Camu-camu, Myrciaria dubia

O camu-camu, Myrciaria dubia (H.B.K.) Mc Vough, é um arbusto pertencente à família Myrtaceae, nativa das várzeas da Amazônia. Sua área de distribuição estende-se até a região central do Estado do Pará, nos rios Tocantins e Trombetas; no Estado do Amazonas, em Manaus, Manacapuru e nos rios Javari, Madeira e Negro; no Estado de Rondônia, em Ariquemes e Ji-Paraná, nos rios Maçangana e Urupê, respectivamente; em Roraima, nas margens de lagos naturais junto ao rio Cauamé, e no Maranhão, na região pré-amazônica tocantina. As maiores ocorrências de camu-camu encontram-se na Amazônia peruana.

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A denominação camu-camu é usada no Peru. Em Manaus, Amazônia Ocidental e Amazônia Central, também é conhecido por caçari; em Rondônia recebe o nome de araçá-d’água, e no Maranhão de crista-de-galo.

A árvore frutífica entre os meses de novembro a março. Na terra firme, onde o camu-camu tem demonstrado boa adaptação, a floração ocorre durante praticamente o ano inteiro, sendo que os menores índices de produção ocorrem entre os meses de abril a julho.

Os frutos são globosos, com 10 a 32mm de diâmetro, de coloração vermelho-escura passando ao roxo-escuro ao final da maturação, possuindo uma polpa ácida com 2 a 3 sementes por fruto.

Desde 1980 o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) vem estudando o camu-camu nos aspectos agronômico, biológico e tecnológico dos frutos. Estes estudos já apresentam resultados concretos para orientar a agroindústria.

O camu-camu é uma espécie com um potencial econômico capaz de colocá-lo ao nível de outras frutíferas regionais de tradição. A polpa do fruto é utilizada em forma de sucos, sorvetes, vinhos, licores, geléias, doces, coquetéis e para conferir sabor a tortas e sobremesas. Os Estados Unidos já importaram camu-camu da América do Sul para produzir tabletes com nome comercial de “camu-plus”, vitamina C natural.

A grande importância do camu-camu como alimento deve-se ao seu elevado teor de vitamina C (ácido ascórbico – 2.880 mg/ 100 g de polpa), bastante superior à maioria das plantas cultivadas: a quantidade de ácido ascórbico do camu-camu é 1,5 vez maior que a da acerola (1.790 mg/100 g); 13 vezes maior que a do caju (219,7 mg/100 g) e 65 vezes maior que a do limão (44,2 mg/100g). Apesar do camu-camu ser fruto de alto valor nutritivo, o mesmo é praticamente ignorado pelos cablocos da região, os quais quando muito, o utilizam como tira-gosto ou isca para peixe, sendo este o principal dispersor das sementes. 

Redação Ambiente Brasil