Classe: Aves
Ordem: Piciformes
Família: Picidae
Nome científico: Campephilus robustus
Nome vulgar: Pica-pau-rei
Categoria: Ameaçado/ Em perigo
Características: O Pica-pau-rei é considerado o maior pica-pau do Brasil, medindo 36cm, com peso médio de 200g. De rara beleza, possui a cabeça e o pescoço vermelhos, dorso creme, asas e cauda negras. O peito e o ventre são brancos, inteiramente barrados de finas faixas horizontais negras. O macho tem uma pequena mancha auricular preta e branca, enquanto a fêmea possui uma grande estria malar branca, vilada de negro.
Assim como as demais espécies de pica-pau. C. robustus possui um canto territorial, diversos tipos de chamados e uma música instrumental, o “tamborilar”. Ela é executada através de repetidos golpes do bico sobre a superfície de troncos secos ou ocos, substrato escolhido de maneira a proporcionar boa ampliação da sonoridade e alcance do ruído. C. robustus faz um “tamborilar” bissilábico, que pode soar como uma voz e ser individualmente diferente. Para marcação de território ou para comunicação entre machos e fêmeas, usa valorização e, até certo ponto, também o “tamborilar”.
Outro tipo de batimento repetitivo constitui o “cinzelar”, usado para procura de alimentos ou para construção de cavidades para nidificação (Sick 1997). C. robustus possui dieta insetívora, forrageando em árvores infestadas pelos mais variados tipos de insetos e larvas. Martelam o tronco com força, perfurando a casca, e capturam as presas com a língua pegajosa de ponta afiada. A língua móvel é também adequada para lamber o sumo de frutas moles. Assim, embora úteis ao homem no controle de insetos e larvas nocivas à madeira, os pica-paus podem provocar alguns estragos em pomares. C. robustus utiliza troncos de diferentes estratos vegetacionais de ambientes florestais, cujas cavidades servem como nidificação, dormitório e abrigo.
Seu período reprodutivo compreende os meses de outubro e novembro (Bustamante 1996). Casal elabora com grande dedicação a cavidade em que nidifica, em muitos casos fazendo uma a cada estação reprodutiva. Os pica-paus procuram sobretudo árvores mortas, senis ou que resistiram a queimadas ou ainda cujo cerne foi enfraquecido por fungos. Preferem cavar na face que se inclina para o solo, o que facilita a proteção contra a defesa da entrada. O fundo da câmara incubatória costuma ser coberto por pequenos pedaços de madeira produzidos durante a confecção, pois os pica-paus não correiam material para dentro dos ninhos, que são mantidos limpos. As fezes dos filhotes se envolvem de uma película branca, formando um saquinho que os pais carregam para fora.
Embora não existam dados bioecológicos específicos sobre C. robustut, é provável que seus padrões reprodutivos sejam semelhantes aos dos pica-paus em geral. Eles realizam uma postura de dois a quatro ovos, e ambos os sexos revezam-se no choco. Os filhotes nascem nus e cegos, embora não sejam insensíveis à luz. Com poucos dias de idade, já começam a martelar. Um pouco mais tarde tornam-se barulhentos e começam a cantar de dentro do ninho. Sensíveis aos ruídos provocados pelos pais no tronco perto da entrada do ninho, ao sinal de alarme dos pais, os filhotes param imediatamente com a gritaria. Os pais costumam dormir junto à prole, sendo longa a permanência dos jovens dentro da câmara. O menor filhote frequentemente não sobrevive, sendo comum a predação de ovos e filhotes por araçaris e tucanos.
Peso: 200g.
Comprimento: 36cm.
Ocorrência Geográfica: De GO; MG; BA ao RS.
Cientista que descreveu: Lichtenstein, 1819
Categoria/Critério: Ameaçada – em perigo.
Fonte: MMA/SINIMA