A agroindústria e a geração hidrelétrica são de grande marca dessa região, que tem alguns dos melhores indicadores de qualidade de vida do país, como taxa de mortalidade infantil e o PIB per capita. Nos seus 2.200 quilômetros, o rio Uruguai percorre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de Uruguai e Argentina. Sua bacia tem 177,5 mil quiilômetros quadrados em território brasileiro e outro tanto nos países vizinhos. Dentre seus principais rios estão Canoas, Pelotas, Peixe e Chapecó.
Lages e Chapecó, em Santa Catarina, Erechim, Ijuí, Uruguaiana, Santana do Livramento e Bagé, no Rio Grande do Sul, são as principais cidades da região, que abriga 3,8 milhões de pessoas. É alta a parcela de casas em áreas urbanas abastecidas de água tratada – 90,7%, em Santa Catarina e 93,1% no Rio Grande do Sul. No entanto, os serviços de coleta de esgoto só chegam a 9,9% e 17,3% delas, respectivamente, bem abaixo da média nacional, que é de 52,5%. A porcentagem de esgoto tratado nesses estados também é menor do que a média do país.
No oeste catarinense, as águas também são contaminadas com freqüência por resíduos descartados por abatedouros de porcos e aves, bem como efluentes, em geral, de plantações de arroz. A rizicultura, aliás, é uma cultura irrigada, e a irrigação é responsável por 88% do consumo hídrico da bacia. Abatedouros, moinhos, serrarias e indústrias de papel e celulose consomem outros 2,6%.
A mata de araucária e a mata atlântica são as paisagens naturais mais comuns da bacia, mas hoje estão bastante degradadas, facilitando a ocorrência de inundações. Estas são muito comuns na bacia em todas as épocas do ano, e os muitos reservatórios de água mantidos na região não são suficientes para estocar os volumes excedentes. Em contraste, alguns municípios locais sofrem racionamentos periódicos de distribuição de água, devido à irregularidade do volume disponível.
Fonte: Como cuidar da nossa água. Coleção Entenda e Aprenda. BEI. São Paulo-SP, 2003.