Apitoxina – Veneno de Abelha

Apesar de ser letal para o homem, quando aplicado em grandes proporções, o veneno da abelha (Apis sp) é, paradoxalmente, um consagrado medicamento contra diversos distúrbios e problemas. O veneno da abelha, também é chamado de apitoxina, ele é produzido por glândulas existentes no abdômem e introduzido no corpo das vítimas através do canal existente no ferrão, provocando reações que variam de intensidade de acordo com a sensibilidade de cada pessoa, podendo levar até a morte.

É uma substância química complexa formada por águas e aminoácidos, açúcares, histamina e outros componentes. O veneno da abelha é indicado para a saúde humana, mas ainda faltam publicações científicas a respeito do assunto. A obtenção exige técnicas de laboratório e situa-se num plano mais sofisticado da atividade apícola.

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O uso da apitoxina é muito antigo e veio provavelmente da observação de que os primeiros apicultores recebiam muitas picadas e não tinham problema de reumatismo. A picada natural da abelha também é um método empregado, principalmente por acupunturistas. É recomendada para doenças como artrites, nevrites, traumas, cicatrizes, tendinite, bursite, inflamações comuns, afecções cutâneas, doenças oftalmológicas, no tratamento de esclerose múltipla, porém é importante ressaltar que nenhum desses tratamentos têm embasamentos científicos, e assim são todos baseados em observações e crendice popular.

A apitoxina é recomendada somente como pomada, pois em forma de injeção e comprimido sub-língual, o veneno é absorvido rapidamente pela mucosa e pela corrente sangüínea. Dependendo da quantidade absorvida pela pessoa pode causar problemas.

Desde meados dos anos 50, o método do choque elétrico tem sido usado para estimular as abelhas e picar. O coletor normalmente é colocado na entrada da colméia e conectado a um dispositivo que provê impulsos elétricos. O coletor é feito de madeira ou plástico e segura uma armação de arame. Debaixo dos arames está colocada uma folha de vidro que pode ser coberta com plástico ou material de borracha para evitar a contaminação do veneno. Durante a coleta, as abelhas entram em contato com a armação de arame e recebem um choque elétrico moderado. Elas picam a superfície da folha do coletor, pois identificam a excitação elétrica no momento como uma fonte de perigo.

O veneno é então depositado entre o vidro e o material protetor, onde seca e depois é raspado e vendido para a indústria farmacéutica ou laboratório especializado. Todo o processamento da transformação do veneno em pomada demora dois dias.

O apicultor que trabalha com geléia real não trabalha com a apitoxina, pois a coleta do veneno gera muito estresse nas abelhas que ficam muito agressivas após esse trabalho. É aconselhável, inclusive não ter nada móvel (animais e movimentação de pessoas) a pelo menos 300 metros. A coleta deve ser feita somente 1 hora por dia e para coletar 1 grama de veneno é preciso extraí-lo de 10 colméias. A operação, na mesma colméia, só poderá ocorrer após três dias. As abelhas mais indicadas para a extração de veneno são as africanas ou africanizadas.

A previsão de ter o produto totalmente estudado e autorizado e pelo Ministério da Saúde é no final de 2002, pois a fase de pesquisas em animais já foi concluída, falta agora a comprovação da eficácia do produto em seres humanos.

A estimativa de produção para consumo gira em torno de 5 quilos de veneno por mês. Hoje, um quilo do produto está estimado em 30 mil reais.

Revista Rural Especial. Ano II, N. 17