Glossário Ambiental – D

Dados analógicos. Dados armazenados em papel, filmes, diapositivos, poliéster, excluindo arquivos digitais.

Dados de passaporte. Conjunto de dados relativos à origem de um acesso. De fundamental importância são o nome da espécie, local e data da coleta (ou procedência), estado do material (silvestre ou cultivado) e o número pessoal do coletor. Dados desejáveis são as condições do hábitat e da ecologia local, bem como anotações sobre a planta em si, como altura e cor da flor . Esses dados são registrados à parte pelo coletor ou em cadernetas de coletor, especiais para este fim, com formulário padronizado que traz impressos os principais dados relativos à identificação de uma coleta.

Dados espaciais. Dados que descrevem o espaço através do referenciamento a um sistema de coordenadas.

Dados geográficos. Dados que descrevem os aspectos terrestres através do referenciamento a um sistema de coordenadas.

Dano ambiental. Lesão resultante de acidente ou evento adverso, que altera o meio natural. Intensidade das perdas humanas, materiais ou ambientais, induzidas às pessoas, comunidades, instituições, instalações e/ou ecossistemas, como consequência de um desastre.

Dano nuclear. Dano pessoal ou material produzido como resultado direto ou indireto das propriedades radioativas, da sua combinação com as propriedades tóxicas ou com outras características dos materiais nucleares, que se encontrem em instalação nuclear, ou dela procedentes ou a ela enviados (Lei 6.453/77).

Danúbio. Estágio glacial pleistocênico dos Alpes (Europa) anterior à glaciação Günz e subseqüente à Biber. O nome provém da região de Danúbio, onde foi caracterizada. A sua duração estimada, segundo Lincol et al. (1982), seria de cerca de 260.000 anos.

D.A.P. (1) Diâmetro à altura do peito – 1,30 m do solo. (2) Medida padronizada para levantamentos fitossociológicos ou de área basal.

Datação por radiocarbono. Determinação de idade de materiais que contém carbono (concha, madeira, carvão, etc.) pela medida da proporção de radiocarbono (14C). O método tem comumente um alcance máximo de cerca de 30.000 anos e, portanto, permite datar somente os últimos eventos do Quaternário, sendo empregado em pesquisas arqueológicas e de geologia do Quaternário Recente. A idade ao radiocarbono é referida ao ano de 1950, sendo representada do seguinte modo: 6.000 ± 150 anos aprox. Alguns laboratórios dispõem de meios para concentração prévia do 14C, o que permite obter idades de cerca de 70.000 anos.

Datação radiométrica. Determinação de idade de amostras geológicas, em número de anos, por um dos vários métodos baseados na velocidade de desintegração de elementos químicos radioativos contidos nesses materiais.

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio. (1) Quantidade de oxigênio utilizada pelos microorganismos na degradação bioquímica de matéria orgânica. É o parâmetro mais empregado para medir poluição. (2) Demanda bioquímica de oxigênio; quantidade de oxigênio de que os organismos necessitam para decompor as substâncias orgânicas; medida para avaliar o potencial poluidor das águas residuais. (3) Abreviação usual da demanda bioquímica de oxigênio.

DDT. (1) O mais conhecido e mais usado inseticida de hidrocarboneto clorado: foi o primeiro inseticida desse tipo a ser proibido em 1972, nos Estados Unidos; é perigoso por sua toxicidade e por sua persistência; no Brasil, um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional, de autoria do Senador Tião Viana, proibe a fabricação, a importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso do DDT (diclorodifeniltricloretano), produto químico presente em inseticidas, em todo o território nacional. (2) Abreviação de 1,1,1 – tricloro – 2,2, – bis (p.clorofenil) ETENO, um inseticida hidrocarboneto clorado. Praticamente insolúvel na água, ácidos diluídos e alcalis, mas solúvel em muitos solventes orgânicos. Possui baixa volatilidade e é altamente persistente. Bioacumula na cadeia alimentar, sendo considerado uma substância potencialmente cancerígena.

Decantação. (1) Processo utilizado na depuração da água e dos esgotos, obtido geralmente pela redução da velocidade do líquido, através do qual o material suspenso se deposita. É usado em tratamento das águas para remoção de determinadas impurezas. (2) Separação, pela ação da gravidade, das matérias em suspensão em um líquido de menor densidade. A velocidade de decantação depende da concentração (ela é favorecida pela diluição) e da dimensão das partículas ou dos aglomerados obtidos por coagulação ou floculação. A decantação se aplica à depuração das águas residuárias, através do emprego de tanques retangulares ou de decantadores circulares que funcionam de modo contínuo (LEMAIRE & LAMEIRE, 1975). (3) Procedimento de depuração pelo qual passa a água para tratamento, que consiste em agrupar em flocos as impurezas em suspensão. Esse processo acontece no floculador, um tanque para retirar as impurezas contidas nas águas de distribuição e nas águas residuárias urbanas e industriais.

Decibel. Unidade de medida da intensidade do ruído (símbolo: dB). O aparelho empregado para sua medição é o decibelímetro.

Decídua. (1) Planta cujas folhas caem em certa época do ano (Resolução CONAMA 012/94). (2) Espécie vegetal que têm folhas caducas (Autores).

Decidual. Planta cujas folhas caem em certa época do ano.

Declinação magnética. (1) Ângulo formado pelo norte magnético e o norte geográfico. Também se diz declinação da agulha. (2) Ângulo entre o Norte Magnético e o Norte Geográfico (Glossário Libreria, 2003).

Declive. É a inclinação do terreno ou da encosta, considerada do ponto mais alto, em relação ao ponto mais baixo. O declive é o grau de inclinação de um terreno, em relação à linha do horizonte.

Decomposição. Em Biologia – Processo de conversão de organismos mortos, ou parte destes, em substâncias orgânicas e inorgânicas, através da ação escalonada de um conjunto de organismos (necrófagos, detritívoros, saprófafos, decompositores e saprófitos propriamente ditos) (ACIESP, 1980). Em Geomorfologia – Alterações das rochas produzidas pelo intemperismo químico (GUERRA 1978).

Decompositores. (1) Organismos heterótrofos, que decompõem as substâncias complexas do protoplasma morto absorvendo parte dos produtos decompostos, libertando substâncias simples e utilizáveis pelos produtores. (2) Microrganismos (fungos ou bactérias) que obtêm alimentos mdiante a decomposição de matéria orgânica; essencial para a continuidade da vida na Terra.

Decomposição aeróbica. Decomposição de material orgânico, que só pode ocorrer em presença do oxigênio; realizada por organismos que consomem oxigênio.

Decomposição anaeróbica. Decomposição de material orgânico, que ocorre sem a presença do oxigênio.

Defeso. É uma medida de proteção, que proíbe a pesca durante o período de desova, para evitar que as fêmeas sejam capturadas durante a desova.

Degradabilidade. Capacidade de decomposição biológica ou química de compostos orgânicos e inorgânicos.

Degradação. (1) Rebaixamento da superfície de um terreno por processos erosivos, especialmente pela remoção de materiais através da erosão e do transporte por água corrente, em contraposição a agradação. (2) Alteração adversa das características do meio ambiente (Lei 6.938/81). (3) Processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais (Decreto 97.632/89). (4) Processo pelo qual substâncias complexas são transformadas em substâncias mais simples.

Degradação ambiental. (1) Prejuízos causados ao meio ambiente, geralmente resultante de ações do homem sobre a natureza. Um exemplo é a substituição da vegetação nativa por pastos. (2) Termo usado para qualificar os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade ou a capacidade produtiva dos recursos ambientais. (3) Degradação da qualidade ambiental – a alteração adversa das características do meio ambiente (Lei nº 6.938/81, art. 3º, II). (4) A degradação do ambiente ou dos recursos naturais é comumente considerada como decorrência de ações antrópicas, ao passo que a deterioração decorre, em geral, de processos naturais. (5) Processo gradual de alteração negativa do ambiente, resultante de atividades humanas; esgotamento ou destruição de todos ou da maior parte dos elementos de um determinado ambiente; destruição de um determinado ambiente; destruição de um recurso potencialmente renovável; o mesmo que devastação ambiental (Glossário Ibama, 2003).

Degradação do solo. Compreende os processos de salinização, alcalinização e acidificação que produzem estados de desequilíbrio físico-químico no solo, tornando-se inapto para o cultivo.

Degradável. Substância que pode ser decomposta.

Delta. (1) Depósito de calcário, argila e areia que aparece na foz de certos rios, avançando como um leque, na direção do mar. Essa deposição exige certas condições,  como a ausência de correntes marinhas, fundo raso e abundância de detritos. (2) Depósito sedimentar aluvial formado por um curso fluvial desembocando em um corpo de água mais ou menos calmo (lago, laguna, mar, oceano ou outro rio), cuja porção subaérea apresenta-se em planta com formas triangular, lobada, digitada, etc.

Delta construtivo. Delta originado pela predominância de processos fluviais sobre as atividades dinâmicas do meio receptor. Quando este meio é marinho, os processos dinâmicos costeiros estão ligados principalmente a marés e ondas. O delta atual do Rio Mississipi é um exemplo deste tipo de delta. Sinônimo: delta fluvial.

Delta construtivo alongado. Delta formado por crescimento das barras de desembocadura, acompanhadas de diques marginais, resultando em um padrão também conhecido por pé-de-pássaro na sua porção emersa. Esse tipo de delta é formado somente se houver predominância de processos fluviais sobre os marinhos, isto é, são essencialmente construtivos. Exemplo: delta atual do Rio Mississipi.

Delta construtivo lobado. Delta formado pelo crescimento mais moderado do que no tipo alongado de barras de desembocadura, acompanhadas ainda de diques marginais. Esse tipo de delta também é formado pela predominância de processos fluviais sobre os marinhos, porém com maior participação das ondas e correntes no afeiçoamento costeiro do que no tipo alongado.

Delta de baía. Delta formado na foz de um rio que desemboca em uma baía ou vale afogado, preenchendo-o parcial ou totalmente com sedimentos. Sinônimo: delta de cabeceira de baía.

Delta destrutivo. Delta formado pela predominância de processos de dinâmica costeira (ondas e marés) sobre os processos fluviais. Então, neste caso, tem-se, segundo Scott & Fisher (1969), os deltas dominados por ondas (ou deltas cuspidados) e os deltas dominados por marés (oudeltas franjados).

Delta dominado por marés. Delta caracterizado por inúmeras barras de marés, que se dispõem longitudinalmente ao fluxo fluvial, sendo característico de costas dominadas por macromarés.

Delta dominado por ondas. Delta de forma triangular originado preferencialmente em locais com forte atuação das ondas e correntes litorâneas. Os sedimentos são essencialmente arenosos e apresentam-se na forma de cristas de praiais. Exemplo: porção formada de 2500 anos até hoje em torno das desembocaduras fluviais dos rios Doce (ES) e Paraíba do Sul (RJ). Outro exemplo é o delta do Rio Nilo.

Delta escalonado. Uma série de deltas construída em um corpo aquoso, cujo nível esteve alternadamente estacionário e em abaixamento. Nesse caso, o delta do nível mais alto seria o mais antigo.

Delta estuarino. Designação usada para depósitos deltaicos subaquosos e subaéreos acumulados no interior de um ambiente semi-confinado e protegido de um estuário. Segundo Wright (1982), seria possível distinguir duas variedades de deltas estuarinos. A primeira, preenchendo parcial ou totalmente estuários em forma de funil com saída aberta, e a segunda, em que a sedimentação ocorreria no interior de estuários rasos abrigados por detrás de barreiras arenosas.

Delta fluvial. Mesmo que delta construtivo.

Delta intralagunar. Delta construtivo formado no interior de uma laguna costeira. No Estado de Santa Catarina, o rio Tubarão está construindo um delta intralagunar, que hoje em dia está parcialmente ocupado pela cidade de Tubarão. Os deltas intralagunares caracterizam também as fases de níveis marinhos mais altos do que o atual, durante os últimos 6.000 -7.000 anos, das planícies costeiras associadas às desembocaduras dos rios Doce (ES) e Paraíba do Sul (RJ), segundo Suguio et al. (1982) e Martin et al. (1984), respectivamente.

Delta lacustre. Delta construtivo formado na desembocadura fluvial em um lago, de estrutura relativamente simples, descrito pela primeira vez por Gilbert (1890). Por essa razão, esse delta é também conhecido como delta tipo Gilbert. Apresenta as camadas de topo com características essencialmente fluviais, as camadas frontais com características mistas (flúvio lacustres) e as camadas basais com características lacustres. Deltas deste tipo são freqüentes em áreas de glaciações quaternárias, como no Canadá.

Delta negativo. Feição deltaica que por circunstâncias locais, tais como contracorrentes, desenvolve-se aparentemente em sentido contrário ao normal.

Delta oceânico. Feição deltaica que se desenvolve em regiões litorâneas de oceanos, isto é, em volta de desembocaduras de rios que despejam as suas águas diretamente nos oceanos.

Deltas de marés. Deltas formados no lado do oceano aberto e no interior de laguna, de umbraço de mar, que corta uma ilha barreira ou barra de boca de baía ou por correntes de maré, que transportam areias para dentro durante a maré enchente e para fora durante a maré vazante de uma laguna.

Demais formas de vegetação. Espécies vegetais autóctones que se agrupam formando uma população distinta, com características moldadas por condições ambientais específicas e diferentes daquelas que originaram as florestas primitivas e, por isso mesmo, destas diferem morfologicamente; como exemplos podem ser citados: Manguezal, Restinga, Campo (C. altitude, C. Cerrado ou C. natural), Brejo interiorano, Cerradão, Cerrado e savana), Caatinga, e a própria floresta, ao entrar em regeneração após ser suprimida (Autores).

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). Quantidade de oxigênio utilizada na oxidação bioquímica da matéria orgânica num determinado período de tempo. Expressa, geralmente, em miligramas de oxigênio por litro. A DBO é responsável pela depleção ou ausência de oxigênio dissolvido nos corpos d´água do que decorre a mortandade da fauna aquática.

Demanda Quimica de Oxigênio (DQO). Medida de capacidade de consumo de oxigênio pela matéria orgânica presente na água ou água residuária. É expressa como quantidade de oxigênio consumido pela oxidação química, no teste específico. Não diferencia a matéria orgânica estável e assim não pode ser necessariamente correlacionada com a demanda bioquimica de oxigênio.

Dendríticos. O que tem ramificações semelhantes às de uma árvore.

Dendrologia. Identificação e classificação sistemática das árvores.

Densidade de população. (1) Razão entre o número de habitantes e a área da unidade espacial ou político-administrativa em que vivem, expressa em habitantes por hectare ou por quilômetro quadrado. A densidade de população é também usada, em ecologia, para o cálculo da densidade de um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie. É um índice que mede o volume da população em relação a um território (SAHOP, 1978).  (2) É a grandeza desta em relação com alguma unidade espacial. Exemplificando, o nú    mero de indivíduos ou da biomassa da população, por unidade de superfície ou de volume (CARVALHO, 1981). (3) Relação existente entre o número de indivíduos que compõem a população e o espaço ocupado por eles (Glossário Ibama, 2003).

Denudação. (1) Erosão progressiva de uma região montanhosa que acaba mostrando as raízes de seu embasamento cristalino em uma topografia progressivamente mais baixa com carreamento de material sedimentar desta erosão para as bacias geológicas sedimentares. (2) Arrasamento das formas de relevo por diversos agentes naturais. (3) Trabalho gliptogenético, de desbastamento das diversas rochas da superfície do globo. (4) No sentido lato inclui todos os fenômenos de intemperismo e erosão. Conjunto de processos responsáveis pelo rebaixamento sistemático da superfície da terra pelos agentes naturais de erosão e pelo intemperismo. É um termo mais amplo do que erosão, embora este seja usado como sinônimo daquele. É também usado como sinônimo de degradação, embora alguns autores atribuam à denudação o processo, e à degradação o resultado deste processo.

Depleção. (1) Originariamente o termo vem da Medicina: designa a redução ou perda de sangue e de outros humores, resultando num estado de exaustão ou debilitação. Aplica-se também em Ecologia para significar a baixa do nível de oxigênio, a exaustão ou baixa significativa de determinado recurso natural. (2) Esvaziamento; redução de volume ou espessura. Por exemplo: depleção da camada de ozônio ou depleção aqüífera.

Deposição final. Termo utilizado para designar o enterramento no solo, no mar ou em poços de sal de produtos residuais radioativos, procedentes de usinas nucleares, laboratórios de isótopos ou fábricas.

Depósitos aluviais. Depósitos detríticos resultantes da sedimentação através de rios atuais, incluindo depósitos de canais, planícies de inundação, lagos e leques aluviais.

Depósitos biogênicos. Sedimentos resultantes da atividade fisiológica de organismos, tais como algas e corais. Os sedimentos assim formados são chamados de biolititose são caracterizados por exibirem um arcabouço orgânico. Exemplos: recifes de corais e algas.

Depósitos clásticos. Depósitos sedimentares formados por fragmentos minerais derivados de rochas ígneas, sedimentares ou metamórficas preexistentes. Sinônimo: sedimentos clásticos.

Depósitos de placer. Concentração mecânica superficial de partículas minerais provenientes de detritos de intemperismo. Embora os depósitos de placer fluviais sejam os mais freqüentes, os agentes de concentração podem ser também marinhos, eólicos, glaciais, etc. Nas planícies litorâneas da costa oriental do Brasil, desde o norte do Rio de Janeiro até a Bahia, ocorrem depósitos de placer, praias de areia monazítica e ilmenítica, formados por retrabalhamento marinho de sedimentos continentais da Formação Barreiras.

Depósitos eólicos. Depósitos sedimentares clásticos de granulação entre silte e areia fina transportados e sedimentados pelo vento. Apresentam boa seleção granulométrica, pronunciado arredondamento e freqüente bimodalidade de tamanho dos grãos. Entre os principais depósitos eólicos têm-se as dunas (costeiras, fluviais e desérticas) e os depósitos de loess (periglaciais). Sinônimo: sedimentos eólicos

Depósitos flúvio-marinhos. Depósitos sedimentares originados pela ação combinada de processos fluviais e marinhos (litorâneos). Em geral, são encontrados em planícies costeiras e em deltas marinhos. Sinônimo: sedimentos flúvio marinhos.

Depósitos halogênicos. Depósitos sedimentares formados predominantemente por compostos químicos a base de elementos do grupo VIIb da tabela periódica (F, Cl, B, I).

Depósitos hemipelágicos. Sedimentos que recobrem a superfície de fundo do talude continental ou de regiões próximas ao continente. Contêm proporção importante de sedimentos terrígenos depositados a altas taxas e comumente envolvem processos de redeposição através de correntes de turbidez ou geostróficas. Dessa maneira, esses depósitos ocupam a posição intermediária entre os depósitos marinhos de plataforma continental (neríticos) e os depósitos pelágicos ou eupelágicos. Sinônimo: sedimentos hemipelágicos.

Depósitos lacustres. Depósitos sedimentares acumulados no fundo de um lago, em geral mais finos do que de canal fluvial. A fauna e a flora associadas são em geral de água doce, refletindo as características do ambiente. Sinônimo: sedimentos lacustres.

Depósitos lagunares. Sedimentos em geral mais finos (síltico-argilosos) do que os de mar aberto, mais ou menos ricos em matéria orgânica. A fauna e a flora associadas são em geral eurihalinas e euritermais, sendo mais ou menos típicas deste ambiente. Fragmentos de conchas de moluscos, predominantemente de ostras, podem constituir parcela importante desses sedimentos. Taxas variáveis de sedimentação, associadas à ação de ondas, produzem laminações nos sedimentos, mas elas são em geral destruídas pela bioturbação por organismos perfuradores.

Depósitos litorâneos. Sedimentos ligados à deriva litorânea, situados entre os níveis de preamar e baixa-mar. Em zonas litorâneas abertas, são relativamente comuns os sedimentos arenosos e cascalhos, enquanto que em zonas litorâneas protegidas predominam depósitos arenosos finos e síltico-argilosos. Depósitos litorâneos pleistocênicos, correspondentes a níveis marinhos mais baixos do que o atual, são abundantes sobre a plataforma continental.

Depósitos marinhos. Materiais compostos, em geral, de minerais resultantes do acúmulo pela ação marinha, em regiões litorâneas ou de mares profundos. Freqüentemente esses depósitos aparecem acima do nível atual dos mares em virtude de flutuações de níveis relativos das áreas continentais e oceânicas.

Depósitos paludiais. Depósitos de pântanos de água doce ou salobra, que são comuns em regiões de topografia baixa e irregular ao longo de zonas litorâneas ou nas margens de rios e lagos. Esses depósitos são compostos predominantemente de lamas ricas em matéria orgânica, contendo óxidos de ferro e carbonatos e localmente areia e marga, passando lateralmente para depósitos marinhos ou lacustres.

Depósitos pelágicos. Sedimentos de costa depositados em fundos submarinos profundos, caracterizados por baixa taxa de sedimentação (cerca de 1 mm/1000 anos). Esta taxa de sedimentação faz com que os sedimentos depositados fiquem sujeitos à oxidação, dissolução e bioturbação por organismos bentônicos. Esses sedimentos são também chamados de eupelágicos e compreendem as lamas vermelhase as vasas orgânicas (radiolários, diatomáceas, pterópodes e Globigrina).

Depósitos químicos. Sedimentos formados por precipitação química de sais dissolvidos em água, seja por evaporação, pela variação das condições físico-químicas ou pelo efeito de atividades biológicas.

Depósitos salinos. Mesmo que evaporitos.

Depósitos-aluviais. Conjuntos de sedimentos sólidos carreados e depositados pelos rios.

Depressão. (1) Depressão rasa, em geral pantanosa, como a encontrada em cristas praiais. (2) Forma de relevo que se apresenta em posição altimétrica mais baixa do que porções contíguas (Resolução CONAMA nº 004/85).

Depressão endógama. Perda do vigor e da aptidão em espécies alógamas, como resultado de contínua autofertilização. A autofertilização leva à homozigose e esta se manifesta sob várias formas, destacando-se tamanho reduzido das plantas, fertilidade diminuída, albinismo, plantas defeituosas e suscetibilidade aumentada à doença.

Derramamento de petróleo. Liberação não intencional de petróleo no ambiente, em geral associado a acidentes no transporte ou nos oleodutos; um derramamento de petróleo pode causar enormes danos à flora, à fauna e ao ambiente de modo geral e é de difícil recuperação.

Deriva genética. Oscilação ao acaso de freqüências gênicas em uma população devido à ação de fatores casuais em vez da seleção natural. O fenômeno é mais visível em populações pequenas e isoladas, podendo por isso constituir-se em importante processo evolutivo, levando à criação de novos taxa.

Deriva litorânea. (1) Movimentação de areias, cascalhos e outros materiais componentes das barras e praias ao longo da costa. (2) Material movimentado na zona litorânea, principalmente por ação de ondas e correntes.

Derivação ambiental. Alteração dos componentes físicos e biológicos e da dinâmica dos processos naturais, o que condiciona transformações sucessivas no meio ambiente. Isto, a partir de fenômenos da natureza ou, de interferências das atividades sociais e econômicas (ARRUDA et allii, 2001).

Derrame basáltico. Extravasamento de lava, que é material líquido magmático de constituição basáltica.

Desastre. Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema, causando danos humanos, materiais ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais (Dec./SP 40.151/95).

Descarga. Qualquer despejo, escape, derrame, vazamento, esvaziamento, lançamento para fora ou bombeamento de substâncias nocivas ou perigosas, em qualquer quantidade, a partir de um navio, porto organizado, instalação portuária, duto, plataforma ou suas instalações de apoio (Lei 9966/00).

Desembocadura. (1) Saída ou ponto de descarga de um curso fluvial em um outro, lago ou mar. (2) Abertura que permite a entrada ou saída em uma gruta, canhão submarino, etc.

Desempenho ambiental. Medida de quão bem uma organização está se saindo em relação ao cuidado com o ambiente, particularmente em relação à diminuição de seu impacto ambiental global. Na área de certificação, termo utilizado para caracterizar os resultados mensuráveis do sistema de gestão ambiental relacionados ao controle dos aspectos ambientais de uma organização, com base na sua política ambiental e metas ambientais.

Desenvolvimento sustentado (ONU). (1) Definido pela Comissão Brundtland – ONU como sendo desenvolvimento social, econômico e cultural, que atende às demandas do presente sem comprometer as necessidades do futuro. Desenvolvimento sem comprometimento dos ecossistemas. (2) É o desenvolvimento que atende da melhor forma possível as necessidades atuais e futuras do homem, sem afetar o ambiente e a diversidade biológica.

Desenvolvimento sustentável. (1) Aquele que harmoniza o imperativo do crescimento econômico com a promoção da eqüidade social e preservação do patrimônio natural, garantindo assim que as necessidades das atuais gerações sejam atendidas sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras. (2) Padrão de desenvolvimento, no qual o crescimento da economia e a geração de riquezas estão integrados à preservação do ambiente, ao manejo adequado dos recursos naturais, assim como ao direito dos indivíduos à cidadania e à qualidade de vida. (3) Tipo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades econômicas do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações. Leva em consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social e ecológico, assim como as disponibilidades dos recursos naturais a curto e a longo prazo.(4)Forma socialmente justa e economicamente viável de exploração do ambiente que garanta a perenidade dos recursos naturais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a diversidade biológica e os demais atributos ecológicos em benefício das gerações futuras e atendendo às necessidades do presente (ARRUDAet allii, 2001). (5) Modelo de desenvolvimento que leva em consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social e ecológico; parte da constatação de que os recursos naturais têm uma oferta limitada e defende a idéia de uso sem esgotamento nem degradação dos recursos do ambiente; também considera indispensável uma política social compatível, a fim de evitar a degradação humana. É conceito de difícil implementação, diante das complexas exigências econômicas e ecológicas. O conceito de desenvolvimento sustentado ou sustentável, também chamado ecodesenvolvimento, originou se em 1968, em Paris, na Biosphere Conference, e ganhou espaço no mundo acadêmico e na opinião pública internacional a partir da Conferência de Estocolmo, em 1972. O economista Ignacy Sachs, principal responsável pelo desenvolvimento teórico dessa proposta, costuma defini-la como resultado da combinação de três conceitos: justiça social (critérios de solidariedade com ageração presente), proteção ambiental (critério de solidariedade com a geração futura) e eficiência econômica. Habitualmente, é expressão utilizada para designar atividade produtiva que não depaupera os recursos naturais. (6) Desenvolvimento que atende à necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades. Processo de transformação no qual a exploração dos recursos, as diretrizes de investimento, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais sejam consistentes com as necessidades atuais e futuras (FEEMA, 1997). (7) Desenvolvimento que permite atender às necessidades da geração atual sem comprometer o direito das futuras gerações de atenderem suas próprias necessidades (Glosário Libreria, 2003).

Desertificação. (1) Transformação de terras cultiváveis em desertos pelo manejo incorreto do solo. O fenômeno resulta na redução do potencial agrícola do planeta. (2) Processo de degradação do solo, natural ou provocado por remoção da cobertura vegetal ou utilização predatória, que devido a condições climáticas e edáficas peculiares, acaba por transformá-lo em um deserto; a expansão dos limites de um deserto. Alterações ecológicas que despojam a terra de sua capacidade de sustentar as atividades agropecuárias e a habitação humana (SAHOP, 1978). (3) Alterações ecológicas que despojam a terra de sua capacidade de sustentar as atividades agropecuárias e a habitação humana (SAMOP, 1978). (4) Fenômeno de transformação de áreas anteriormente vegetadas em solos inférteis devido a ações antrópicas, como mau uso e exploração da terra. Pode também ocorrer por processos naturais, como, por exemplo, devido a um ressecamento climático, que é uma diminuição de umidade por período dos longos de tempos. (5) Degradação da terra nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas (Decreto 2.741, de 20 de agosto de 1998).

Deserto. Região que recebe anualmente precipitação de água inferior a 250 mm, ou em que essa precipitação é maior, porém distribuída de forma heterogênea e que se caracteriza pela vegetação xerófila ou anual e pela fraca densidade populacional.

Deserto de pedra. Aquele onde predominam áreas rochosas. São chamados “hammada” (Glossário Libreria, 2003).

Deslizamento subaéreo. Escorregamento subaéreo ao longo de encostas inclinadas, de diferentes tipos de materiais, compreendendo tanto os consolidados (maciços rochosos fraturados) quanto os inconsolidados (mantos de intemperismo, sedimentos recém-depositados). A estabilidade desses materiais ao longo de superfícies declivosas diminui na razão inversa dos seus teores de água. Desta maneira, períodos chuvosos prolongados tendem a aumentar a incidência deste fenômeno, freqüentemente com resultados catastróficos em áreas mais densamente povoados. Além disso, o processo pode ser desencadeado por atividades sísmicas ou por interferência antrópica inadequada.

Desmatamento/desflorestamento. (1) Prática de corte, capina ou queimada que leva à retirada da cobertura vegetal existente em determinada área, para fins de pecuária, agricultura ou expansão urbana. (2) Destruição, corte e abate indiscriminado de matas e florestas, para comercialização de madeira, utilização dos terrenos para agricultura, pecuária, urbanização, qualquer obra ou atividade econômica ou obra de engenharia. (3) São derrubadas de grandes quantidades de árvores, sem a reposição devida, em que provocam desfolhamento e intemperismo (CARVALHO, 1981). (4) Corte, capina ou queimada que destrói a cobertura florestal de uma dada região, dando lugar à criação de pasto, às terras agricultáveis ou à expansão urbana. (5) Remoção permanente de uma floresta; desfloramento.

Dessalinização. Processo industrial de remoção do sal da água salgada ou salobra para posterior emprego doméstico ou industrial desta água.

Destoca. Extração dos restos de tocos de árvores cortadas anteriormente.

Detergente. (1) Substância sintética usada para remover gorduras e sujeira; os detergentes com alta concentração de elementos fosforosos contribuem para a eutrofização de corpos de água. (2) Agente ativo usado para remover sujeira e gordura de diversos materiais. Os primeiros tipos de detergentes continham sulfonato de alquila, que não é biodegradável, causando espumamento nos rios e problemas nas estações de tratamento de esgoto. Estes vem sendo substituídos por outros mais suaves e biodegradáveis.

Determinação. Em cultura de tecidos, é o processo pelo qual o potencial do desenvolvimento de células torna-se limitado.

Detrítico. Mesmo que  clástico.

Detrito. (1) Material incoerente originário de desgaste de rochas (DNAEE, 1976). (2) Sedimentos ou fragmentos desagregados de uma rocha (GUERRA, 1978).

Diabásio. Tipo de rocha magmática intrusiva, de coloração preta ou esverdeada, que tem em sua constituição feldspatos e piroxênios.

Diacinese. Conjunto de acontecimentos que caracterizam o final da prófase I da meiose, em que os cromossomos se encontram completamente condensados e os quiasmas terminalizados.

Diáclase. Fratura de pequena dimensão numa rocha causada pelo movimento das forças tectônicas.

Diagênese. Série de transformações físicas, físico-químicas e químicas que ocorre após a deposição de sedimentos, em geral subaquática, que conduz à litificação (transformação em rocha sedimentar) de sedimentos recém depositados. Alguns dos importantes processos de diagênese compreendem a compactação, cimentação, silicificação e dolomitização.

Diagnóstico ambiental. (1) Estudo dos agentes causadores da degradação ambiental de uma determinada área, de seus níveis de poluição, bem como dos condicionantes ambientais agravadores ou redutores dos efeitos provocados no meio ambiente. (2) De um modo geral, as diversas legislações nacionais de proteção ambiental e seus procedimentos determinam a realização de estudos sobre as condições ambientais da área a ser efetada por um projeto ou ação, como parte do relatório de impacto ambiental, definindo sua abrangência de acordo com o conceito de meio ambiente estabelecido por lei – A legislação brasileira oficializou a expressão “diagnóstico ambiental da área” para designar esses estudos, no item correspondente ao conteúdo mínimo do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA (art. 17, § 1º, a, Decreto 99.274/90). (3) Interpretação da situação de qualidade de um sistema ambiental ou de uma área, a partir do estudo das interações e da dinâmica de seus componentes, quer relacionados aos elementos físicos e biológicos, quer aos fatores sócio-culturais (FEEMA, 1997).

Diápiro. Estrutura dômica originada por injeção, de baixo para cima, de materiais menos densos e menos plásticos. Dessa maneira são produzidos os diáporos de sal e de folhelho, respectivamente ligados a mecanismos conhecidos por halocinese e lutocinese.As estruturas halocinéticas são comuns nas bacias sedimentares marginais como a Bacia de Santos. Diápiros de folhelhos são mencionados por Nittrouer et al. (1986) em sedimentos da plataforma continental adjacente à foz do Rio Amazonas. Segundo Fisk (1961), diápiros de argila perfuram as barras de desembocadura do Rio Mississipi e chegam a ocorrer na superfície da água, formando pequenas ilhas que são quase sempre erodidas pelas ondas.

Diatomácea. Alga unicelular microscópica que vive no meio aquático naturalmente iluminado, constituindo parte do plâncton ou presa a algum tipo de substrato. Têm carapaça silicosa (opala) denominada de frústula. Representa um importante componente do plâncton, ao lado dos copépodes. Muitas espécies apresentam preferências em termos de profundidade e salinidade.

Diatomito. Rochas de origem orgânica. Os diatomitos encontrados no Nordeste brasileiro foram formados em lagos pleistocênicos onde se deu intensa deposição de carapaças silicosas de diatomáceas, geralmente associadas a espículas de esponjas de água doce, também silicosas. O diatomito é uma rocha de aplicação variada, como, por exemplo, na fabricação da dinamite. Devido a sua grande porosidade pode absorver três vezes mais, o seu peso em nitroglicerina. Permite a produção de tijolos muito leves e resistentes, onde o alto teor em SiO2 faz com que o material seja um ótimo refratário, especialmente usado como isolante térmico (Glossário Libreria, 2003).

Dicogamia. Diferentes épocas de maturação entre os órgãos masculino e feminino de uma planta.

Dieldrim. Inseticida hidrocarboneto clorado, insolúvel na água e moderamente solúvel na água e moderadamente solúvel na maioria dos solventes orgânicos, exceto nos solventes alifáticos do petróleo e metanol. É altamente persistente e bioacumula nos organismos aquáticos utilizados na alimentação humana. Também é considerada uma substância química potencialmente cancerígena.

Diferenciação. Em cultura de tecidos, significa o desenvolvimento de células com uma específica função.

Difração de ondas. Fenômeno de transmissão lateral de energia de uma onda, ao longo de sua crista. Esse efeito manifesta-se quando há propagação de ondas em um setor restrito, ou quando um trem de ondas é interceptado por um obstáculo como, por exemplo, um quebra-mar.

Digestor ou Biodigestor. (1) Equipamento para a digestão de matérias orgânicas, em particular lodos das estações de tratamento biológico de águas servidas. Trata-se de grandes cubas cilíndricas às vezes combinadas com uma parte inferior cônica para espessamento dos lodos, enquanto a parte superior estanque permite a captação dos gases da digestão (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975). (2) É um tanque, normalmente fechado, onde, por meio de decomposição anaeróbica, há uma diminuição do volume de sólidos e estabilização de lodo bruto (BRAILE, 1983). (3) Tanque no qual o lodo é colocado para permitir a decomposição bioquímica da matéria orgânica em substâncias mais simples e estáveis (ACIESP, 1980).

Dinâmica costeira. Os principais agentes naturais de dinâmica costeira são gerados por forças astronômicas, impulsivas, meteorológicas. As forças astronômicas são responsáveis pelas marés, que causam mudanças periódicas no nível do mar, e portanto, modificam as larguras das faixas de praia nas quais atuam outros processos. As forças impulsivas são responsáveis pelos terremotos, deslizamentos subaéreos e erupções vulcânicas que podem provocar, por exemplo, tsunamis, que podem ocasionar mudanças catastróficas na zona costeira. As ondas são os principais agentes ligados as forças meteorológicas que, por sua vez, podem ser refratadas, difratadas ou refletidas ou mesmo absorvidas durante a sua propagação na zona costeira. Por outro lado, o homem é hoje em dia um agente muito importante de dinâmica costeira. No Japão, por exemplo, mais de 25% da linha costeira são providos de algum tipo de estrutura artificial construída pelo homem, tais como diques, espigões, quebra-mares e portos.

Dióica. Espécie vegetal com plantas unisexuais. Órgãos masculinos e femininos ocorrem em indivíduos diferentes.

Dióxido de carbono. (1) Gás incolor, incombustível e de odor e gosto suavemente ácidos, que entra em pequena parcela na constituição da atmosfera, sendo a única fonte de carbono para as plantas clorofiladas. Em si não é venenoso e sua presença no ar em até 2,5% não provoca danos, mas em uma porcentagem de 4 a 5% causa enjôo e a partir de 8%, aproximadamente, torna-se mortal. (2) Símbolo químico: CO2, gás incolor, produzido pela respiração animal, pela fermentação e pela queima de hidrocarbonetos; é absorvido pelas plantas durante a fotossíntese e eliminado por elas na ausência de luz; o percentual de dióxido de carbono na atmosfera da Terra é pequeno, mas está aumentando, fato que pode intensificar o efeito estufa.

Dióxido de enxofre. (1) Gás incolor, de odor desagradável e bastante irritante. Em virtude de sua elevada temperatura de evaporação, é utilizado em máquinas frigoríficas, na conservação de alimentos, no polvilhamento contra parasitas e como meio de  impedir a putrefação e a fermentação. Origina-se da queima de combustíveis fósseis que contenham enxofre ou derivados, como o petróleo e o carvão.

Diplosporia. Formação de semente assexuada em que os sacos embrionários se originam de células generativas.

Diplóteno. Uma das subdivisões da prófase I da meiose. É a fase em que aparecem os quiasmas.

Dique. (1) Corpo tabular de rocha ígnea intrusiva em discordância à estrutura da rocha encaixante. (2) Corpo tabular de rocha sedimentar, introduzida por preenchimento ou por injeção, em discordância à estrutura da rocha encaixante. (3) Paredão construído ao redor de uma área baixa para prevenir inundações. O sistema de diques mais extenso do mundo é o existente na Holanda. (4) Estrutura natural ou artificial que controla o nível das águas de um rio, lago ou do mar.

Direito ambiental. (1) Distingue-se de legislação ambiental, por considerar, além do conjunto de textos dos diplomas e normas legais em vigor, as jurisprudências e demais instrumentos da ciência jurídica aplicados ao meio ambiente. A denominação Direito Ambiental é mais adequada; a espressão Direito Ecológico pode levar a que se limite sua aplicação ao Direito dos Ecossistemas (BALLESTEROS, 1982). (2) Complexo de princípios e normas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações (Édis Milaré).

Direitos de uso. Direitos para o uso dos recursos florestais que podem ser definidos pelos costumes locais, acordos mútuos ou prescritos por outras entidades com direitos de acesso. Esses direitos podem restringir o uso de certos recursos a níveis específicos de consumo ou à técnica específicas de exploração.

Direito ecológico. É o conjunto de técnicas, regras e instrumentos jurídicos sistematizados e informados por princípios apropriados, que tenham por fim a disciplina do comportamento relacionado ao meio ambiente (MOREIRA NETO, 1975). 

Dispersão. (1) Faculdade que têm os seres vivos de se propagarem pela biosfera, alargando os seus domínios e facilitando a cada espécie proliferar e encontrar novos meios onde possa viver de acordo com suas adaptações. (2) Distribuição natural de sementes ou de espécimes jovens por uma vasta área; mecanismos de dispersão incluem sementes leves, sementes que devem passar pelo aparelho digestivo de animais para que possam germinar e até sementes que são carregadas por correntes oceânicas.

Dispersores. Espécies da fauna que realizam a dispersão de sementes, assegurando a reprodução da flora.

Distal. Porção mais afastada da fonte de suprimento em depósitos, por exemplo, de correntes de turbidez (ou de turbiditos), onde predominam sedimentos de granulação mais fina e laminados, em contraposição à proximal, mais junto da fonte, caracterizada por granulação mais grossa e estrutura maciça ou com granodecrescência ascendente.

Distribuição diamétrica. (1) Maneira como se apresentam os diâmetros dos troncos medidos a 1,30 metros do solo (DAP). (2) Dado importante para a caracterização de florestas e de vegetação em estágios de regeneração.

Distributário. Ramificação divergente de um rio junto à foz, como a encontrada caracteristicamente em áreas deltáicas, em contraposição ao tributário (afluente). Também chamado braço de rio.

Distrito. Unidade administrativa dos municípios. Têm sua criação norteada pelas Leis Orgânicas dos Municípios (IPARDES).

Diversidade. Usado atualmente em vários sentidos. (1) Número de espécies que ocorrem em uma amostra tirada em uma unidade de área, volume de água, certo número de indivíduos, etc; ou que são apanhados por um certo tipo de armadilha em uma unidade de tempo (“diversidade alfa”). (2) O grau de rotatividade (mudança) em espécies ao longo de um gradiente ecológico (“diversidade beta”). (3) O número total de espécies em uma paisagem contendo um ou mais gradientes ecológicos (“diversidade gama”). (4) Índice que representa o aumento de espécies com aumento do tamanho da amostra. (5) Alguma função combinando riqueza de espécies com equitabilidade.

Diversidade biológica. (1) Variedade entre organismos vivos de todas as origens, incluindo ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais eles fazem parte. Isso inclui diversidade dentre uma mesma espécie, entre espécies diferentes e entre ecossistemas. (2) É a variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma determinada região. Isto significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (ARRUDA et allii, 2001). (3) Variedade de indivíduos, comunidades, populações, espécies e ecossistemas existentes em uma determinada região (Resolução CONAMA 012/94). (4) Variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos; inclui ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. (5) Variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreende ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (IPARDES).

Diversidade genética. Variabilidade na formação genética de diferentes indivíduos de uma mesma espécie; assegura a sobrevivência da espécie; assegura a sobrevivência da espécie a longo prazo pois, com todos os genes iguais, os indivíduos ficam igualmente expostos a adversidades, tornando a espécie uniformemente vulverável.

Divisas. Patrimônio constituído por moedas estrangeiras que um país possui.

Divisor de águas. (1) Linha que une os pontos mais altos do relevo de uma região e que delimita o escorrimento superficial das águas de chuva. (2) Linha-limite ou fronteira que separa bacias de drenagem adjacentes (DNAEE, 1976). (3) Linha separadora das águas pluviais (GUERRA, 1978).

DNPM. Departamento Nacional de Produção Mineral. É uma autarquia federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, instituída pelo Decreto 1.324/94, na forma de Lei 8876/94, dotada de personalidade jurídica de direito público, com autonomia patrimonial, administrativa e financeira, com sede e foro em Brasília e Distrito Federal e jurisdição em todo território nacional. Este órgão tem a finalidade de promover o planejamento e o fomento da exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais e superintender as pesquisas geológicas minerais e de tecnologia mineral, bem como assegurar, controlar e fiscalizar o exercício das atividades de mineração em todo o Território Nacional.

Doença de Minamata. Envenamento por mercúrio, pela ingestão de peixe contaminado; nome deriva de uma aldeia no Japão onde grande parte da população sofreu os efeitos da contaminação por chumbo, mesmo em baixos níveis, pode ocasionar insanidade, como ocorreu na Inglaterra, onde os chapeleiros usavam mercúrio para fabricação do feltro, expondo o usuário de chapéu à contaminação, dái a designação de doença do chapeleiro louco .

Dolomita. Mineral componente das rochas carbonáticas de composição CaMg(CO3)2, comumente encontrado com algum ferro (Fe) substituindo o magnésio e dando origem à ankerita. A rocha formada predominantemente por dolomita é denominada dolomito.

Dolomitização. Processo natural pelo qual o calcário transforma-se em dolomito pela substituição parcial do carbonato de cálcio original por carbonato de magnésio (MgCO3). O fenômeno diagenético de dolomitização parece progredir com o tempo, pois os carbonatos dolomitizados são mais freqüentes entre as rochas carbonáticas mais antigas.

Dominância. Interação entre alelos que pode ser completa quando o fenótipo do heterozigoto é o mesmo do homozigoto para o alelo dominante, ou incompleta quando o fenótipo heterozigótico situa-se no intervalo dos fenótipos homozigóticos.

Dominância de espécies. Grau em que determinadas espécies dominam em uma comunidade, devido ao tamanho, abundância ou cobertura, e que afeta as potencialidades das demais espécies (Resolução CONAMA 012/94).

Dominante. Alelo ou fenótipo que é expressado tanto no estado homozigótico como no heterezigótico.

Domínios morfoclimáticos. Divisão do país do ponto de vista paisagístico (combinações distintas de fatores climáticos e geomorfológicos). O mesmo que bioma.

Domo. (1) Elevação com pequena área, erguendo-se com os flancos abruptos até profundidades superiores a 200 m da superfície da água do mar. (2) Deformação estrutural caracterizada por levantamento local de contorno aproximadamente circular. Exemplo: domo salino.

Domo de areia. Minúscula estrutura dômica (milimétrica) que aparece na areia de praia, formada por espraiamento das águas aprisionando ar. A erosão dos domos de areia provoca o aparecimento da estrutura em anel.

Domo salino. Estrutura resultante do movimento ascendente de massa salina, composta principalmente de halita (NaCl), com forma aproximadamente cilíndrica de diâmetro pequeno em relação à altura, que pode atingir desde várias centenas até alguns milhares de metros. Na costa do Golfo do México (Estados Unidos), os domos salinos propiciam acumulações importantes de hidrocarbonetos (petróleo e gás) e enxofre. Nas bacias marginais brasileiras, segundo Leyden (1976), os domos salinos formam a seqüência média atribuída ao Andar Alagoas (Cretáceo), ocorrendo desde a Bacia de Santos até Sergipe-Alagoas (Ponte & Asmus, 1976).

Dormência. Situação em que uma semente viável não germina mesmo quando submetida a condições favoráveis à sua germinação como temperatura e nível de umidade adequados, aeração e luminosidade satisfatórios e substrato próprio.

Dossel. Parte formada pela copa das árvores que formam o estrato superior da floresta (Resolução CONAMA 012/94).

Draga. (1) Equipamento que serve para retirar (dragar) sedimentos do fundo de rios, lagos, mar. (2) Equipamento utilizado para operações de dragagem.

Dragagem. (1) Método de amostragem, de exploração de recursos minerais, de aprofundamento de vias de navegação (rios, baías, estuários, etc.) ou dragagem de zonas pantanosas, por escavação e remoção de materiais sólidos de fundos subaquosos. Naturalmente, cada tipo de operação de dragagem requer equipamentos adequados. A amostragem de material de fundo submarino é feita pelo arraste de caixa metálica de várias capacidades (volumes). Depósitos de cassiterita submarinos, em exploração desde 1907 na plataforma continental do SE da Tailândia, vêm sendo trabalhados por dragagem em águas costeiras entre 20 e 30 m de profundidade. (2) Remoção de material sólido do fundo de um ambiente aquático. Tem a ver com o desassoreamento em remoção de sedimentos depositados.

Drenagem. (1) Coleta do excesso de água do solo e sua condução para rios ou lagoas, através de canais fechados ou abertos. (2) Remoção da água superficial ou subterrânea de um área determinada, por bombeamento ou gravidade.

Drusa. Incrustação formada na superfície ou no interior de um mineral pela agregação de cristais de outra natureza (Glossário Libreria, 2003).

Duna. (1) Colinas de areia acumuladas por atividade de ventos, mais ou menos recobertos por vegetação. As dunas podem ser classificadas segundo as formas, orientação em relação ao vento, etc. em transversais, longitudinais, parabólicas, piramidais, etc. Elas ocorrem mais tipicamente nas porções mais centrais dos desertos, mas também podem ser encontradas em regiões litorâneas ou em margens fluviais. Campos de dunas costeiras importantes ocorrem nas regiões litorâneas do Maranhão, sul de Santa Catarina e norte de Salvador (BA), enquanto que dunas fluviais pretéritas têm sido mencionadas na margem esquerda do Rio São Francisco a montante de Petrolina (PE). Ondas arenosas são também conhecidas com dunas subaquosas. (2) São acumulações arenosas litorâneas, produzidas pelo vento, a partir do retrabalhamento de praias ou restingas (FEEMA – Proposta de decreto de regulamentação da Lei n° 690 de 01.12.83). Montes de areia móveis, depositados pela ação do vento dominante, localizadas na borda dos litorais (GUERRA, 1978). (3) Formação arenosa produzida pela ação dos ventos. Não são estáveis e costumam migrar lentamente; a migração continua até que sejam fixadas pela vegetação (Resolução CONAMA 004/85).

Dunas costeiras. (1) Montes de areia móveis depositados pela ação do vento dominante, localizadas na borda dos litorais. (2) Unidade geomorfológica de constituição predominantemente arenosa, com aparência de cômoro ou colina, produzida pela ação dos ventos, situada no litoral ou no interior do continente, podendo estar recoberta ou não, por vegetação (Resolução CONAMA 303/2002).

Duna de deflação. Termo aplicado a acumulações de areia derivadas de “bacias” de deflação, principalmente quando as acumulações apresentam grandes dimensões e erguem-se acima da cota da área fonte.

Dunas fixas. Depósitos areno-quartzosos marinhos fixados, onde a cobertura vegetal é representada pela floresta perenifólia de restinga. O relevo é, de modo geral, suavemente ondulado e representa uma série de pequenas depressões hidromórficas com declives de até 4° 30´, podendo apresentar,

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