A palavra Pantanal, teve sua origem como referência a pântano, por contar com a maior planície alagada do mundo – devido a seu regime de chuvas e relevo – que centralizam a pluviosidade nas cabeceiras dos rios, escoando-a pelo transbordamento natural nas margens.
Localizado na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, o Pantanal possui no Brasil uma área de aproximadamente 150.000 km², nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e abriga uma incrível biodiversidade de espécies da flora e da fauna, tendo recebido nos anos 2000 pela Unesco, o título de Reserva da Biosfera Mundial.
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Com espécies simbólicas como o tuiuiú, arara-azul, cervo-do-pantanal e a sucuri – também conhecida como anaconda e que não possui o hábito de atacar pessoas como nos filmes – o Pantanal tem um papel vital de manter toda essa riqueza natural e como fonte de subsistência para as comunidades tradicionais da região.
Flora do Pantanal
A vegetação do Pantanal conta com um mosaico de matas, cerradões e savanas, isto por que, tem influência direta de outros três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica – com espécies como cambará-lixeira, canjiqueira e carandá, que se estabelecem em campos inundáveis de diversos tipos, incluindo brejos e lagoas com plantas típicas como camalotes.
No Pantanal, é comum a ocorrência de formações vegetais, entre elas estão os carandazais, nos quais o elemento predominante é a palmeira carandá, os buritizais, onde domina a palmeira buriti e os paratudais, formados por um tipo de ipê, o paratudo.
A flora pantaneira tem alto potencial econômico como pastagem nativa – devido a formação de pastos naturais dentro do bioma – e como uso de plantas apícolas, comestíveis, taníferas e medicinais.
Nas beiras dos rios há uma mata-de-galeria ou mata ciliar, que atua protegendo o rio, retendo sedimento e regulando os ciclos hidrológicos – com espécies vegetais como o tucum, o jenipapo, o cambará e o pau-de-novato, perfeitamente adaptadas a áreas mais úmidas.
Fauna do Pantanal
Este patrimônio ecológico, habitado por inúmeras espécies de mamíferos, répteis, aves e peixes, se complementam a uma vegetação exuberante, traduzida em movimento de formas, cores e sons, mostrando-se um belo espetáculo.
A fauna é bastante rica e diversificada. Porém, há muitas espécies ameaçadas de extinção como o tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, lobinho, veado-mateiro, entre outros.
São mais de 230 espécies de peixes, o que ultrapassa o número de espécimes de todos os rios europeus juntos – destacando-se a piranha, o pintado, o pacu, o curimbatá e o dourado. O maior peixe do Pantanal é o jaú, um bagre gigante, que pesa até 120 Kg, e chega a 1,5 metros de comprimento, e o maior peixe do mundo, está na Amazônia – o pirarucu que atinge 3 metros do comprimento e pesa até 200 Kg.
O jacaré-do-pantanal, é quase inofensivo ao ser humano, atinge 2,5 metros de comprimento e alimenta-se de peixes. O jacaré-açu atinge 6 metros de comprimento. Pode mudar de cor para se camuflar e só ataca quando ameaçado.
A sucuri-amarela-do-pantanal mede até 4,5 metros, alimenta-se de peixes, aves e pequenos mamíferos. A sucuri amazônica mede até 10 metros e por este tamanho, é capaz de engolir uma capivara adulta.
Cerca de 650 espécies de aves povoam a região, entre elas, o tuiuiú – também conhecido como jaburu – ave símbolo do Pantanal, com as asas abertas ultrapassa os 2 metros de envergadura.
O morcego-fantasma-grande, considerado a maior espécie das Américas, com mais de um metro de envergadura nas asas, também é encontrado no pantanal.
Apesar desta importância ecossistêmica, o bioma possui apenas 4,6% de áreas protegidas por Unidades de Conservação e vem sendo seriamente impactado por queimadas e por atividades agropecuárias extensivas. Tal cenário prejudica não só a fauna e flora do pantanal, como também toda a dinâmica produtiva de sustento das comunidades regionais, sendo essencial o estímulo a programas que preservem esta maravilhosa região.
Maria Beatriz Ayello Leite
Redação Ambientebrasil