidade (ARRUDA et allii, 2001).
Floresta de alto valor de conservação. Floresta que tem uma ou mais das seguintes características: (a) áreas florestais possuindo em âmbito global, regional ou regional significativas; (b) concentrações de valores de biodiversidades (p. ex. endemismo, espécies ameaçadas, refúgios); (c) florestas de nível de paisagem amplo, contidas dentro da unidade de manejo ou contendo esta onde populações viáveis da maioria, senão de todas as espécies que ocorram naturalmente, existem em padrões naturais de distribuição e abundância; (d) áreas florestais que estejam, ou contenham, ecossistemas raros, ameaçados ou em perigo de extinção; (e) áreas florestais que forneçam serviços básicos da natureza em situações críticas (p. ex., proteção de manancial, controle de erosão ); (f) áreas florestais fundamentais para satisfazer as necessidades básicas das comunidades locais (p.ex., subsistência, saúde) e/ou críticas para identidade cultural tradicional de comunidades locais (áreas de importância cultural, ecológica, econômica ou religiosa identificadas em cooperação com tais comunidades locais).
Floresta de várzea. Vegetação localizada em terrenos baixos e aproximadamente planos, que se encontram junto às margens dos rios. Constituem o leito maior dos rios(ARRUDA et allii, 2001).
Floresta decídua ou caducifólia. Tipo de vegetação que perde todas as folhas ou parte delas em determinada época do ano (ARRUDA et allii, 2001)
Floresta estacional. (1) Floresta que sofre ação climática desfavorável, seca ou fria, com perda de folhas (Resolução CONAMA 012/94). (2) Vegetação condicionada pela dupla estacionalidade climática, uma tropical com época de intensas chuvas de verão, seguida por estiagem acentuada e outra subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno, com temperaturas médias inferiores a 15°C (ARRUDA et allii, 2001).
Floresta estacional-semidecidual. Floresta tropical subcaducifólia; cobria extensas áreas do território brasileiro, podendo ser encontrada em relevos dissecados nos planaltos que dividem as águas das nascentes do rio Amazonas – nos estados de Rondônia e Mato Grosso, ao mesmo tempo em que reveste as encostas inferiores das Serras do Mar e da Mantiqueira – nos estados do Nordeste e em MInas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e nas bacias dos rios Paraguai e Paraná nos Estados de Mato Grosso e Santa Catarina; vegetação desse tipo de floresta está condicionada pela dupla exposição ao clima característico de duas estações: uma tropical, com época de intensas chuvas de verão, seguida por triagem acentuada, com temperaturas médias em torno de 22° C; outra subtropical, sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno, com temperaturas médias inferiores a 15° C. Por efeito dessa exposição a climas distintos, diferentemente do que ocorre nas florestas tipicamente tropicais, onde as árvores permanentemente verdes (perenifólias), uma parte das árvores – entre 20% e 50% – perde as folhas estacional-semidecídua. Cobria 94.000 quilômetros quadrados, praticamente metade do território do Estado, e hoje se reduz a pequenos fragmentos, dos quais o Parque Nacional do Iguaçu é o maior e melhor conservado.
Floresta-galeria. Floresta que se desenvolve ao longo das margens dos rios, servindo-se de sua umidade. É caracterizada por vegetação florestal não contínua.
Floresta heterogênea. Aquela constituída, no seu extrato, por diversas espécies (Portaria Normativa IBDF 302/84).
Floresta homogênea. Aquela constituída, predominantemente, por uma única espécie (Portaria Normativa IBDF 302/84).
Floresta manejada. É aquela em que o homem toma medidas para dirigir à obtenção de madeiras primas ou benefícios sociais (uso múltiplo).
Floresta nacional – FLONA. (1) São áreas de domínio público, providas de cobertura vegetal nativa ou plantada, estabelecida com objetivos de promover o manejo dos recursos naturais, com ênfase na produção de madeira e outros vegetais e garantir a proteção dos recursos hídricos, das belezas cênicas e dos sítios históricos e arqueológicos, assim como fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica básica e aplicada, da educação ambiental e das atividades de recreação, lazer e turismo (Portaria IBAMA 92-N/98). (2) Unidade de conservação de uso sustentável, implantada em área pública, com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas; tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.
Floresta nativa. Vegetação autóctone de porte arbóreo, arbustivo e herbáceo, em interação máxima, com grande diversidade biológica, podendo ser primitiva ou regenerada (Autores).
Floresta natural. Formação florestal composta por espécies de ocorrência típica de determinada região, cuja composição obedeça às características próprias da sucessão vegetal.
Floresta normal. Modelo de uma floresta em condições ideiais para o manejo de rendimento sustentado: uma só espécie; sítio homogêneo; densidade relativa igual em todas as parcelas; todas as idades representadas com a mesma área; perfeito arranjo espacial dos povoamentos.
Floresta ombrófila. Floresta que ocorre em ambientes sombreados onde a umidade é alta e constante ao longo do ano (Resolução CONAMA 012/94).
Floresta ombrófila aberta. Transição entre a Floresta Amazônica e as áreas extra-amazônicas (ARRUDA et allii, 2001).
Floresta ombrófila densa. (1) Tipo de vegetação que ocorre na Amazônia e Matas Costeiras. Caracteriza-se por apresentar elevadas temperaturas (média 25 °C) e alta preciptação, bem distribuída durante o ano (ARRUDA et allii, 2001. (2) Floresta perenifólia (sempre verde); cobria originalmente a região litorânea brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul; área rica em biodiversidade, caracteriza-se por dossel de até 15 metros, árvores de até 40 metros de altura e vegetação arbustiva densa, composta por samambaias arborescentes, bromélias e palmeiras; reduzida a menos de 7% da área original.
Floresta ombrófila mista. Floresta com araucária; originalmente, distribuía-se por 185.000 quilômetros quadrados no planalto sul-brasileiro, concentrada nos estados do Paraná (37% do estado), Santa Catarina (31%) e Rio Grande do Sul (25%); o desenvolvimento dessa floresta está intimamente relacionado à altitude em linhas de escoamento do ar frio; caracteriza-se por dois estratos arbóreos e um arbustivo: no estrato superior domina a araucária, que dá à floresta um desenho exclusivo, no estrato inferior dominam variedades de lauráceas, como a canela e a imbuia, e no sub-bosque predominam a erva-mate e o xaxim; revestida originalmente 73.00 quilômetros quadrados do território do Estado do Paraná e atualmente as áreas de floresta primária representam apenas 0,8% da área original.
Floresta de pastagem. Floresta secundária degradada pelo estabelecimento irracional de pecuária impedindo a regeneração.
Floresta perenifólia. Tipo de vegetação que não perde todas as folhas durante alguma época do ano (ARRUDA et allii, 2001).
Floresta perenifólia de restinga. Formação relativamente pouco densa, com árvores de porte em torno de 12-15 metros, troncos finos, ramificação geralmente baixa, caules muitas vezes tortuosos e copas irregulares (Portaria IBAMA 31-N/91).
Floresta primária. (1) Vegetação arbórea denominada floresta estacional semidecidual onde estão caracterizadas as florestas aluvial e submontana. Apresentam-se estruturalmente compostas de árvores altas e fustes normalmente finos e retilíneos. Nessa formação existe uma densa submata de arbustos e uma enorme quantidade de plântulas de regeneração (Portaria Normativa IBAMA 83/91). (2) Floresta que nunca foi alterada por ação do homem.
Floresta de proteção. Floresta em cujo tratamento silvivultural não se visa o lucro imediato, se não sua utilidade indireta, seja pública ou particular.
Floresta secundária. (1) Vegetação com formação de porte e estrutura diversa, onde se constata modificação na sua composição, que na maioria das vezes, devido a atividade do homem, apresenta-se em processo de degradação ou mesmo em recuperação (Portaria Normativa IBAMA 83/91). (2) Floresta que foi cortada e cresceu novamente, sem intervenção do homem; diferente de área reflorestada, onde as florestas são plantadas.
Floresta secundária não manejada. Florestas originadas após intervenção na floresta virgem pelo corte, fogo ou outras causas.
Floresta semidecídua. Tipo de vegetação que perde parte das folhas em certa época do ano.
Floresta tropical. Área onde ocorre muita chuva. As florestas tropicais são úmidas e quentes e abrigam diversos tipos de animais a plantas. As florestas tropicais abrigam mais da metade de todas as espécies de plantas e animais da Terra. Estão localizadas próximas ao Equador na América do Sul, América Central, Ásia e África. A maior floresta tropical é a Amazônica.
Floresta virgem. Terreno coberto de árvores silvestres, geralmente maduras, de extensão considerável em que não se verificou a atividade do homem e que se perpetua pelo simples jogo de forças naturais.
Floresta xerófita. Floresta que possui espécies que sobrevivem em lugares com carência de água (ARRUDA et allii, 2001)
Florestamento. Implantação de florestas em áreas onde estas não existiam anteriormente.
Florestar. Ato de promover a cobertura vegetal com espécies arbóreas em áreas onde esta tipologia florestal não era de ocorrência típica.
Flotação. Ação de trazer as impurezas à superfície da água a ser depurada mediante pequenas bolhas de ar.
Flúor. Elemento univalente não-metálico do grupo dos halógenos, de símbolo F, número atômico 9 e massa atômica 19, que é normalmente um gás tóxico, irritante, inflamável, amarelo-pálido, altamente corrosivo, que ataca a água e a maioria dos metais e compostos orgânicos. Ocorre na natureza somente em combinação com minerais como fluorita, criolita e fluorapatita em águas minerais, ossos e dentes.
Fluoretação. Adição de flúor à água tratada, sob a forma de fluoretos, para prevenir a cárie dentária, normalmente numa concentração de 0,5 a 1,0 mg de flúor por litro de água.
Fluvial. Relativo a rio: porto fluvial. Que vive nos rios, próprio dos rios. Produzido pela ação dos rios.
Fluxo energético. (1) Quantidade de energia que é acumulada ou passa através dos componentes de um ecossistema, em um determinado intervalo de tempo (ACIESP, 1980). (2) É a circulação, entrada e saída de nutrientes do ecossistema que são afetados pelo comportamento animal, especialmente alimentar e reprodutivo (NEGRET, 1982).
Fluxo gênico. Introdução de alelos através de cruzamento e reprodução, resultante da migração de indivíduos de uma população a outra.
Fn. Enésima geração proveniente da autofecundação de indivíduos da geração Fn – 1.
Folhelho. Rocha sedimentar de granulação fina, apresentando fissibilidade marcante, isto é, tendência a dividir-se em folhas, segundo a estratificação.
Folhelho betuminoso. Folhelho contendo certa quantidade de material betuminoso. Origina-se da litificação dos sapropéis. Por destilação, produz uma forma de petróleo.
Folhosa. Espécie florestal de madeira dura e fibra curta.
Foliação. Estrutura foliácea das rochas cristalofilianas, em contraste com a estratificação das rochas sedimentares. Nas rochas parametamórficas, a foliação pode ser coincidente ou não com o acamamento original. A foliação decorre da habilidade da rocha de se separar ao longo de superfícies aproximadamente paralelas devido à distribuição paralela das camadas ou linhas de um ou vários minerais conspícuos na rocha. As camadas podem ser lisas e planas, onduladas ou mesmo fortemente enrugadas. A foliação pode ser primária (fissibilidade nas rochas sedimentares, estrutura fluidal nas rochas ígneas) e secundária (xistosidade, clivagem ardosiana).
Folívora. O que se alimenta de folhas.
Fonte. (1) Lugar na superfície terrestre onde brota água corrente como, por exemplo, na interseção da superfície do terreno com o lençol freático. (2) Ponto no solo ou numa rocha de onde a água flui naturalmente para a superfície do terreno ou para uma massa de água (DNAEE, 1976). (3) Lugar onde brotam ou nascem águas. A fonte é um manancial de água, que resulta da infiltração das águas nas camadas permeáveis, havendo diversos tipos como: artesianas, termais, etc (GUERRA, 1978). (4) São os locais da superfície terrestre onde, por associações estruturais as mais variadas, a água subterrânea acaba voltando à superfície. A água que geralmente corre pela camada permeável sobre a impermeável aflora naturalmente com a interceptação desse lençol freático pela superfície do terreno. As águas assim brotadas podem ser potáveis, termais ou salobras. De acordo com a formação estrutural dessa interceptação, são distinguidos vários tipos de fontes (Glossário Libreria, 2003).
Fonte poluidora. Ponto ou lugar de emissão de poluentes.
Fontes móveis. Fontes de poluição do ar que se deslocam, como, por exemplo, os veículos automotores (The World Bank, 1978).
Fontes fixas. Emissores fixos de poluição do ar, como as chaminés (The World Bank, 1978).
Forar. Ato de arrendar terra. Foreiro: arrendatário.
Força centrípeta. Força em direção ao centro (v. centrípeta).
Formação. Unidade litogenética fundamental na classificação local das rochas. Sua individualização é geralmente determinada por modificações litológicas, quebras na continuidade da sedimentação ou outras evidências importantes. A Formação é uma unidade genética, que representa um intervalo de tempo curto ou longo e pode ser composta de materiais provenientes de fontes diversas e incluir interrupções pequenas na seqüência.
Formação vegetal. Comunidade de espécies vegetais inter-relacionadas, surgidas de forma natural e que perdura enquanto se mantenham as condições naturais a que se deve sua origem; entre as espécies de uma determinada comunidade existe certa unidade fisonômica e biológica e exigências semelhantes perante o ambiente.
Forrageamento. Ato de se alimentar.
Fóssil. (1) Resto ou vestígio de animal ou planta que existiram em épocas anteriores à atual. Prestam-se ao estudo da vida do passado, da paleogeografia e do paleoclima, sendo utilizados ainda na datação e correlação das camadas que os contêm. (2) Nome dado aos retos ou impressões de plantas e animais petrificados, que se encontram nas camadas terrestres, anteriores ao atual período geológico. O estudo dos fósseis possibilita o conhecimento das condições em que as várias camadas foram formadas e também o conhecimento da idade geológica de uma região. Os fósseis são os grandes testemunhos na reconstituição da história da Terra (Glossário Libreria, 2003).
Fotocinese. Movimento ou atividade induzidos pela luz; fotocinesia.
Fotogrametria. Método de levantamento topográfico mediante a fotografia.
Fotointerpretação. Conjunto de técnicas que, baseadas na utilização macroscópica e estereoscópica de fotografias aéreas, permitem a identificação de feições na superfície terrestre.
Fotólise. Dissociação da água por meio de energia luminosa na fotossíntese. Esse processo é conhecido como reação e Hill, pesquisador que descobriu a origem do O2, liberado na fotossíntese.
Fotômetro. Instrumento para medir a intensidade da luz.
Fotoperíodo. Tempo que uma planta ou animal precisam ficar expostos à luz, diariamente, para seu desenvolvimento normal.
Fotossíntese. (1) Formação de carboidratos, a partir de bióxido de carbono e água, nas células clorofiladas de plantas verdes, sob a influência da luz, com desprendimento fotoquímico de oxigênio. (2) É o processo pelo qual a energia proveniente do sol é usada para formar as ligações de energia química que mantêm juntas as moléculas orgânicas. As matérias-primas inorgânicas usadas na fotossíntese são CO2 e água. O oxigênio que é liberado na atmosfera é um dos seus produtos finais mais importantes (EHRLICH & EHRLICH, 1974). (3) Síntese de materiais orgânicos a partir de água e gás carbônico, quando a fonte de energia é a luz, cuja utilização é medida pela clorofila (FERRI et alii, 1981). (4) É o processo de conversão do dióxido de carbono e água para carboidratos, que ocorre ao nível dos cloroplastos, pela ação da energia luminosa absorvida pelos pigmentos fotossintetizantes (especialmente clorofila). A luz solar é capturada e transformada em energia alimentar, metabolizada.
Fototropismo. Desenvolvimento orientado das plantas em função da intensidade e da direção da luz que sobre elas incide.
Foz. (1) Ponto mais baixo no limite de um sistema de drenagem (desembocadura). Extremidade onde o rio descarrega suas águas no mar (DNAEE, 1976). (2) Boca de descarga de um rio. Este desaguamento pode ser feito num lago, numa lagoa, no mar ou mesmo num outro rio. A forma da foz pode ser classificada em dois tipos: estuário e delta (GUERRA, 1978).
Fragilidade ambiental. O conceito diz à respeito à susceptividade do meio ambiente a qualquer tipo de dano, inclusive à poluição. Daí a definição de ecossistemas ou áreas frágeis.
Fragmento. Remanescente de ecossistema natural isolado em função de barreiras antrópicas ou naturais, que resultam em diminuição significativa do fluxo gênico de plantas e animais.
Fragmento florestal. Pequena floresta plantada, constituída de apenas um gênero florestal.
Fréons. Nome comercial que designa CFCs liberados principalmente por aerossóis, geladeiras, aparelhos de ar condicionado e usados na fabricação de espumas isopor, que respondem por 40% de sua utilização na indústria. No meio da década de 80, liberação de fréons alcançou o seu auge (1,15 milhão de toneladas), afetando diretamente a camada de ozônio. Na atmosfera, os CFCs se desassociam sob a ação dos raios infravermelhos e, a partir dessa reação, passam a decompor moléculas de ozônio.
Fronteira. Limite que separa dois Estados. A fronteira natural é a que segue um acidente geográfico, rio, montanha, lago, etc; a fronteira artificial, convencional ou de gabinete é a que se traçou sem atender à topografia, através de negociações diplomáticas (Glossário Libreria, 2003).
Frugívoro. O que se alimenta de frutas.
Fumaça. (1) Resultante de combustão incompleta emitida por indústrias e veículos, queimadas, etc. (2) Aerossol constituído por partículas resultantes da combustão incompleta de materiais orgânicos, geralmente com diâmetros inferiores a 1 centímetro.
Fumagina. Doença de certas plantas, causada por vários fungos da classe dos Ascomicetes e caracterizada por um revestimento fuliginoso nas folhas e frutos.
Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). Criado pela Lei n.° 7.797, de 10 de julho de 1989, destina-se a apoiar projetos em diferentes modalidades, que visem ao uso racional e sustentável de recursos naturais, de acordo com as prioridades da política nacional do meio ambiente, incluindo a manutenção e a recuperação da qualidade ambiental .
Fungicida. (1) Que mata os fungos e seus esporos (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (2) Substância letal para fungos (FEEMA/PRONOL DG 1017).
Fuso horário. Cada um dos vinte e quatro fuso geométricos (15º) em que se convencionou dividir a superfície da Terra e em cada um dos quais a hora é a mesma para todos os pontos. Convencionou-se também que o primeiro fuso, de onde se iniciaria a contagem, seria aquele cortado pelo meridiano internacional de Greenwich (que passa pelo bairro que leva esse nome, em Londres e onde funciona o Observatório Astronômico de Londres), a partir do qual se aumentará uma hora para cada fuso horário que se segue, contado para Este, e se diminuirá uma hora para cada fuso que se segue, contado para Oeste. Esse sistema é adotado pela maioria dos países (Glossário Libreria, 2003).
Fuste. (1) Região do caule de uma árvore, que vai do coleto (região intermediária entre a raiz e o caule) até as primeiras ramificações desse caule. (2) É a parte do tronco livre de ramificações, suscetível de ser industrializada.
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